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terça-feira, 24 de novembro de 2015

[8681] - A MORTE LENTA, SEGUNDO EVA...

A deputada do MpD para o círculo eleitoral de São Vicente, Eva Marques, considerou esta terca-feira, 24, no período antes da ordem do dia no Parlamento, que o Governo está a provocar a morte lenta da ilha de São Vicente, com sucessivas promessas do PAICV em tornar a ilha “incontornável” no desenvolvimento do país e que nunca foram cumpridas. Reagindo às declarações da oposição, Filomena Vieira contrapôs ao "quadro cinzento", traçado por Eva Marques, as importantes conquistas actuais e as melhores perspectivas para o futuro que, graças ao Governo do PAICV, S. Vicente apresenta hoje.Eva Marques: “O Governo está a provocar a morte lenta da ilha de São Vicente”!


O PAICV e o MpD voltaram a divergir sobre a situação económica e social da ilha de São Vicente. Para o MpD, pela voz da deputada Eva Caldeira Marques, há uma atitude deliberada do Governo para provocar a “morte lenta” da ilha de São Vicente. Isto porque, além dos 15 anos de governação e das várias promessas por cumprir, feitas pelo primeiro-ministro, José Maria Neves, e agora retomadas pela ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos e candidata do PAICV às próximas eleições legislativas, Janira Hopffer Almada, que garantiu que vai “dar a São Vicente a atenção que nunca teve” caso vencer as eleições de 2016. Pelo que questionou onde é que Janira Hopffer Almada esteve durante os últimos anos de governação.

“Pergunto à Ministra da Juventude e do Emprego por onde andou durante este mandato do PAICV, em que a governação que ela integra, prometeu tornar São Vicente uma ilha incontornável no processo do desenvolvimento do país, com a construção e gestão do porto das águas profundas, terminal de cruzeiros, voos nocturnos, milhares de empregos jovens, privatização da Enapor e da Cabnave, zona tax free, regionalização, bunkering, projectos turísticos engavetados, cluster do mar que ficou em águas de bacalhau, que ficou a ver navios”, enumera a deputada ventoinha, dentre outros problemas.

“Os filhos de São Vicente têm de sair desta ilha para garantir a empregabilidade. Forçados a abandonar a sua ilha, esta vai perdendo a capacidade de mão-de-obra, massa cerebral, capital”. A situação de São Vicente é provocada pela “ falta de poder de decisão e de celeridade administrativa", acrescentou.

Corroborando a eleita do MpD, António Monteiro salientou que a ilha padece de grandes problemas sociais, entre os quais o desemprego jovem, crise económica, más condições de vida com "tectos que continuam a cair", entre outros males que afectam as pessoas da ilha.

Mas a eleita nacional do PAICV, Filomena Vieira, contrapôs que a deputada da oposição Eva Caldeira Marques fez uma abordagem saudosista com incidências no passado, esquecendo-se das conquistas de desenvolvimento actual e das perspectivas do futuro. Desafiou, por isso, a oposição a soltar-se das amarras do passado porque “não traz uma única linha que fale do futuro de São Vicente. Traz, sim, um saudosismo oco e inconsistente. Neste momento, se voltássemos a ter o S. Vicente que ela descreve, não teríamos uma ilha desenvolvida, modernizada e que pudesse ter de facto ter uma intervenção no cômputo do desenvolvimento global de Cabo Verde”, declarou Filomena Vieira. E elencando as realizações, procurou contrariar a ideia da “morte lenta de São Vicente”: o Governo investiu forte no aeroporto de São Pedro, no Palácio da Justiça, na plataforma de frio, na requalificação da Laginha, na extensão e modernização do Porto Grande, entre outros projectos, defendeu.

Segundo a deputada do PAICV, é preciso ter em consideração que o povo de São Vicente, uma ilha urbana, é bastante inteligente, tem elevado nível de literacia e não se deixa enganar por refrões ocos, inconsistentes. “Tanto assim é que por três eleições consecutivas, apesar de o Governo do PAICV não ter feito tudo o que deveria ter feito, o povo desta ilha apostou no PAICV, em vez de dar a opção à alternativa ao MpD como força para governar o país”, sublinhou. (in A Semana, 24.11.2015)

2 comentários:

  1. A deputada diz verdade, tem carradas de razão, mas... por onde andou quando começou a agonia da ilha do Monte Cara ?

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  2. Uma resposta à deputada Filomena Vieira face aos ataques a estasdeclarações de Eva C Marques:
    Não vi nada nas declarações da deputada Eva Caldeira Marques que seja saudosismo!!
    Todos os cabo-verdianos, com excepção dos mal intencionados, reconhecem o papel fundamental que a ilha de S. Vicente representou durante os últimos 150 anos na economia de C Verde. Toda a gente sabe que o PAIGC/CV tinha um modelo de desenvolvimento (o mesmo modelo que rebentou com a Guiné, terra onde esta senhora nasceu) , que todos aclamamos em 1974, com excepção, é claro, da oposição, verdade seja dita, que só podia conduzir á morte económica e social de S. Vicente.
    Todos sabem que durante os primeiros anos da chamada primeira república, S. Vicente esteve nas ruas da amargura, porque simplesmente o comércio que sustentava a ilha faliu (PAIGC não gostava do comércio formal e legal ,pelo que instilou a chamada rabidância, o comércio informal, caótico, desorganizado) , depois de ter falido nos anos 60, o negócio do Porto Grande , com a partida dos ingleses. É assim que todo o comércio em SV faliu ao longo dos 40 anos, por não haver mais viabilidade económica do modelo de uma ilha que vivia de uma economia liberal. Como S Vicente poderia funcionar numa economia socializada se os mindelenses sempre dependeram deles mesmos!? A Ilha de santiago que é o modelo actual de desenvolvimento (basofeado aos 4 cantos do mundo) só sobrevive porque o estado recicla diariamente os milhões da economia cabo-verdiana ali. Mas é tudo virtual, se essa injecção artificial desaparecer gostaria de ver como é que as coisas iam correr?
    Isto é uma verdade que os detractores da ilha e os fanáticos do PAIGC/CV e amanhã do MPD, se forem ao poder , não gostam de ouvir , pois contraria os Mitos e a Propaganda ensurdecedora. Dizer que s. Vicente já foi uma ilha de um grande dinamismo, cultural, intelectual e económico, do qual dependia todo o arquipélago, irrita muitos, que negam o passado, pois segundo eles criou-se tudo, a partir de zero (niilismo), tudo o que há em CV existe desde 1974, esquecendo que nestas ilhas os cabo-verdianos, de várias origens, sempre labutaram, bem ou mal foram foram eles que as contruíram.
    Esta senhora que se diz deputada de S. vicente , mas que é mais do seu partido, devia saber isso, embora percebe-se: não bebeu o leite materno nesta ilhaI. Pudera, ela nem consegue imaginar o que foi a ilha de S. Vicente no passado, e eu já a conheci decadente. Pois os responsáveis pelo 'rebentamento' de S. Vicente existem e toda a gente sabe quem são, continuam a deambular por CV. As CMSV tiveram um pequeno papel é claro.
    Ela não merece ser deputada de S. Vicente!!
    Lutar pelos interesses da ilha que representa, este deve ser o seu papel. Eu não a ouvi piar a propósito dos projectos de cunho bairrista do governo que sustenta, que prejudicam, de que maneira, S. Vicente!!!
    Por quem é que ela se toma esta professora?Quer dar lições a outros professores?

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