Os debates parlamentares continuam os mesmos de sempre: sem conteúdo e cheios de nepotismo e arrogância!
Carlos Fortes Lopes |
Enquanto isso, nas ruas das cidades, vilas e aldeias do país já nasceu uma nova frase na gíria crioula: "Se não és do MPD ou do PAICV és apelidado de (sem juízo)". Nada mais irônico.
Tanto os Deputados como os Ministros continuam a debater tudo e nada. Os títulos dos debates, como sempre, prometem muita coisa, mas os conteúdos/intervenções continuam sem suco nenhum e desprovidos de preparação política actualizada.
Aliás, continuamos, forçosamente, a ser obrigados a ouvir a mesma ladainha de sempre, incluindo disparatadas que já nem se ouve dos alunos do Ensino Básico Elementar.
Enquanto o MPD aponta os erros, sem conseguir transmitir o conteúdo desejado pelos eleitores, o PAICV continua com a sua arrogância política de tentar justificar o injustificável com baboseiras descabidas e inaceitáveis, prontamente rejeitadas pelos eleitores que só estão à espera das eleições Legislativas de 2016 para atribuírem o respectivo cartão vermelho a estes dois grupos de corruptos que, por motivos alheios à vontade de muitos, conseguiram ludibriar a maioria vulnerável devido às suas infortunas situações sociais e o elevado nível de desemprego que persistentemente continua assolando este povo arquipelágico.
A arrogância política desses Deputados da Nação é de tamanha desproporção de que até esquecem a essência de um governo do sistema parlamentar.
Aliás, está já bem provado de que esses actuais deputados só estão aí a cumprir uma agenda partidária, ignorando, por completo, o sofrimento do povo eleitor.
Senão, vejamos: como é do conhecimento de todos, Cabo Verde, por ser um país pobre, muito vulnerável e situado geograficamente entre os três (3) continentes banhados pelo nosso mar, o Oceano Atlântico, tem vindo a ser contemplado com expressivas ajudas monetárias e materiais para fortalecer a nossa soberania e proteger-nos das já existentes tentações inter-continentais de tráfego de Drogas e de Ser Humanos, para extração de órgãos, etc., etc..
Sendo um país que indirectamente faz fronteira com a África, Europa e as Américas do Norte e do Sul, Cabo Verde é um Arquipélago, rodeado de um vasto espaço marítimo e sem recursos para o proteger da invasão ilegal da máfia internacional e dos traficantes.
De 1995 a esta parte, Cabo Verde já foi recipiente de Bilhões de Dollars e Bilhões de Euros, de ambos os lados do Atlântico, montantes esses oferecidos com o objectivo de proporcionar aos nossos governos as condições econômicas e financeiras para implementar estratégias de desenvolvimento, estabilidade e o bem estar do seu povo e proteger a soberania nacional.
Um dos principais objetivos desses países amigos, é o de ajudar Cabo Verde a criar condições apropriadas para o bom desempenho do ensino escolar, a todos os níveis, para que o seu povo seja cada dia mais esclarecido e capaz de gerir os seus próprios destinos, com determinação e competência, e evitar a desgraçada tendência mundial de queda de países vulneráveis que muitas vezes enveredam-se pela corrupção e máfias inter-continentais, pondo em causa a soberania do próprio país.
O que, inequivocamente, acaba por nos levar até às plenárias do Parlamento cabo verdeano para relembrar aos senhores deputados da nação, PAICV e ou MPD e UCID de que: "a actual geração de cabo-verdianos é a melhor qualificada de todos os tempos" porque quando se governa é para melhorar o país dia-a-dia, e tudo que tem sido feito até agora tem sido possível graças à simpatia e confiança que os países amigos têm vindo a cultivar através da nossa diáspora que já provou ser lutadora, séria e responsável.
Portanto, isto de partido A ou B estar por aí a tentar colher louros através do esforço e determinação dos cabo verdeanos e demais residentes que se enveredaram pela criação de centro educativos/Universidades, não passa de mais uma das inúmeras leviandades desses políticos sem iniciativas parlamentares e que só estão nessa casa parlamentar para usufruírem-se das benesses dessas posições e continuarem sob a descabida imunidade política, até agora, existente neste país onde os políticos podem cometer todo o tipo de ilegalidades e continuam impunes a viver do bom e do melhor, enquanto o pobre coitado sofre diariamente e é julgado, de imediato, se for acusado de apanhar um pão numa pastelaria para safar-se do jejum a que foi forçado, pela corrupção dos governantes eleitos para o proteger.
A intervenção do Deputado e Líder da UCID, contrariamente às
intervenções dos líderes das bancadas do PAICV e do MPD, foi talvez a mais bem concebida de todos. Talvez por ser uma intervenção super limitada pelo tempo que é disponível a esse partido com apenas dois representantes naquela casa parlamentar.
Quando o Engenheiro António Monteiro dirige à Ministra do Emprego e presidente do partido que suporta o governo, salientando que a culpa da fome existente em Cabo Verde recai exclusivamente sobre a má gestão política do Executivo e seus colaboradores, esteve correcto e conciso.
Ao advertir o Governo para não tentarem justificar a calamidade social com a seca e ou a erupção vulcânica de há cinco (5) meses, a UCID também demonstrou uma certa coesão e sentido de responsabilidade política.
Já no que concerne às críticas sobre o nível da educação em Cabo Verde, essas não poderão, de forma alguma, deixar de ser abrangentes, especialmente quando se refere ao acesso e custos, tendo em conta a fraca capacidade de pagamento dos pais e encarregados de educação.
Aliás, somos de opinião de que, para termos um futuro próspero em Cabo Verde, teremos que concentrar mais nas formações técnicas, de menos duração e custos, com programações bem definidas, na intrusão dos graduados no mercado de trabalho, logo após a conclusão dos cursos. Só assim teremos um país realmente produtivo, desenvolvido, coeso e próspero.
Mas, para que isso aconteça, o Governo terá que criar outras formas de exigência da qualidade de ensino, com pessoas competentes, enquanto atribuem mais condições de investigação a essas instituições privadas e estatal, com o fim de criarem estratégias sólidas de empregabilidade jovem, com dados concretos para um curto espaço de tempo.
Pois, Cabo Verde já não tem mais tempo disponível para perder com essas casmurrices governamentais e com esse grupo de corruptos arrogantes instalados na Capital do País.
A Voz do Povo Sofredor
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