Estou revoltado, desiludido e triste com a classe política cabo-verdiana. No momento de crise que vivemos, com funcionários públicos de alguns sectores com salarios congelados há já alguns anos, aumento do IVA de 15 para 15,5%, das tarifas de energia e agua (e aumento do próprio IVA sobre estes mesmos bens fundamentais), a classe politica cabo-verdiana acaba de aprovar o ESTATUTO DO TITULAR DE CARGOS POLÍTICOS, aumentando as regalias que estes vinham usufruindo ate hoje as custas dos CONTRIBUINTES.
Eu, como professor e funcionário público, tendo como entidade patronal, o Ministério da Educação, vi o meu salário de Março descontado cerca de 4.000,00 (quatro mil escudos) por ter aderido a greve dos dias 24 e 25 de Março de 2015, greve essa em que lutávamos e continuamos lutando pelos nossos direitos adquiridos que continuam sendo constantemente sendo violados, e principalmente, lutando contra a precariedade do emprego para as gerações vindouras, meus e nossos filhos, netos, etc…, que um dia vierem a escolher esta nobre e maravilhosa profissão. Neste ponto aqui, em termos de manobra politica, tiro o chapéu ao MPD, em que, enquanto governo, e da greve dos professores na época, não descontou um único centavo aos professores, porque sabia que a reivindicação era justa e os professores tinham razão na realização da mesma.
Depois de dez anos prestando serviço ao Ministério da Educação, como professor da escola Jorge Barbosa, e ter participado ao longo destes anos em actividades extra curriculares, como voluntário, não o farei mais, apenas irei fazer o básico e o que o meu contrato como professor me exige, farei como disse um funcionário do Ministério da Educação, que o estado de Cabo Verde só pode pagar o actual salário, e eu só trabalharei e desempenharei as minhas funções de acordo com o que me pagam.
Infelizmente a corda arrebenta sempre pelo lado mais fraco, para recuperar esses meus 4.000,00 ECV descontados este mês, irei cancelar a transferência\quota que faço todos os meses a determinadas associações, pelo menos durante 4 a 5 meses.
A partir de hoje jamais farei vénias a que partido for e já tomei a decisão de nunca mais votar em quer que sejam as eleições a serem disputadas, porque hoje ficou provado, mais uma vez, que não estão no parlamento para defender o interesses dos contribuintes e eleitores, mas sim os interesses deles próprios, dos seus grupos comerciais e familiares. Da politica quero distancia, tenho nojo e estou off, que não apareça nenhum f… d…p... na minha frente a solicitar o meu apoio para campanha, etc…
Carlos Jorge Silva
Um professor revoltado
in Dtudo1Pouco (Tweet)
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Valdemar Pereira
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