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terça-feira, 10 de março de 2015

{7881] - LEGALIZAR A ILEGALIDADE...


OS CONTRATADOS CABO-VERDIANOS DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE
SERÃO "LEGALIZADOS" ATÉ AO FIM DO ANO...

Foi a primeira das situações à qual se fez referência logo após a independência numa entrevista a Pedro Pires,  no hotel IMAX, de Roterdão. A coisa ficou sem efeito apesar do meso P. Pires haver dito que essa situação era uma prioridade na agenda do PAIGC.  Porém,  ficou apenas na agenda... Em 1989, de novo em Roterdão, no mesmo Hotel, outra entrevista ao mesmo P.P.,  já em vias de entrar a "mudança", a mesma questão foi colocada, ficando mais uma vez adiada pelos efeitos políticos que se conhecem... No entanto após a entrada do MpD, nada de novo em plena navegação política do Carlos Veiga.

Entrou,  depois e desta feita o PAICV,  e quando Álvaro Apolo foi convidado a
preparar e organizar o IC (Instituto das Comunidades), fui diretamente convidado a fazer parte no secretariado, coisa que nunca aceitei. No entanto, nunca deixei de oferecer o meu apoio de toda uma experiência de anos a fio, conhecimentos, apontamentos, estudo, participação e convívio com asnossas comunidades espalhadas pelo mundo, uma das quais sempre, desde a primeira hora, a de S.Tomé. Sempre me fez muita perturbação, espanto e revolta ver a desfaçatez, indiferença e o desinteresse da classe dirigente de CV para com estes conterrâneos que,  pelo andar da carruagem e com tantas estátuas espalhadas ao vento nas ilhas, por tudo e por nada ninguém se lembrou dessa brava, sacrificada e escravizada gente levada para S. Tomé e Principe. Esses sim, deviam ser homenageados porque são os verdadeiros heróis do século XX, como exemplo duma colonização animalizada, exploradora de gente indefesa, manifesto selvagem do capitalismo egoísta sem ordem nem lei.

Depois de muita insistência, lá o Zema, finalmente foi fazer o seu papel obrigatório numa primeira visita dum dirigente oficial de Cabo Verde a essa comunidade. No entanto, com todas as evidências históricas, números, testemunhos e originais protagonistas ao vivo, apesar de todas as lágrimas sentidas do 1ºministro, tudo ficou igual com palmadinhas nas costas e uns míseros escudos de consolação... A meu ver, acho que todas as comunidades pelo mundo deviam unir esforços, preparar uma equipa de pessoas como o José, o Luiz, o Arsénio, caso quisessem,  para preparar um dossier sobre este assunto e apresentar um testemunho digno ao Tribunal Internacional dos Direitos do Homem. Esta facto dos cabo- verdianos de S. Tomé e Principe, deve ser divulgado ao mundo e dando a conhecer, no âmbito da CPLP, que existe desde julho de 1996, a injustiça destas democracias.

Um brassa criol pa tud gente!

Veládimir Cruz

2 comentários:

  1. Grande denúncia a esta pouca vergonha internacional

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  2. O Veladimir Cruz falou na CPLP. Pergunta-se como foi possível que no seio dessa comunidade tivesse sido ignorado este problema.

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