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terça-feira, 1 de setembro de 2015

[8432] - O APELO DOS QUE SOFREM...

Carlos Fortes Lopes
Cabo Verde clama por uma nova onda política...

Nestas pobres ilhas do Atlântico, os residentes das zonas rurais e periferias das cidades continuam sofrendo diariamente por falta de água, de alimento e de habitação condigna.

Cabo Verde clama por uma nova onda política!

Este sector do Povo Sofredor destas ilhas até parece ser um grupo dos sem pátria, sobrevivendo à espera das esmolas que são distribuídas com o aproximar e durante as campanhas políticas, de cinco (5) em cinco (5) anos.
E, enquanto isso, os cidadãos independentes das faixas partidárias são os que mais sofrem, por não estarem totalmente de acordo com os dizeres e fazeres dos partidos políticos.
Esses, também cidadãos deste país, são impiedosamente sacrificados por não acederem às falsas promessas dos corruptos, criminosos que andam porta a porta comprando consciências humanas.
Como dizia o outro: "Alguém diferente desses corruptos há de ter a coragem de concorrer, porque eu, minha família e todos os amigos próximos votarão nele"!
"Pois, votaremos sem pestanejar, porque estamos fartos desses representantes desses dois partidos políticos do arco da governação".
"Alem do que já estamos sofrer, os nossos filhos e netos são quem virão a sofrer a maior fatia dessa desgraça causada pela incompetência, casmurrice e prepotência desses que só querem o bem estar pessoal, familiar e partidário".
Consciente de que a vida é cheia de surpresas e acreditando na mudança de mentalidades na sociedade cabo verdeana, o nosso interlocutor continua convicto de que as eleições de 2016 contarão com a participação de pessoas de bem e que o povo saberá escolher um novo grupo de políticos para dirigir e mudar o rumo deste país de todos os cabo verdeanos.
Enquanto outros preparam para uma nova era política, muitos são os jovens que estão totalmente concentrados numa possível oportunidade de conseguir um visto turístico que os abra a porta à emigração ilegal, o que para muitos é três mil vezes melhor que continuar a sofrer com as demagogias e hipocrisias deste governo e seus representantes.
Como é normal na política, alguns cidadãos ligados aos actuais partidos do arco do poder já proclamam vitórias antecipadas, tentando convencer os menos atentos de que partido A ou B será a solução para Cabo Verde.
Contudo, não deixam de ser irônicas as palavras de ordem desses grupos de cidadãos que apesar das realidades actuais continuam a insistir nas mentiras, fingindo desconhecer as verdades dos factos relacionados com a governação deste país e o sofrimento do pobre coitado, durante estes últimos 24 anos da Democracia Constitucional, o que tem vindo a ser ignorado pelos homens e mulheres no poder.
Entretanto, apesar das variáveis, continuamos convictos de que existem soluções para a crise social, política e econômica que apoderou do nosso país e que é um direito e dever de todos perseguir essa solução.
Pois, Cabo Verde já comprovou ter capacidade intelectual para desenvolver condições para a sua auto sustentabilidade, mas, para que alcancemos a auto sustentabilidade nacional, teremos que nos prepararmos para os sobressaltos do processo escolhendo homens e mulheres idôneos e que estejam interessados em trabalhar, sem interesses pessoais, para o bem do povo e da nação cabo verdeana.
Se prestarmos um pouco mais de atenção perceberemos que existem pessoas capazes e que poderão exercer essas funções, alavancando cabo verde desta crise político-social e econômica.
Enquanto isso, convém não esquecer que muitas são as crianças que deambulam diariamente pelas ruas das cidades como pedintes, além de um bom número que se encontra sob os cuidados de algumas instituições sociais que por sua vez estão carecendo do apoio do Estado, empresas privadas, públicas e cidadãos comuns que poderão ajudar essas instituições na manutenção e sobrevivência dessa nossa desprotegida juventude.
As dificuldades econômicas das ilhas que dependem, na sua totalidade, das arremessas do Estado, para as suas manutenções, já alcançou um patamar preocupante obrigando a evolução descoordenada da migração interna, com pessoas a deixarem as suas ilhas de origem, rumo à capital, na intuição de conseguir-se livrar das dificuldades e ou conquistar um lugar no seio da elite praiense.
Os jovens formados que não conseguem migrar para a Praia já vêem como saída única emigracao ilegal à procura de uma nova vida no estrangeiro, devido ao mau desempenho do governo nas áreas da educação, emprego e saúde.
Contudo, convém salientar que muitos desses jovens desconhecem as realidades da emigração e nalguns casos são surpreendidos com uma realidade inédita que lhes causa transtornos psicológicos e acabam por os colocar em situações pouco dignas de um povo humilde, trabalhador e persistente. Esses dissabores da emigração, na maioria das vezes causam dissabores familiares, separando e destruindo famílias.
Analisando os prós e os contras da situação actual da sociedade cabo verdeana concluímos, categoricamente, de que as dificuldades permanecem vivas e preocupantes para as capacidades pisco-analíticas do cidadão comum.
Pois, além do desenvolvimento infra-estrutural (uma necessidade que deve ser bem coordenada), não conseguimos ainda alcançar um patamar de liberdade econômica e social que acalme as hostes da juventude cabo verdeana. Eis a razão pela qual os jovens veem demonstrando a sua insatisfação social e afastando perigosamente do sistema político nacional, o que põe em causa o futuro do país.

Concluindo, somos de opinião de que o Cabo Verdeano continua sendo um aventureiro sonhador e sofredor das demagogias políticas de um pequeno grupo de corruptos e que 2016 será um ano de surpresas e que ficará para a história deste nosso país sofredor.

A Voz do Povo Sofredor

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