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quarta-feira, 5 de março de 2014

[5718] - HISTÓRIA DAS COMUNICAÇÕES-RÁDIO EM CABO VERDE - {5}...

 
Os Primeiros Radiotelegrafistas em Cabo Verde
Durante a II Grande Guerra

 As comunicações com as ilhas de Santo Antão e do Sal, apesar de algumas dificuldades principalmente no período da noite, onde era necessário ter ouvidos muito apurados para receber o serviço, cumpriam a missão.Em janeiro de 1942, as estações a operarem no Mindelo, começaram a notar interferências na recepção de sinais.
Como a situação se agravou principalmente no receptor da estação directora instalada no QG do comando militar, o chefe da estação 1º cabo Armindo Carvalho informou o 2º sargento António Maria da situação.
O 2º sargento António Maria, depois de ouvir durante três dias essas interferências, concluiu da possível existência de um emissor clandestino na ilha., informando de imediato o Cap. (Eng).

O Cap. (Eng) Guardiola deu conhecimento da situação a um inspector da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).
A (PVDE) iniciou de imediato a procura desse possível emissor, sem resultados imediatos.
Duas semanas depois destes acontecimentos o 1º cabo Armindo de Carvalho e o 2º cabo Santos, radiotelegrafistas no posto director do QG do comando militar, num passeio pela ilha descobriram uma antena estendida no telhado duma casa.
Enquanto o 1º cabo Armindo de Carvalho ficou de vigia à casa o 2º cabo procurou o  Cap (Eng) Guardiola e o 2º Sargento Telegrafista António Maria.
Com a chegada destes militares acompanhados por um inspector da (PVDE) e um graduado da legião portuguesa (LP), a porta da casa foi arrombada no preciso momento em que um civil de auscultadores nos ouvidos e a chave morse na mesa iniciava uma transmissão, enquanto a mulher segurava uns papeis.

Os civis, foram identificados como sendo o comerciante Mário Ribeiro e sua mulher Isaura, chegados ao Mindelo dois meses antes destes acontecimentos, vindos da cidade da Praia (ilha de Santiago). Foram levados presos para o forte onde estavam instalados os três elementos da (PVDE) e meia dúzia de indivíduos da legião portuguesa (LP).
TC MANTM António Maria Viegas de Carvalho.

Continua: o espião.

1 comentário:

  1. Este relato é interessantíssimo e merece o apreço de todos os que se interessam pela preservação da memória das Forças Expedicionárias a Cabo Verde. Tem a ver também, e muito, com a história da ilha de S. Vicente, parcela que era de um Portugal que ia então do Minho ao Algarve.
    O meu camarada de profissão TCor Viegas de Carvalho merece o nosso aplauso pelo seu trabalho de pesquisa e pela reconstituição dos factos, que aqui nos traz com clareza descritiva.

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