07 Outubro 2014
Eu, Jorge Joaquim Soares, após conhecimento da entrevista do Sr. Jorge Tolentino emitida pela comunicação social, sobre os 150 ex-combatentes da liberdade da Pátria e mais 23 antigos presos políticos cabo-verdianos, que foram detidos pela Polícia Política Portuguesa, durante a luta pela independência.
Por: Jorge Joaquim Soares
Presos de Cabo Verde
Enfatizando tal comunicado, o Sr. Jorge Tolentino não lembrou as prisões feitas pela Polícia Política Cabo-Verdiana no ano de 1977. Foram maltratados muitos homens que lutaram clandestinamente, ao lado da UCID, para que houvesse democracia em Cabo Verde.
Enfatizando tal comunicado, o Sr. Jorge Tolentino não lembrou as prisões feitas pela Polícia Política Cabo-Verdiana no ano de 1977. Foram maltratados muitos homens que lutaram clandestinamente, ao lado da UCID, para que houvesse democracia em Cabo Verde.
Não restam dúvidas que foram homens corajosos, que não tiveram medo de enfrentar esse terrível monstro, na altura, que foi o PAIGC, e que muitos homens conseguiram aguentar a tortura feita, casos de choques eléctricos e espancamentos que provocaram a morte lenta de Toy Ferro, Titino Boxer, Eloy Sousa, Lulu Marques, Joãozinho Dadal, etc...
Achamos estranho, (porque nós tomamos a independência no ano de 1975) após 38 anos aparecerem mais de 150 combatentes. Será que a associação dos combatentes esqueceu esses senhores?
Acho que os cabo-verdianos precisam saber a verdade porque foram informados que nós éramos um grupo terrorista, que queria acabar com São Vicente. Pura mentira!
Esses senhores fizeram essa luta clandestina para que houvesse Liberdade Igual para Todos, visto que a maior parte das pessoas vivia perseguida por não simpatizar com o regime de partido único. Tivemos a nossa independência, mas não tivemos liberdade de expressão.
Nós não somos contra qualquer homenagem ou benefício a favor dos combatentes, mas pedimos sim, justiça e reconhecimento. Julgamos que os direitos humanos são para todos.
Esses senhores do PAIGC-CV sabem que a verdade vem sempre depois da mentira. Alguns de nós ainda estão vivos para contar a história.
Nota - O instrumento constante da foto que encima este testemunho, é um telefone de campanha, que gera uma forte corrente eléctrica quando se movimenta, enérgicamente, a manivela visivel...
Essa corrente é transmtida a dois cabos condutores cujas extremidades são ligadas aos dedos maiores de ambos os pés das vítimas...
É a estes "choques eléctricos", insuportáveis, que o Senhor Soares se refere no seu desabafo
Essa corrente é transmtida a dois cabos condutores cujas extremidades são ligadas aos dedos maiores de ambos os pés das vítimas...
É a estes "choques eléctricos", insuportáveis, que o Senhor Soares se refere no seu desabafo
A verdade nunca é unívoca. Ha sempre, e pelos menos, dois lados da questão, sobretudo quando se trata de uma questão tão complexa e dolorosa como é o caso. Daí que a História recente de Cabo Verde, deva escutar, analisar, ponderar e exarar todos os ângulos dos acontecimentos que acompanharam o "Verão quente de 77". E este caso não é excepção! Note-se: está ainda para ser contada também a história da famigerada reforma agrária, a história das autorizações arbitrárias de entradas e saídas de cidadãos cabo-verdianos no seu próprio país. A perseguição e a expulsão de nacionais das ilhas da sua terra; a recusa de cidadania a cabo-verdianos de todos os costados; a cassação do seu registo de nascimento com o grande risco vermelho para a sua inutilização; a inexistência constitucional de qualquer alternativa ou de alternância político ou partidária em Cabo Verde etc, etc, e etc,. Tudo isto se passou no «chão» deste Arquipélago já país, entre 1974, (depois do 25 de Abril) 1975 a 1990 ( este último, ano do início da Democracia (que não precisa de adjectivação...) Nada de memória curta, se faz favor!
ResponderEliminarAbraços
Por dever de ofício, conheço bem esse tipo de telefone e calculo o que seria a tortura infligida sobre os detentores de opinião contrária naquele tempo de partido único. Toda a verdade tem de vir ao lume, nomeadamente a que desmistifica alguns falsos heróis e faz justiça àqueles que foram perseguidos e conheceram a mão impiedosa da repressão política no pós independência.
ResponderEliminarQuem vai começar ? Quem vai lançar a bola de neve que se tornarà avalanche ? Enquanto isso não suceder muitos assassinos são considerados herois pelos capangas e comparsas, sem falar dos seguidores.
ResponderEliminarO mais triste é que temos gente capaz de produzir trabalho de grande valor mas, misteriosamente, encolhem-se quando deviam abrir-se.
Temos dois comentàrios encorajadores e se cada um vier com um pequeno capitulo abrimos o livro das verdades..
Força, gente !!!
1977 ano charneira em que o PAIGC tornou-se poder ao assumir as rédeas de tudo. Até então S. Vicente era irreverente aos poderes. a partir de agora tinha que contar com um poder musculado capaz de usar a violência como arma política.
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