Não estou a ver a congregação dos fiéis a ir ao Vaticano queixar-se ao Papa, cada vez que o pároco da freguesia não consegue represar a flatulência durante a missa!
Sou dos que acham que as hierarquias, como fenómenos de regulação do funcionamento das instituições sociais, políticas ou militares são uma necessidade natural...Creio que a cadeia das responsabilidade institucionais deve ombrear com os diversos níveis dos poderes decisórios, sem o que qualquer tipo de organização perderia o equilíbrio funcional, tornando-se caótica e aleatória...
Mas, como é óbvio, hierarquizar não pode significar dominar, escravizar, desmandar: tem que ser sinónimo de organizar, de partilhar responsabilidades dentro de uma ordem mais aceite do que imposta, sob pena de se criarem situações de autocracia discricionária...
Por isso, achei por demais exagerada a declaração do autarca que, há dias, declarou que iria exigir explicações ao Ministro da Saúde, porque a Direcção Clínica de um Hospital tomou determinada decisão acerca de um doente neuro-traumatizado
que, por um infeliz conjunto de circunstancias adversas teve que ser transportado ao longo de 400 quilómetros, de ambulância e helicóptero até ao local onde podia ser atendido da melhor forma: um serviço de Cuidados Intensivos...
No momento, o edil fez tábua rasa de uma cadeia hierárquica que me parece deveria ser seguida por quem, inclusivamente, é parte integrante da hierarquia autárquica...
Pensamento muito bem elaborado, Zito. Estou completamente de acordo. Claro que a hierarquia não pode extinguir-se na formalidade, tem de primar acima de tudo pelo princípio da competência, o que nem sempre acontece, sobretudo nos dias de hoje, chez nous.
ResponderEliminarAliás, eu creio que, cada vez mais, por esse mundo fora, as hirarquias se constroem em bases de clientelismos politicos, sociais e até étnicos...A competencia vem sendo substiuida pela obediência, pela subserviência, pelo compadrio...Porca miseria!
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