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segunda-feira, 25 de maio de 2015

[8178] - CABO VERDE - O DIA DA RÁDIO...

Leonildo Oliveira
9 DE DEZEMBRO
DIA DA RÁDIO OU DIA DO SILENCIAMENTO DAS VOZES QUE DISCORDAVAM DO PAIGC?!

“OU VOCÊS CALAM ESSA RÁDIO OU NÓS TOMAMO-LA”, palavras do Comandante Silvino da Luz, citado por José Vicente Lopes,  em “Cabo Verde, os Bastidores da Independência.”
A História regista que nos finais de 1974 tinhamos condições de ter uma sociedade plural se não fosse o autoritarismo do PAIGC. A tomada de assalto da Rádio Barlavento e do Grémio, por um grupo de militantes do PAIGC e, dias depois, a reabertura da prisão do Campo de Concentração do Tarrafal de Santiago, foram os momentos altos para o nascimento do partido único em Cabo Verde. Segundo o Comandante João Pereira Silva, a tomada da Rádio Barlavento e a prisão dos dirigentes da UDC e da UPICV, constituíram o momento da consagração do PAIGC.
O Governo, em jeito de pré-campanha eleitoral e para satisfazer o grupo de assaltantes, decreta o dia 9 de Dezembro como Dia da Rádio em Cabo Verde, data essa de má memória para os que sempre acreditaram numa sociedade livre e democrática. 
Os jornalistas da Rádio e não só, não devem orgulhar-se desta data por uma simples razão: O DIA 9 DE DEZEMBRO SIGNIFICA O FIM DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE OPINIÃO, E QUE LEVOU CABO VERDE A 15 ANOS DA RÁDIO ÚNICA, CUJO PROPÓSITO “ERA A DIVULGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS IDEOLÓGICOS DO PARTIDO E DAS ACTIVIDADES DO ESTADO.” (Relatório do 2º congresso do PAICV)

Lino Públio Pinto Monteiro - Este pós 25 de Abril merece uma investigação cuidada e imparcial enquanto a maior parte dos actores ainda está apta a prestar testemunho. Neste periodo estava em jogo a INDEPENDENCIA TOTAL E IMEDIATA / UNIDADE GUINÉ CABO VERDE ( paigc ) E INDEPENDÊNCIA SOB A TUTELA DA ONU ( Dr. Teixeira de Sousa, já falecido ) e REGIÃO AUTÓNOMA DE PORTUGAL COMO AÇORES E MADEIRA.

Jose Rui Alem - Segundo o relato,  nos finais de 1974 já não se podia colocar a hipotese de "Unidade Guiné/Cabo Verde",  " independencia sob a tutela da ONU",  nem tão pouco a Regiao Autonoma de Portugal,  como os Açores e a Madeira. A independencia que afastava essas 3 possibilidades foi negociada a 26 de Agosto,  em Argel,  onde o governo português exigiu a separaçao da Guiné Bissau

José Fortes Lopes - Já escrevi um artigo sobre este tema. Alguns amigos acham que este dia foi decisivo para a conquista da Independência e que fui injusto no julgamento, ao privar os mindelenses da sua revolução. Desculpem-me a expressão mas tenho que responder 'uma ova',  pois nunca vi os frutos desta revolução para o povo, para além do facto que as revoluções consomem quem as propaga. Não há pois maior mentira do que esta, pois o futuro de C.Verde estava garantido em 1975 , com ou sem a tomada da Rádio Barlavento. Na realidade foi o dia decisivo para a confiscação total do poder pelo Paigc. Mais nada!  Nunca mais C.Verde foi o mesmo. Plantou-se a partir deste dia o radicalismo, o sectarismo a  arrrogância e a prepotencia: estávamos a poucos meses da implantação da ditadura. Um cartel de 'comandantes' iria governar C.Verde sem dar satisfações a ninguém, machucando muita gente. Estar a comemorar este dia é vergonhoso pois, para mim, não é hoje se não um acto de puro desacato, para não dizer vandalismo. Este assunto terá que ser um dia tratado com toda a objectividade e insenção. (in FaceBook)

3 comentários:

  1. A rádio é poderosa. E, em Cabo Verde, nestes dias de chumbo, ela foi uma das principais protagonistas. Por cá (Portugal), foi a mesma coisa. A Rádio Renascença que o diga...

    Braça com ruídos e interferências,
    Djack

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  2. As Rádios são iguais em todas as revoluções e prosseguem os mesmos propósitos.... PROPAGANDA/ TOQUE DE PEDRA E LANÇAMENTO DE PERFUME D'ODIO"
    Radio Renascença / Emissora Nacional... Radio Clube Portugues / RTP.... Esperavam que a Rdio Barlavento ficasse fora do guião?

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  3. Amigo Mendes, o problema não está nas rádios: está no guião e no propósito dos actores que o seguem e que, no caso da R.B. foi o de prosseguir a mesmíssima política editorial, embora de sinal inverso... O paradoxo revolucionário!
    Braça
    Zito

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