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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

[7269] - CABO VERDE - CRÓNICA DOS QUE DECIDIRAM FICAR


MANUEL ANTÓNIO MARTINS – O “NAPOLEÃO” DAS ILHAS…
A história de Manuel António (1771 – 1845), em Cabo Verde, começa no ano de 1793 quando, com apenas vinte e um anos de idade e como capitão de um pequeno veleiro, o “Sumaca”, aporta à Boavista depois de castigado por uma forte tempestade na viagem Faial – Canárias. 
“Napoleão”, depois de vendar a carga, começou a usar o navio no comércio entre as ilhas,  formando uma empresa de navegação notavelmente bem sucedida.
Casa-se, um ano depois, com Maria Josepha Ferreira, filha de Aniceto António Ferreira, Capitão-mor da ilha da Boavista. O casal teve dezasseis filhos tendo, muitos deles, seguido os negócios do pai.
Manuel António Martins era natural da cidade de Braga, filho do espanhol João António Martinez Cosqueiro e da italiana Bernarda di Autrello,  ambos imigrantes naquela cidade.
…” Foi o principal responsável pelo povoamento da Ilha do Sal, tendo sido designado “Prefeito das Ilhas”; fixou escravos na ilha desde 1799, para explorar as salinas de Pedra de Lume e descobriu um pântano propício a essa actividade, a poucos passos dum ancoradouro. O acesso ao pântano teve que ser aberto a braços de escravos, que escavaram, em 1804, o túnel que permitiu a exploração das salinas. Em 1830 funda oficialmente a vila de Santa Maria, na ilha do Sal, tendo mais tarde estendido os seus negócios à vila de Pedra de Lume”…
Em 1816 estabelece com Samuel Hodges, “The Stoughton – Massachusetts” uma parceria de “negócios” que envolve o contrabando de mercadorias americanas, a bordo de navios africanos, para portos ao longo da costa ocidental africana. Mais tarde, o Governo americano nomeia Samuel Hodges como primeiro cônsul dos Estados Unidos em Cabo Verde e Manuel António Martins, vice-cônsul.
Foi deputado por Cabo Verde às Cortes Constituintes de 1821… Ao tempo “escreveu vários artigos em periódicos da “metrópole”, contra os seus detratores e inimigos residentes na Província”
De 1833 a 1835, foi Governador de Cabo Verde / Guiné e nomeado Conselheiro Real (cargo que abandonou devido à revolta do Batalhão Açoriano).
É de sua responsabilidade a construção do Forte Duque de Bragança, localizado na ilhota frente à cidade de Sal Rei, na Boavista e a canalização de água potável (fontanários) na cidade da Praia e na vila de Nova Sintra, na Brava.
Tornou-se o principal armador de Cabo Verde, administrador do comércio de Urzela e outros importantes negócios,  o que faz dele o cidadão mais rico e influente do arquipélago… 
…” Várias vezes socorreu e custeou as despesas de mantimentos em épocas de fome”. Deixou uma vasta prole, alguns dos quais bem conhecidos em Cabo Verde. 
In- Cape Verde Heritage.
Pesquisa de A.Mendes


7 comentários:

  1. Praia de Bote levanta-se do túmulo dos comentários para dizer que esta biografia é digna de romance e/ou de filme. Grande stóra, cheia de tudo quanto é interessante.

    Braça com a tensão a 21, de tanto sal,
    Djack

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  2. Dois "Prolistas" conchido:

    Augusto de Sousa Machado e Augusto Vera Cruz.... e muitos que leva "Martins"

    Segundo "O esquina do Tempo"...

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  3. Muito importante é este relato, porque muito pouca gente conhece a biografia de Manuel António Martins.

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  4. Talvez seja útil referir:

    O navio que deu à costa, dito "Sumaca" deve referir-se ao tipo de embarcação -- Sumaca -- " navio pequeno, à vela, geralmente com dois mastros, comum na América do Sul até inicio do século XX, principalmente na navegação cabotagem"... diria: Um "Carvalho" de Ferrinho!

    Pesquisei e não encontrei nenhum navio com o nome de Sumaca... daí concluir que, o articulista, se refere ao tipo de embarcação.

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  5. Parabéns ao amendes pelas suas laboriosas pesquisas e pelas excelentes informações que amiúde nos disponibiliza.

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  6. Manoel Antonio Martins de quem sou descendente duas vezes porque os meus bis-avos maternos Aniceto Ferreira Martins e Mariana de Senna Martins eram primos irmaos, ambos netos de Manoel Antonio Martins.
    No meu livro Cabo Verde Terra de Morabeza fazemos varias referencias a ele, e ao seu grande legado.

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  7. Esta foto dele foi-me oferecida pelo meu primo Fausto Martins e esta livro onde a pessoa que escreveu este artigo a foi buscar.

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