DO JORNAL "VOZ DE CABO VERDE" - 1911
O Amendes interroga-se sobre se este Regulamento de 30 de julho de 1910, aínda estará em vigor..Pessoalmente, ainda nos recordamos deste açucar escurinho que, salvo erro, nos chegava da ilha do Maio...Haverá, por aí, certamente, alguem que possa opinar sobre este assunto...
Pão-de-Açucar (Japão) |
Trata-se de um caso conhecidíssimo do qual ainda hoje falam em Selada. Acontece que se tratava de nhô Lela Groguim, funcionário público na Praia e monárquico ferrenho que idealizou um reino no ilhéu de Santa Maria, do qual seria monarca. Para isso tinha o apoio de El-Rei D. Manuel II de Portugal que lhe tinha afirmado em carta (esta está exposta no Arquivo Nacional de Missivas na Praia) que primeiro o faria cavaleiro e depois lhe outorgaria o título de duque - o qual lhe daria a legitimidade para se poder tornar Rei de Porverde, um reino filho de Portugal mas de raíz genuina crioula cabo-verdiana. Derrubado o Rei português pela República de 1910, Lela Groguim viu o seu principal apoio desfeito e deprimido acabou por se suicidar. No momento do mergulho pronunciou palavras célebres que ainda ecoam pelas encostas de Santiago: "Antes fogóde na grogue que Rei sem croa". E assim acabou cerce a ilusão de um Porverde fronteiro a Santiago. Daí a maldição que caiu sobre o ilhéu de Santa Maria que ainda hoje persiste...
ResponderEliminarEu podia contar mais sobre este pobre Lela Groguim que não conseguiu ser Rei Lela I, mas isso ficará para outra vez,
Braça real,
Djack
O Djack tem arquivos exclusivos onde ninguém entra. Nem governos nem maçonaria, pelo que se ele o diz é porque sabe do que fala. Quanto a esse açúcar escurinho, lembro-me bem dele e era saboroso. E não tinha os inconvenientes para a saúde que advêm da refinação. Mas acho que não devia vir do Maio porque nessa ilha não há cana nem engenhos, que eu saiba.
ResponderEliminarQuanto à proveniência do pão-de-açucar cabo-verdiano, tenho dúvidas, claro...Já passou muito tempo e posso estar sugestionado pela semelhança com o queijo em cone...
EliminarCuidado que o Djack nestes casos é dado a invenções. O sujeito é investigador seriíssimo quando o deve ser mas se se fala de tanques de açúcar em calda e de João ratão inventa logo um stóra, ahahahaha
ResponderEliminarBraça com pintura,
Djack
E ainda por cima não existe nenhum "Arquivo Nacional de Missivas" na Praia, ahahahaha. Este Djack ainda é pior que o Djosa para inventar.
ResponderEliminarAndei por outros mares de águas ardentes (deferentemente) e despercebi-me deste assunto dos Pães de Açúcar que não podem ter vindo da ilha do Maio terra de Nho Manite que era mais uma pirâmide que um punzim d'açucra" da ilha do Senhor Santo Antão que nem é padroeiro do néctar canense.
ResponderEliminarAos oito anos descobri o trapiche de Nhô Lela Silva, na Ribeira de Janela, onde eram fabricados esses cones enquanto os bois iam rodopiando na faina de triturar a cana. Penso não ter visitado o lugar uma segunda vez por interdição do encarregado de educação devido uma fusca que apanhei com a calda da cana que deram ao "minine bravinha de Sumcente". Com o recuo cheguei à conclusão que a bebida que me deram, muito doce, tinha uma mistura qualquer. Não afirmo; suponho. Isto tudo para vos dizer que o melhor açúcar escuro para se comer com a "farinha de pau" de S. Nicolau é o Sintantom.