Quando, por decisão própria, conselho de médico assistente ou de família, acidente ou seja lá porque for, uma pessoa é empurrada para as Urgências de um qualquer Hospital, está no limiar de uma descida aos infernos em consequência da qual já muito boa gente entregou a alma ao criador...
Uma vez feita a sua identificação administrativa, mais tarde ou mais cedo - normalmente, mais tarde - uma voz que lhe penetra os tímpanos como o disparo de uma metralhadora, berra o seu nome e convoca-o para a triagem...Aí, uma ou enfermeiro, que ninguém sabe, nem pode garantir que seja suficientemente habilitado para tais funções, depois de meia dúzia de perguntas e alguns considerandos lhe confere uma pulseira colorida, de acordo com o chamado Protocolo de Manchester que se pode explicar com o quadro seguinte:
A partir deste momento, você está entregue à sua sorte e, se recebeu uma pulseira verde ou azul que, se ali estivesse outro profissional a fazer a triagem, poderia ser amarela ou laranja, pode esperar sentado pois os minutos de espera constantes do quadro são uma miragem...
Na passada quinta-feira, tive que ir às Urgências do Amadora-Sintra com a Maiúca, a conselho da nossa médica de família, pois análises recentes lhe tinham detectado uma infecção urinária, não apresentado ela os sintomas equivalentes...Eram 13,30, quando realizamos os procedimentos administrativos e eram 20,45, quando, de pulseira verde, abandonamos o Hospital, depois de constatar que a nossa médica de família, afinal, tinha "metido o pé na argola" e a visita às Urgências fora perfeitamente escusada (mas, isto são contas de outro rosário...).
Termino com uma frase que encontrei na Net sobre esta coisa do Protocolo de Manchester:
População já “ensinada” qto à aplicação do Protocolo – crianças que chegam aos serviços de saúde sempre c/ febre, pois sabem que serão “laranjas ou amarelas”, e pais preferem não medica-las, expondo suas crianças a riscos e desconforto desnecessários.
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