José F. Lopes |
HÁ UMA QUESTÃO SOBRE A REGIONALIZAÇÃO A QUE TEMOS QUE ESTAR ATENTOS:
DO QUE VALE COLOCAR O MINISTÉRIO DO MAR OU UMA PRESIDÊNCIA QUALQUER EM S.VICENTE?!
PODERÁ ESTIMULAR ALGUM CONSUMO, MAS SERÁ ISSO MESMO QUE QUEREMOS COM A REGIONALIZAÇÃO?
É ISSO QUE VAI RESOLVER AS QUESTÕES DA PERIFERIA, OS PROBLEMAS SOCIAIS E ECONÓMICOS DA ILHA DE S.VICENTE E DAS OUTRAS?
NUMA REGIONALIZAÇÃO DESSE TIPO AS DECISÕES MAIS IMPORTANTES CONTINUARÃO A TER QUE PASSAR PELOS BUROCRATAS DO PODER CENTRAL, NA PRAIA E UMA TAL REGIONALIZAÇÃO, GROTESCA E GROSSEIRA, ACABARIA EM ÁGUAS DE BACALHAU, DE MANEIRA TRÁGICA.
PORTANTO, DESCENTRALIZAR APENAS MATERIALMENTE E NÃO DESCENTRALIZAR OS PODERES E AS DECISÕES NÃO SERVE PARA NADA! OS MINDELENSES QUE FIQUEM AVISADOS!
OS MINDELENESES E OS CABO-VERDIANOS TÊM QUE ESTAR ATENTOS A ESTE ENGODO!
SE PROPUSEREM ISTO É DE RECUSAR LIMINARMENTE: É UM PRESENTE ENVENENADO - A PRAIA ENVIARIA A BATATA QUENTE PARA A PERIFERIA MAS TUDO PERMANECERIA COMO ESTÁ, SEMPRE PUXANDO PELOS CORDELINHOS E SABOTANDO O DESENVOLVIMENTO DA PERIFERIA, QUANDO BEM ENTENDEM E SE LHES DEIXA INTERESSE - COMO TEMOS VINDO A VERIFICAR... NÃO SEJAMOS INGÉNUOS!
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ResponderEliminarEngodos lançados como boias de salvação porque estão todos afogando-se.
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Pior ainda que “engodo”, é esta tentativa de tomar os cabo-verdianos (esclarecidos) por lorpas. Deslocalizar ministérios nada tem a ver com descentralização e muito menos com regionalização. São coisas distintas e até podem realizar-se em simultâneo. Por acaso, na Cimeira, um dos moderadores fez essa destrinça quando alguém que interveio deu mostras de nada saber do essencial desta matéria. No entanto, esse moderador não teve um discurso coerente e consequente.
ResponderEliminarDeslocalizar órgãos e serviços poderá ter um efeito psicológico favorável, na medida em que significa esvaziar da Praia o peso do Estado que lá se concentrou. Mas nada mais que isso porque as decisões continuarão a ser gizadas e dimanadas do poder central, na Praia.
Deslocalizar é desconcentrar e não descentralizar. Este significa tão-só transferir poder e meios. E é o que pretendemos.
O Gualberto Rosário explicou isso bem para o esclarecimento dos de ouvidos moucos ou mentes trancadas. E nós, os do Grupo da diáspora, desde há alguns anos que vimos escrevendo e esclarecendo o público sobre esses conceitos. Eu, por exemplo, tive de fazer “trabalho de casa” durante uns 3 meses seguidos, qual rato de biblioteca, para poder escrever o que escrevi e não falar à toa.
Não acredito que os políticos e os técnicos não saibam do que se trata. O que acontece é que estão a manipular propositadamente o conceito para continuarem a iludir o povo. Note-se que na sala da Cimeira estava escarrapachado o título: “Regionalização, debate, impacto e custos”, mas a discussão centrou-se quase exclusivamente na forma de melhorar o funcionamento das autarquias. As únicas pessoas que falaram de uma forma clara e directa foram o convidado português Luís Valente de Oliveira, o Onésimo Silveira e o cardeal D. Arlindo Furtado. Do resto, apenas superficialidades ou questões casuísticas, como se houvesse algum receio ou constrangimento mental. E o mais estranho é o MpD (do Gualberto Rosário), que, tanto quanto ouvi, quer levantar a bandeira da regionalização, não ter tido uma palavra clara e suficientemente esclarecedora sobre os seus propósitos acerca deste assunto. Onde estavam os porta-vozes do MpD na cimeira? E os da UCID?
Por que é que a palavra Regionalização só ocasionalmente apareceu nas bocas, não como directriz da Cimeira mas como simples alusão esporádica ou subentendida?
Fiquei com a impressão de aquilo foi mais um jogo de espelhos que outra coisa. O próprio José Maria Neves só aludiu ao assunto pela tangente, preferindo falar no reforço das autarquias e na implementação de um nível de autarquia abaixo da câmara municipal, o que tomei por táctica de ocultação. Na táctica militar, quando se quer atacar um objectivo com um mínimo de perdas lança-se uma densa cortina de fumos para cegar o inimigo. Ora, o José Maria parece usar essa técnica. No entanto, surpreendeu-me, porque contraditório, ele, numa intervenção já no fim da Cimeira, aludiu à provável necessidade de uma reforma muito mais ampla do Estado, para lá da regionalização. Mas em que ficamos, afinal?
Enfim, subentendidos, meias-palavras, equívocos, é tudo quanto se vê sempre que o tema Regionalização é abordado ou vem a propósito. Parece não haver sinceridade no espírito das pessoas. Nem coragem política.