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sábado, 30 de novembro de 2013

(6201) - POEMA NOSTÁLGICO...




Agora que me abriste a porta da rua

Escancara-se-me o olhar em direcção ao mar

Venham daí os navios, o velame e a estopa

Que o vento é a alma que falta

A substância da alma indecisa

Rua de Lisboa descaíndo para o mar

Silenciada na mordaça avulsa

Nem  o meu grito já estala e crepita

Sou uma página atirada à sarjeta

O barco de papel voando

De janela em janela

À procura da arte de navegação

Retida na mortalha de antigos marinheiros

Que ainda sem bússola viajo nostálgico

Bebendo o fôlego  perdido

Em cada uma destas imagens silenciosas

E no entanto tão puras na sua beleza

(29.Nov.2013 – 23:58)

 

 

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