UM OÁSIS EM MINDELO...UM "QUINTALONA" MUITO BEM VEDADO, NO MEIO DE COISA NENHUMA E HÁ, CERTAMENTE, MUITOS E MUITOS ANOS...IMAGEM QUASE
FANTASMAGÓRICA DE UMA DESOLAÇÃO APENAS HUMANIZADA
PELAS SOLITÁRIAS PALMEIRAS E OS NAVIOS FUNDEADOS
NO SOPÉ DO MONTE CARA...NÃO DEIXARIA
DE SER INTERESSANTE UMA FOTO
ACTUAL COM O MESMO
ENQUADRAMENTO!
(Colab. A. Mendes)
A isto chamavam hortinha e existia por todo o lado. Geralmente cavavam um poço, montavam uma bomba eôlica e plantavam. Tenho ideia de ver isso em vàrios cantos por onde ia com o meu pai no seu automovel nos passeios dominicais
ResponderEliminarAs que me ficaram mais profundamente marcadas foram as hortas da Familia Matos no Mato Inglês (com uma azenha) e pouco antes da praia de Calhau onde existem hoje tantas e tantas outras e muito melhores porque ali vivem as familias.
Nalguns vales de S Vicente vê-se ainda esta mesma paisagem telúrica lunar. A sensação de solidão e de paz é a mesma para um austronauta de aterre naquele planeta!!
ResponderEliminarEu pasmo ao ver como é que o Zito não sabe o verdadeiro significado desta imagem. É que a coisa vem descrita em todos os manuais de história de Cabo Verde, de França e até nalguns de História Universal como aquele do americano Richie "Djosinha" Mendez (descendente em 4.ª geração de cabo-verdianos radicados em New Bedford) intitulado "As Saint Vincent changed the face of the world". É que aquilo que se vê na imagem parece mas não é quintalona nem horta nenhuma. É apenas a resposta de São Vicente ao envio por Portugal de contingentes militares para Cabo Verde durante a 2.ª Guerra Mundial. Um pequeno grupo de são-vicentinos (que é o mesmo que dizer-se de Mindelenses), achando que a tropa portuguesa não seria capaz de defender a ilha, não por falta de genica e qualidade combatente (que era coisa que tinha com fartura) mas por estarem certos de que os portugueses iriam amolecer logo após a chegada com o seu encontro com a beleza das mnininha d'Soncente, resolveram reunir-se em segredo debaixo de um dos botes de pesca da Praia de Bote e na noite de 21 de Maio de 1942 decidiram pedir auxílio à Resistência Francesa que lhes enviou o célebre ex-legionário Pierre Dubois. Este treinou na arte da guerra 85 corajosos filhos da ilha e arranjou maneira de fazer entrar em São Vicente outras tantas metralhadoras e variado sortimento de granadas e outros explosivos que ali chegaram na noite de 3 de Agosto do mesmo ano. É claro que a tropa portuguesa nunca soube de nada disto porque o quartel (o que de facto se vê na imagem) estava camuflado como quinta murada feita em terrenos cedidos pela família Pereira – a mesma que deu um vice-cônsul e homem de teatro que hoje vive em França como recompensa deste acto. Os treinos de combate eram feitos sempre de noite e disfarçados como tropelias de gongons e canilinha para afugentarem mindelenses não cientes do que se passava e as próprias tropas portuguesas que no convívio com as gentes da ilha deles também "aprenderam" a ter medo. Só para terminar, posso dizer que o comandante era nhô Juvenal "Gatilhim" Miranda Lima (famoso pela sua rapidez a premir o gatilho), trisavô do nosso amigo Adriano e que o regimento do Mindelo (criaram-se depois outros dois em Santo Antão e São Nicolau) era designado por 1.º Batalhão de Bravos Legionários do Mindelo, com a divisa "Nazi ca bô bem li, mim nem grog falsificód ta matám". No final da guerra, a maior parte dos jovens legionários mindelenses passou a integrar a Legião Estrangeira, facto que ainda hoje se repercute em actos daquela formação militar multinacional, como é o caso do seu grito de guerra "Camarada, mim ca tem mede de nada".
ResponderEliminarGente d'Praia d'Bote ê prigose !!! Conhecem estorinhas que ouviram de "dsimbarcode" e que ficaram por contar até dia de hoje. E, se não fosse este d'Arrozcatum, Djack de Cuptania não vinha com segredos d'familia d'gente que ta na Franca a catar ingrom d'midje, canavitim, canavetom.
ResponderEliminarTio Dudu
Segundo o A. Mendes, que foi quem nos facultou esta foto, a dita hortinha existiu lá para os lados da Matiota, mais ou menos no local monde, um pouco mais tarde, P. Bonucci haveria de instalar a primeira central eléctrica de S.-Vicente...
ResponderEliminarQuanto às histórias do Djack, está tudo documentado, em velhos alfarrábios que nunca ninguem viu mas que devem existir pois seria impossivel inventar factos com semelhante verosimilhança..
É nada mais nada menos que a actual praia da laginha
ResponderEliminarSó agora vejo. O Djack, sempre mestre em provocar-nos boas gargalhadas. Mas já agora ficas a saber, Djack, que à conta desse comando exercido por aquele meu antepassado, recebo uma pensão vitalícia. Deu para eu comprar um iate e uma bruta vivenda no alto do João Ribeiro.
ResponderEliminarMas esta foto é uma preciosidade pela sua antiguidade.