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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

(6417) - A SERGIO O QUE É DE SERGIO...


 


                                                 Esclarecimento

Tenho ouvido varios  cantores interpretar a morna do meu pai, Sergio Frusoni,“ Tempe de Caniquinha “, mas não tive ainda o prazer de ouvir uma interpretação que tivesse utilizado na integra a versão original. O mais grave é que por vezes tenho ouvido utilizar palavras que não têm sentido e que não respeitam a rima seguida pelo meu pai. Ter lido no You tube que esta morna foi composta por B.Leza e Sergio Frusoni, deixou-me estupefacto.

Devo esclarecer o seguinte: a morna foi escrita e musicada pelo meu pai. Foi pela primeira vez interpretada pelo meu irmão  Franco Frusoni no Conjunto Cénico  Castilhano.

 Uma parte da letra original encontra-se no livro de Valdemar Pereira “ O Teatro é uma Paixão a Vida  é uma Emoção “, página 178. Completei a letra que tenho de memória de tanto a ouvir cantar em casa.

De seguida, a letra original para  quem a quizer conhecer:

      

Sanvecente um tempe era sabe

Sanvecente um tempe era ôte côsa

Cónde sês modjêr ta usába

Um lenço e um xales cor de rósa

Um blusa e um conta de coral

 

Cónde na sês bói nacional

Tá mornód tê manchê

Cónde sem confiança nem abuse

Tá servid quel cafê

Ma quel ratchinha de cúscús.

Cónde pa nôs Senhóra da Luz

Tinha um grande procisson

Cónde ta colóde Santa Cruz

Ta colóde pa San Jon

Lá na rebêra de Julion

 

Cónde ta cutchide na pilon

Tá cantá na porfia

Cónde ta tchuveba e na porte

Ta vivide que mas sôrte

E que mais aligria.

 

Povo ca ta andá moda agora

Na mei de miséria tcheu de fome

Ta embarcá ta bá  ‘mbóra

Sem um papel, sem um nome,

Moda um lingada de carvon.

 

Era colheita na tchôn

Era vapôr na bahia,

Oh Sanvecente daquês dia

Atê góte de Manê Jon

Tá ingordá na gemáda.

 

 
Lá pa quês rua de moráda

Era um data de strangêr

Era um vida folgáda

Ciçarône vida airáda

Ta nadába na dnhêr.

 

De nôte sentód na pracinha

M’ ta partí gônhe assim…

Pa mim pa bô, pa mim,

Pa mim pa bô, pa mim

Era tempe de caniquinha…

 

 

Genova, 11 de Janeiro de 2014

Fernando Frusoni





 

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