BAZAR
CENTRAL
Nunca um nome foi mais justo como o do estabelecimento de Nhô Pidrim Bonnuci, bem situado no centro, no coração do Mindelo.
Ali, era o lugar dos encontros da sociedade mindelense que ia consumir e conversar, depois de um dia de trabalho, comodamente instalados em cadeiras de verga.
Esta foto possívelmente datada dos finais do seculo 19, inicios do seculo 20, retrata bem o Mindelo da "Belle Époque", o Mindelo romântico.
O Bazar Central vendia de tudo e, além da loja, funcionava como pastelaria e dispunha também de um espaço onde se podia jogar o bilhar. Em cima ficava a Pensão com o mesmo nome, que mais tarde seria rebatpizada de Pensão Chave D'Ouro.
Muitas vezes, nas suas horas de lazer, à porta do "CENTRAL", podia-se encontrar o doutor Regala, rodeado de pacientes de menores recursos, que o iam procurar lá, e a quem ele atendia gratuitamente, receitando, sempre com uma palavra de encorajamento.Ou seja, além de estabelecimento de comércio, o Bazar Central, funcionava como uma espécie de consultório médico popular.
No Mindelo de outros tempos, esse cruzamento da rua de Lisboa era ponto de encontro para o consumo, para o convivio, mas também para acções sociais louváveis. (Lucy Bonucci - FaceBook)
- N.R. - A foto do interior do Bazar Central já aqui foi publicada, tempo atrás, havendo dúvidas de que local se trataria...Na altura ficou esclarecido que se tratava, efectivamente, da "Central"...Seria interessante saber o que terá acontecido neste local entre o encerramento da Central e a reabertura, como Drogaria do Leão - fins dos anos 4o (?) do sec.XX - e onde, durante vários anos, desenvolvi a minha actividade profissional, como se sabe...
O Bazar Central faz parte do roteiro de antigas memórias do Mindelo. É bom relembrá-lo aqui.
ResponderEliminarNenhum outro lugar dessa pacata Mindelo, nosso berço inesquecivel, mereceu definitivamente este nome: CENTRAL.
ResponderEliminarDas estantes do interior não me lembro muito bem mas ficou-me na memôria o grupo de "notàveis" que ali permaneciam sentados nas cadeiras de vime vendidas pela Raul Ramiro Caires & C° (casa mais conhecida por Pedro Caires).
Outra figura, embora modesta, que merece ser citada porque era "parte integrante da paisagem" é o Caetano, engraxador, que exercia o seu mister ao pé da àrvore que se vê no centro da foto e que faziam ângulo das duas ruas.
Estando a oficina do Sr. Azevedo em frente, o Zito via o engraxa varias vezes por dia. Tanto ele como eu, mnis d'SonCente, não esquecemos de cada capitulo da histôria mindelense que aprendemos paulatinamente, sem palmatôria. Penso que nos ficou.
N'ê devera?
Faço um à parte.
EliminarComo apareceu aqui a foto da Central, espero um dia ver também alguma imagem relativa a outro estabelecimento de grande categoria, propriedade de Nicol & C° que, embora inglesa, chamava-se "Le Bon Marché" et ficava onde funcionou o estabelecimento do Benvindo Abu Raya.
Quem vai fornecer uma foto?
É, sim, meu caro amigo...E se eu fechar os olhos com força, sou capaz de "ver" o Caetano a dar brilho aos sapatos dos "sport d'rotcha" da altura, à providencial sombra da estratégica árvore da esquina da Central...
EliminarE, já agora, creio que o "Au Bon Marché" ficava por debaixo da casa do João Benoliel de Carvalho, tendo sido as primeiras instalações da Drogaria do Leão, antes de mudar para a Central, paredes meias com a actual Farmácia do Leão...Lembro-me bem desse estabelecimednto!
Braça,
Zito