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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

[8578] - AO DIABO, AS VESPAS...


Diz quem sabe que são terríveis, as vespas, cuja picada é sobremaneira dolorosa e que, como as abelhas, costumam atacar em grupos numerosos e ruidosos, espalhando o terror à sua volta...
Ontem, via na TV mais uma história da Agatha Christie em que é figura de proa a velhota Miss Marple, que observa mais com os olhos fechados do que a maioria dos detectives de olhos escancarados...
Mas, antes de falar de vespas, convém  esclarecer que eu sou, desde que aprendi a ler, leitor-devorador da dita literatura policial, por muitos considerada o parente pobre da arte de  escrever...
Gente como a já referida Agatha, George Simenon,  Edgar Allan Poe, Ellery Queen, Arthur Conan Doyle,  Erle Stanley Gardner e  muitos outros,vêm fazendo, ao longo dos tempos, as delicias dos amantes do género e mesmo muitos dos que julgavam, antes de se iniciarem, que o romance policial era para deficientes mentais...Depois de conviver, tantos anos, com as mentes brilhantes de Hercules Poirot - que era belga e não francês - do inspector Maigret, do advogado Perry Mason, do fumador de ópio Sherlock Holmes, eles e os seus criadores como que se materializaram e existem, no meu imaginário, como pessoas reais que, graças a uma argúcia inata e extraordinários poderes de observação e dedução lógica, deslindam as mais intrincadas tramas, urdidas por criminosos igualmente inteligentes e metódicos, em histórias que, sendo fruto de férteis imaginações não perdem a verosimilhança do humanamente possível e do cientificamente aceitável...Costumo chamar-lhes a ficção da realidade...
Voltando às vespas, um amigo de  Miss Marple preparava um veneno, creio que à base de cianeto de potássio, para fazer  frente aos ataques dos incomodativos insectos enquanto, revoltado, vociferava contra a sua existência afirmando que não entendia a necessidade de haver na natureza algo que, pelos vistos, apenas vivia para semear o mal e a dor...Miss Marple encolhia os ombros e disfarçava um sorriso algo enigmático já que ela, com certeza, saberia que, tal como a quase totalidade dos insectos, as vespas têm funções polinizadoras de certas espécies do reino vegetal e, mais do que isso,  elas são extremamente importantes no controle biológico uma vez que quase todos os insectos considerados como praga têm uma vespa como predador natural.
Como dizia um professor de biologia que tive no, então, 6º ano do Liceu, não existe, na natureza, nada supérfluo ou descartavel!

1 comentário:

  1. Entre uma "vespa" e uma "Vespa", obviamente que prefiro a segunda, embora para ambas tenha um "não": "não" gosto de "vespas" (como toda a gente) e "não" sei conduzir uma "Vespa"...

    Não braça,
    Djack

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