É preciso atenção com demagogia sobre a pesca. Não são raras as vezes que aparecem grupos ideologicamente bem identificados utilizando a questão da pesca para fomentar um pseudonacionalismo pouco sadio e atacar a UE e outros países do mundo acusando-os de roubar de comer no nosso prato, enfim a vulgata demagógica de sempre que serve para arrebanhar votos e campanhas desonestas, desconhecendo que muitas vezes são as incompetências, os desleixos de sempre que caracterizam o nosso país, e talvez corrupção instituída, os responsáveis pelas situações desfavoráveis a Cabo Verde. Esta linguagem acusatória foi chão que deu uva, começou com as campanhas demagógicas de JMN para alcançar o poder a todo custo e toda a gente sabe em que é que deram. E depois aparecem pessoas com muita lata não imaginando que o país é ainda insustentável ainda no limite da viabilidade, sempre com mão estendida, não lembrando que tem beneficiado e muito do seu desenvolvimento de 40 anos ajuda donativos de todos os países da EU acusados de egoístas, para além da preciosa ajuda americana. Quem não se lembra da generosidade de Portugal da Espanha da França do Luxemburgo da Holanda da Dinamarca da Suécia para não enumerar todos os países da Europa, da China dos EUA. Portanto é preciso acusar com fundamentos e analisar com mais profundidade as situações em vez de ficar pela superfície. Os problemas das nações começam em casa com o seu próprio povo e dirigentes. Para haver corruptores há que haver corruptos. Onde estão os orquestradores das campanhas? Quem são os incompetentes?
Agora uma coisa é verdade e os cabo-verdianos têm que perceber que não pode haver almoços grátis, os acordos têm que se bem estudados e negociados pois no mundo e no concerto das nações, não há amigos mas parceiros, e todos vão puxar a brasa à sua sardinha. É preciso começar a falar a verdade aos cabo-verdianos em vez de os habituar a ilusões, mentiras ou inverdades. O mundo que se anuncia é um mundo em que cada um vai ter que se desenvencilhar e saber defender da melhor forma os seus interesses.
JOSÉ FORTES LOPES
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