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sexta-feira, 13 de março de 2015

[7893] - A PORTUGUESA...



Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal, 
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal! 
Entre as brumas da memória, 
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós, 
Que há-de guiar-te à vitória! 

Às armas, às armas! 
Sobre a terra, sobre o mar, 
Às armas, às armas! 
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar! 

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas! 
Sobre a terra, sobre o mar, 
Às armas, às armas! 
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar! 

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas! 
Sobre a terra, sobre o mar, 
Às armas, às armas! 
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

(Letra de HENRIQUE LOPES DE MENDONÇA)

6 comentários:

  1. Então e o colega, o Alfredinho? O da música? Isto, porque a música todos os futebolistas sabem (embora desconheçam de quem é), mas a letra... engasgam-se, movem os lábios a fingir, etc. e tal (o post do Ac'A é boa pedagogia para contrariar essa falha). E o Alfredo Keil não é só importante pela música de "A Portuguesa" mas por outras músicas e por ser um pintor muito significativo do período romântico. E por ser pai de marcante arquitecto do século XX, Francico Keil do Amaral (estações iniciais do Metropolitano, por exemplo, ou a casa de Mário Soares em Nafarros com seu compartimento secreto para a literatura clandestina que nunca foi encontrado pela PIDE), e avô de outro das mesmas lides, o Pitum Keil do Amaral. Estes dois com ateliê nas Águas Livres, onde vasculhei arquivos durante três meses, por conta da FCG.

    Quanto ao fantasmagórico pau da bandeira, acho que o Ac'A deve mandar pintá-lo, não vá a gente pensar que é o do "Gavião dos Mares" ou o do "Senhor das Areias", agora feitos navios-fantasmas.

    Já agora, que estamos em "Portuguesa", sugiro uma passagem pelo Youtube e pelo original de Carlos Cano (e suas versões) de "Maria la Portuguesa".

    Braça bandeirística,
    Djack

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  2. Depois de o Djack se pronunciar, está tudo dito.

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  3. Fantasmas à parte,a intenção do post é de dar a conhecer a LETRA COMPLETA do hino já que, via de regra, apenas se canta um terço dela. Quanto à música, creio que todo o mundo sabe do Keil mas garanto que mais de 90% dos portugueses desconhece o autor da letra do seu hino. Diz bem o Djack: a intenção é pedagógica e, se o não for, a culpa não é nossa!
    Braça de sô sôr!
    Zito

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  4. Sinceramente não conhecia toda a letra na sua extensão

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  5. Bom dia! Nunca me esqueci da letra. Acho-a vibrante, embora quase todos os hinos façam apelos belicistas, parece que é mesmo assim. A letra terá sido feita no auge do ""Ultimatum" e o verso posteriormente substituído por: " contra os canhões, marchar, marchar!..." Fora antes: "contra os Bretões marchar, marchar!... Não esquecer que quase toda a poesia de Henrique Lopes de Mendonça é épica/nacionalista, fruto de uma época e de um contexto histórico, em que o "brio" português estava subjugado pelo tracejado do "Mapa-cor-de-Rosa" .
    Abraços
    Ondina
    Excepção feita ao hino de Cabo Verde em que a dupla Amílcar Spencer / Betú (Letra e música) fizeram questão de um poema de fraternidade.

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    1. Tudo certo, amiga Ondina...O Arrozcatum já há uns tempos tinha referido essa do último verso do refrão: bretões em vez de canhões, numa clara alusão aos ingleses e ao roubo descarado do chamado "mapa côr-de-rosa"...Acidentes da História!
      Mantenha,
      Zito

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