Divulgamos hoje o retrato de um nosso compatriota, o Sr. Joaquim M. Santos, “ manager” do “Há’ haway’s Portuguese Cricket Club”, de New Bedford Mass. E este retrato foi tirado por ocasião da grande derrota que os portugueses infligiram, no verão de 1910, aos clubes de New Bedford, ganhando duas taças de “champions”.
Até hoje o clube caboverdeano detém cinco taças por vitórias colhidas sobre o “team” de Massachussets.
Em 1910, quando foi a sessão de entrega dos troféu aos Caboverdeanos, o Sr. Bulbock, então governador da cidade, vulto de destaque na política do Estado, assistiu, assim como outras personalidades importantes, e pronunciou um discurso elogiando as altas qualidades dos portugueses de Cabo Verde, e descrevendo o interesse com que os americanos cultivam o desenvolvimento físico e qual o papel preponderante que o atletismo, com a grande acção cultora da força, viria a desempenhar na constituição geral dos estados e do progresso humano.
Nessa ocasião, levantou-se uma personalidade importante e assaz simpática, fazendo a apologia da destreza, da morigeração e da sobriedade do Caboverdeano, e com uma espécie de apelo aos Caboverdeanos para que entrassem no espírito nacional da grande família norte-americana.
E foi nessa ocasião que o nosso amigo Eugénio Tavares, convidado a falar em nome dos Caboverdeanos se levantou e preferiu palavras que calaram fundo na alma dos nossos compatriotas que o ouviram extasiados.
(No próximo número, daremos à estampa o apoteótico discurso)
Nota:
O Sr. Joaquim M. dos Santos (foto) é natural de Santo Antão, está há 14 anos nos EUA e é, actualmente, em New Bedford o correspondente e a agente da Voz de Cabo Verde. - 27 de Outubro de 1913.
(E-mail: Artur Mendes)
Joaquim M. Santos, natural de Santo Antão foi campião de cricket no clube caboverdeano que já detinha em 1910 (imaginem) cinco taças por vitórias colhidas sobre o “team” de Massachussets. Isto é uma prova que a história de da Díáspora CV não começou ontem. Gentes saídas da terra natal pobre e deserdada tornavam-se Homens distintos pelas terras por onde passavam, nomeadamente nos EUA (a terra de oportunidades onde todos os dias descendentes de emigrantes enchem a todos de orgulho para contrabalançar os irreversíveis danos à imagem da Diáspora que muitos recem-chegados têm cometido).
ResponderEliminarJosé, hoje em dia a diáspora está acomodada e aparentemente timorata. Basta ver o estranho silêncio de muitos ilustres cabo-verdianos que vivem em Lisboa. Nem tugem nem mugem. Até parece que o tempo se encarregou de emperrar a consciência cívica ou de cortar o cordão umbilical que nos liga à terra mãe.
ResponderEliminarA ideia ou invençao da Naçao Cabo-verdiana nasceu na diàspora na América. Foi em contacto com os movimentos de emancipaçao afro-americana que os emigrantes cabo-verdianos tomaram consciência que tinham de criar uma pátria e uma bandeira. Eugnéio Tavares, melhor que ninguém, simbolizou o enorme sentir e vontade da construcçao duma naçao no meio do mar. Por isso escrevi no meu livro Cronicas da Terra Longe, que Cabo Verde não nasceu com a Claridade (1936) e nem com o Paigc (1956). Tanto a Claridade constituida de filhos de emigrantes na América (ver Baltasar Lopes, Manuel Lopes, Teixeira de Sousa e a geraçao da liberdade à volta do Paigc estão intimiamente ligadas à emigraçao crioula na América e na Africa. A geraçao da emigraçao para a Holanda veio completar este percurso de libertaçao, sempre comprometida com a longa historia da emigraçao caboverdiana dispersa pelos mundos, acima de raças, cores e ideologias.
ResponderEliminarAmigos a Diáspora, a 11ª Ilha de CV, sempre esteve nos Movimentos de transformação de CV como atesta o nosso Senador da Diáspora Luiz Silva cujo livro é um testemunho de todas as lutas por ela protagonizada. Adriano nós somos os Porta-Estandarde desta nova luta de transformação social ,económica e política em CV. Se a Diáspora puder continuar a lutar e conseguir mudar CV o país não afunda. Deus não prometeu salvar Sodoma e Gomorra se encontrasse um único Justo!!!
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