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segunda-feira, 17 de março de 2014

[6678] - S.VICENTE E O TURISMO...

 
TONY PARK
 
Este é o escritor australiano que colocou de rastos a oferta turística de S.Vicente de Cabo Verde, a menina-dos-olhos de muitos, autóctones ou não, que sofrem as torturas do inferno quando dizem mal da sua ilha...Mas, claro, há sempre um mas, quando se visionam as coisas com os olhos da razão; por isso, vejamos o que pensa o José Fortes Lopes do assunto:
 
...oooOooo...
 
Eu também concordo com o ponto de vista do Tony Park e de muitos que tenham uma visão do mundo para além do horizonte da ‘Tapadinha’ por muito dura que seja para os mindelenses. Este artigo cai como uma bomba na hora H, e quem ama S. Vicente esta ilha bonita a sua gente só pode ficar triste com o que vê ou seja engolir sapos. Este homem não estava para tratar do ego e o nacionalismo bacoco dos cabo-verdiano, nem veio para fazer dançar coladeira mas sim fazer o seu turismo, e sim resolveu escrever uma artigo dizendo o que sentiu a sua percepção da terra, como viu as coisas no curto espaço da sua estadia. Se exagerou não cometeu nenhum pecado pois eu já vi pior na minha terra soncent.

Oxalá que faça pensar aos 'Papas' dos cluster pois como bem disse o Tonecas é verdade, CV é mais basofaria de crioulo fechado no seu umbigo. Mais uma razão para ampliar as nossa críticas aos 40 anos de pseudo-desenvolvimento, e eu digo andar para traz em toda a linha não obstante uma aparente desenvolvimento material sustentado pelas ajudas.

O diabo é que esta ilha tem um bom potencial mas não tem visão. As geração actual comparada com a do início e até meados do século passado é uma vergonha. É outro S. Vicente. O serviço o atendimento numa repartição num bar num restaurante,é uma lástima de má qualidade a displicência é total, a bandalheira, e o nivelamento feito para baixo. Não existem lojas de qualidade, actividade cultural etc.

Qualquer pessoa com o mínimo de vivência faz este diagnóstico. Como dizem para ver a realidade de uma ilha é preciso sair dela ou não fazer parte. Se querem turismo exportação etc é preciso dar uma volta a 180º. Senão a solução é pedir esmola eternamente, a semi-indigência, pois turismo ou industria superficial e desorganizada só prejudica. Não se pode tomar esta crítica pelo aspecto negativo mas sim ver onde se deve melhorar. Mas é verdade que a ilha precisa de dar uma grande volta e entrar pelo menos na era do progresso social e económico para voltar a ser uma grande ilha como foi outrora.

Eu sempre disse que Mindelo e Cabo Verde precisam de um novo conceito: um autêntico Resgate, desculpem-me os amigos que detestam esta palavra, pois mais fundo só resta o abismo. Tem que voltar a página dos 40 anos, de atraso e sub-desenvolvimento. Mas sinceramente estou muito preocupado com os nossos recursos humanos que a propaganda dizia que era a nossa riqueza. O que se tem visto nos últimos 20 anos não é nada encorajador. Temos que reclamar a nossa ilha de volta e lutar pela Regionalização para dar a volta á situação.

5 comentários:

  1. É isso mesmo, José. É preciso sair da ilha para se poder vê-la com olhos de ver e isso implica necessariamente usar padrões de avaliação que tenham em conta outras realidades exteriores com as quais nos podemos emular. Porque se o que está em causa é a capacidade de competir no mercado global, há que meter na cabeça que o turista não nos visitará por compaixão ou espírito de solidariedade, mas para fruir alguma coisa em função do que está disposto a gastar. Mas esta noção parece estar derrogada na cabeça daqueles que não querem "sair" da ilha para a poderem ver melhor, à escala das exigências actuais, preferindo satisfazer-se prosaicamente com as estafadas e idiotas tiradas que já conhecemos: "Soncent ê sabe pa cagá". É normalmente gente cristalizada no tempo, gente medíocre, sem visão e sem vontade sequer de participar em qualquer espaço de discussão sobre o futuro. É aquela gente de que bastas vezes já falámos. De facto, é preciso dar uma volta de 180 graus, mas quem a dará e com que meios se sabemos da apostasia do governo central em relação à nossa ilha e se conhecemos a estreiteza de vista e de vontade da parte do poder local?

    Abraço

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  2. O mal o pecado mortal da cabeças pensantes da governação de Cabo Verde e de S. Vicente foi, ao contrário do Brasil arrasarem a maioria do legado urbanístico do passado., etc

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  3. De acordo com tudo que foi dito, quer o artigo do australiano, quer os comentários ao mesmo. Acontece que S. Vicente, onde a maioria entrou eufórica pela independência adentro, perseguindo, espancando e expulsando os conterrâneos, que advogavam outros caminhos de autonomia, ficou refém da propaganda e das esmolas pontuais, daqueles que pomposamente se assumiram como poder em Cabo Verde. Esse poder determinou a desertificacao de S. Vicente, com o argumento de que esta ilha já teve o seu tempo, e que agora é o tempo do Sul, ou seja de Santiago. Os partidos de Governo, na Praia, conseguiram convencer os seus fiéis, em S. Vicente, com a tese de que em S. Vicente nao é possível o turismo, porque a ilha é só rochas, para assim nao terem de se preocupar com investimentos nessa área, aliás, em nenhuma área. Considero o artigo, do australiano, bastante suspeito, porque vem confirmar a tese daqueles que desviam a concretizacao de todos projectos, previstos para S. Vicente, para a Ilha de Santiago, ou outras ilhas menos importantes. Duas estradas importantes para o turismo: Mindelo-Baía das Gatas e Mindelo-Calhau, ainda nao foram asfaltadas, continuando calcetadas, como no tempo do meu avô, Os nossos "amigos" do Sul, e os outros, batem palmas, ao lerem artigos destes, em relacao a S. Vicente

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  4. Apenas uma palavrinha, à margem do contexto, para referir que, em 1958, em Cazombo-Angola, fui picado por um escorpião...Como era de noite, não lhe vi a cor, mas não creio que fose vermelho!
    Mas, como não sou de guardar rancores, dou as boas-vindas a este!
    Braça,
    Zito

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  5. Mas o Escorpião Vermelho, de espécie ainda não identificada, está certo em tudo o que escreveu. Oxalá apareça mais vezes.

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