Veladimir Romano |
Já cantou e continuamos a escutar que... «eles, comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...»; segundo a filosofia do trovador Zeca Afonso, enquanto homem esclarecido, atento observador dos grupos monopolistas não muito longe das famosas lendas vampirescas, quando na sociedade, procuram inclinar a navegação em benefício próprio sem respeitar a vida humana no seu todo: salta a música.
A recente decisão vinda a lume, desenvolvida no Parlamento caboverdiano onde a sem vergonhice já atinge o teto do inferno, demonstra como não há lição que certa classe dominante e ou dirigente consiga aprender, ainda que uma crise com limites estranguladores e abomináveis como a presente, destruindo economias, famílias, empresários, colocando a fome até níveis jamais pensados em pleno século XXI. Causando aumentos em depressão direta a mais de 70 milhões de pessoas, só na Europa, depois de 2009.
Por ano suicidam-se mais de 60 mil só na Europa dos 27 países; porém, desde 2008, o suicídio jovem cresceu 4,7%; enquanto na América atingiu 6,4%. Em 2007, existiam 212 milhões de pessoas desempregadas no mundo, aumentando esse número em mais 34 milhões até 2009, segundo um exemplar trabalho do "El Mundo", jornal espanhol. Esta tem sido a pesada herança do envenenado desvario e de todo um processo descivilizador provocado pelo sistema capitalista na sua doentia corrupção.
Só não consegue ver o drama mundial duma crise provocada pela ganância e o adultério financeiro quem efetivamente conviva de bem com esta tipologia escravocrata; daqui a quem de direito conheça um pouco mais do mundo que o comum dos mortais, ainda longe da terra natal, não poderá nunca deixar escapar, particularmente num mundo também globalizado pela facilidade rápida e atualizada dos canais informativos, nos elucidem daquilo que é o dia a dia da nação crioula de Cabo Verde.
Tendo assim o mundo no presente este sofrimento carregado na sua psicose, atendendo que países de menor dimensão e economias de pequena expressão, no mínimo que se poderá pedir seria ter a sua classe dirigente mais juízo, boa índole, lutar pela transparência e seguir caminhos realistas a condizer com a dimensão natural das coisas. Mas, não!
De Cabo Verde: sabem aqueles que vão sofrendo na pele as agruras da luta diária contra limitações, aumentando a fome, a tuberculose e até a lepra reaparecendo; elevado desemprego jovem, vida cara, bens de primeira necessidade impossíveis às famílias de os conseguir, droga espalhada por todas as ilhas a níveis inaceitáveis, prostituição desenfreada colocando jovens em risco e sem futuro num mar intempestivo ao qual a mesma classe dirigente não conseguindo encontrar soluções saudáveis, ou mais inteligentes, preferem fantasiar com sumárias inaugurações do último asfalto.
Preferível seria que os estranhos habitantes parlamentares soubessem distinguir em cada mordomia a continuação do sistema de crise aberta e do processo corruptivo entrelaçado a todo o panorama de ideias bizarras, traiçoeiras ao princípio da Democracia. Conjugados pela semântica arrogante, podre, catastrófica, de baixo nível onde políticos de Cabo Verde manifestaram finalmente o seu próprio golpe fatal nas linhas de pensamento daqueles que nunca desejam votar, exatamente por não acreditarem em tal charada ou em tais vampiros fanatizados pelo deslumbramento do poder. Gente sem classe, absorvidos pelo sintoma da vaidade, trazem assim a traição à própria memória não só de Amílcar Cabral, mas de todos aqueles que acreditando num Cabo Verde independente, mas igualmente futurista, em particular, aqueles que morreram corajosamente no campo da luta, seriam hoje possivelmente os novos combatentes contra uma elite que oferece medalhas de ocasião à sua própria matilha.
Assim, quando a inferioridade atinge a política, perguntamos a nós próprios como pôde o mundo chegar a este ponto...?! Pessoalmente, sempre pensei serem as ditaduras o pior lugar deste planeta para qualquer ser humano. De repente, descobrimos afinal vivermos no mais aflitivo dos infernos quando a Democracia não consegue impor a qualidade e a evolução estatutária que todos pensámos um dia. Aflitiva, a ausência humana e a entrega dos eleitores da preciosidade administrativa nas mãos criminosas de tantos vampiros conduzindo a sociedade a tão belo prazer, recheando seus dias de cada capricho.
Se alguns já sabiam; certamente, outros não! Onde reside o bem mais precioso da vida, difícil ficará em descobrir quando os discípulos do sábio e alguns titulares a monges da política, sonham cada um em ter à porta do templo o seu famoso Ferrari. Desta maneira descobrimos que o pormenor da abundância para a República de Cabo Verde (perde), é só para iluminados, infelizmente, sem qualquer tipo de conhecimento espiritual no que toca à racionalidade materialista e, sobre limites para a própria junta de embriagados exultantes, novamente enganando o povo.
É obrigatório que agora o presidente Jorge Carlos Fonseca, como homem da Justiça, conhecedor destas desarmonias, tentações, leviandades e aventuras para a desgraça, saídas da cabeça de gente sem vergonha, desvirtue com a força e energia precisa, todo o processo aprovado no Parlamento a bem da imagem de Cabo Verde e, como alívio a um povo sofredor. O péssimo exemplo fabricado pelos parlamentares e governo, tem a marca de cérebros de gente individualista e perigosa, só merece um caminho: o do lixo!
Veladimir Romano
Seleccionei esta parte deste interessante texto
ResponderEliminar""Preferível seria que os estranhos habitantes parlamentares soubessem distinguir em cada mordomia a continuação do sistema de crise aberta e do processo corruptivo entrelaçado a todo o panorama de ideias bizarras, traiçoeiras ao princípio da Democracia. Conjugados pela semântica arrogante, podre, catastrófica, de baixo nível onde políticos de Cabo Verde manifestaram finalmente o seu próprio golpe fatal nas linhas de pensamento daqueles que nunca desejam votar, exatamente por não acreditarem em tal charada ou em tais vampiros fanatizados pelo deslumbramento do poder. Gente sem classe, absorvidos pelo sintoma da vaidade, trazem assim a traição à própria memória não só de Amílcar Cabral, mas de todos aqueles que acreditando num Cabo Verde independente, mas igualmente futurista, em particular, aqueles que morreram corajosamente no campo da luta, seriam hoje possivelmente os novos combatentes contra uma elite que oferece medalhas de ocasião à sua própria matilha.""
ResponderEliminarPois é, Veladimir, as ideologias e os regimes políticos soçobram perante essa coisa estranha e indefinível nos seus contornes que nos nossos dias ganhou uma expressão medonha – o Capitalismo. O mundo parece estar num beco sem saída, o homem não se reencontra. E nem sequer aparece um Diógenes de Sinope com a sua lamparina a tentar furar o negrume destes tempos. Estamos tramados, seja na América, na França, no Brasil ou em Cabo Verde. Cabo Verde é insignificante demais para preocupar o mundo (capitalista), mas para nós é grande demais para não ouvirmos o silêncio dos que têm fome e não têm voz.
ResponderEliminarVictor Hugo Rodrigues
10 h ·
Ou a ganância oportunista daqueles que deviam ter a consciência das fragilidades económicas de Cabo Verde e não aceitarem ser mercadoria nos planos de um 1º. Ministro leviano, portanto, imaturo, que sonha que está a administrar um grande país, a "República de Santiago"