Páginas

terça-feira, 1 de setembro de 2015

[8434] - A PESADA DERROTA DO NORTE...

João Chantre Jc
Em 15 anos de Governação de José Maria Neves, o Norte assume uma pesada derrota que leva tempo a recuperar.

1. Uma elevada taxa de desemprego a rondar os 20% e a atingir os cerca de 50% na camada mais vulnerável, os jovens.
Os jovens estão desiludidos e frustrados.
O centralismo exacerbado e a excessiva burocracia na Cidade da Praia, criou uma erosão de técnicos em direção à capital.

2. Baixa taxa de investimento público nas ilhas do Norte:
a) 120 milhões de USD no Porto da Capital, 20 milhões de USD nas instalações de frio do Porto Grande.
b) Um Aeroporto Internacional Cesaria Evora mal concebido e com muita limitação na descolagem das aeronaves. A sua correção não vai ser fácil. E o desenvolvimento da actividade aeronáutica na ilha vai ficar condicionado com reflexo negativo no desenvolvimento do Turismo.
b) Um investimento desajustado e desastroso no porto da cidade do Porto Novo que vai custar a Santo Antão o bloqueio ao desenvolvimento do turismo de cruzeiros.
c) Um investimento público de 600 km de estradas a nível nacional cabendo a ilha do Monte Cara, S. Vicente uma quota de menos de 6 km... E a ilha das montanhas, Santo Antão, perde em 15 anos, a oportunidade de uma estrada Porto Novo - Tarrafal de Monte Trigo. E com a estrada da Garça a bater o recorde de custos insuportáveis, intolerável num pais onde o valor de um dólar devia ser muito valorizado.
Nas politicas agricolas, a ilha das montanhas, um dos celeiros do pais, foi esquecida. Não recebeu investimentos adequados, quando há grandes hipóteses de construção de cisternas subterraneas para conservação das águas e desenvolvimento da agricultura e silvicultura. Em troca, recebe um laxismo e degradação da saúde pública com a destruição da marca da ilha, o Grogue, e o embargo dos produtos agricolas. Que bela prenda!

3. A politica de cooperação Internacional, baseada no reforço orçamental foi desastrosa. As regiões perderam com esta medida e sofreram na pele a ineficiência na aplicação dos recursos financeiros do OGE e a injustiça na distribuição equilibrada dos recursos financeiros do pais.

4. Na área do turismo, as politicas não se fizeram sentir, e a promoção das Ilhas no exterior ficou àquem das expectativas. Toda a actividade turística foi concentrada no Sal e na ilha do Boa Vista e, mesmo assim, por falta de criatividade está muito condicionada. Não se fez um bom trabalho de casa. O custo do não trabalho de casa está a ser custoso na área do ambiente.
Nas outras Ilhas falta criatividade e intervenção regional nas grandes decisões.
A destruição do ISECMAR está a custar ao pais milhões de USD.

O pais precisa resgatar os bons valores e a ética, na prestação dos serviços públicos.
Como a História se repete, o futuro imediato obriga â criação de uma ponte aérea e marítima com Lisboa.
E como tudo não pode ser visto negativamente, é hora de agradecer o PM pelo seu contributo, homenagea-lo e proporcionar-lhe um descanso merecido, bem como ao seu partido. É a melhor prenda que estas Ilhas podem receber em 2016. Peço aos cabo-verdianos esta mudança.

4 comentários:

  1. Não é novidade para ninguém que O Norte de cabo Verde assume em toda a linha uma pesada derrota com a governação de Cabo Verde e vai levar tempo a recuperar. As políticas deste governo levaram as ilhas do Norte à situação de indignidade política e humana, transformando os seus representantes em gente sem carácter, autênticos mendigos, pedintes políticos para obterem um lugar ao sol à sombra do poder passageiro, em detrimento do interesse das populações desta ilhas. Mas seria injusto atribuir a responsabilidade ou a paternidade exclusiva destas políticas a JMN, pois elas vem acumulando desde há 40 anos.

    ResponderEliminar
  2. Enfim, este texto é mais um episódio da denúncia da governação desequilibrada e anquilosada das nossas ilhas. Muito já escrevemos sobre o assunto que até já cansa repetir o mesmo. A esperança é que um próximo governo, qualquer que seja, dê um passo para alterar o cenário e corrigir os erros cometidos. Mas tenho pouca esperança, por todas as razões também já bastas vezes enunciadas.

    ResponderEliminar
  3. Pode-se dizer "Era uma vez Cabo Verde...". Pergunto-me quais são as motivações que levam a um tal estado de coisas: será incompetência, egoísmo, interesse pessoal? Vê-se que não há metas a atingir, ou se elas são propaladas não passam de miragens Cá por mim, a governação de Cabo Verde parece mais uma autentica "brincadeira de meninos de escola" .

    Matrixx

    ResponderEliminar
  4. Li a constatação de João Chantre à qual dou o meu inteiro acordo, lamentando não a ter feito logo apôs o primeiro mandato de JMN que deixou claro as suas possibilidades e habilidades. Aliàs, outros (muitos outros) a deviam ter feita mas abstiveram-se como contassem que viria uma fada para, com a sua varinha, endireitar tudo. E là foram 40 anos de "desenrasquismos".

    Âs perguntas de "Matrix" posso dizer-lhe que acima da incompetência, do egoismo e de interesses pessoais, estão o rancôr, a inveja e o desejo idiota de liquidar tudo quanto foi feito ("tude pa tchom") para fazer ressurgir uma repùblica nova, um homem novo com uma lingua nova. Penso que não é uma elucibração minha porque vêm dando provas sub-repticiamente. "Sampadjudo ê ca burro, não! ".

    ResponderEliminar