SÃO VICENTE MERECE UMA OUTRA DINÂMICA, UM OUTRO OLHAR. UM OLHAR MAIS AMIGO, MAIS COMPROMETIDO.
SANTA LUZIA É D'NOSSA, NÔ TA KORDÁ KEL TUD DIA NÔ TA DURMI KEL TUD NÔT.
O Governo deu entrada na semana passada no Parlamento Nacional a uma Proposta de Lei que Estabelece a Divisão Administrativa do Território da República de Cabo Verde. Conhecendo a importância de uma boa gestão territorial no quadro do desenvolvimento de qualquer país, só poderíamos dizer Bem Haja. Mas Bem Haja quando esta gestão é feita unicamente com fundamentos técnico-científicos antes demais geográficos, assim como históricos e sócio-económicos. Ou seja, com bom senso, com realismo e com objectividade.
E nesta matéria. o artigo 9º da dita Proposta de Lei é pura e simplesmente inaceitável, porque contrário à realidade, à objectividade e ao bom senso.
Este reza o seguinte, no seu ponto 1. :
"1. A Ilha de Santa Luzia, o Ilhéu Branco e o Ilhéu Raso fazem parte administrativa da Freguesia de São Francisco de Assis do Concelho do Tarrafal, na Ilha de São Nicolau."
Freguesia essa que como por acaso é criada no artigo 6º da mesma Proposta de Lei...
Temos assistido desde a independência a esta parte, com algum enfoque estes últimos anos, a algo que se afigura como uma tendência de esvaziar São Vicente das suas principais valências.
Assumo e peso todas as minhas palavras.
E do ponto de vista legal da Administração do Território esta é a segunda vez que o pressinto. Foi assim aquando da discussão da DNOT (Directiva Nacional do Ordenamento do Território - Lei Magna) que se hoje apresenta um quadro equilibrado e harmonioso, respeitador das complementaridades e ligações sócio-históricas e culturais das diferentes ilhas, só foi possível após uma batalha para a qual pessoalmente em muito contribui, enérgica e decidida para salvaguardar a Região Noroeste intacta com as três ilhas SA, SV e SN a formar o todo que sempre formaram. Porque a decisão original nos privava da relação com São Nicolau, nossa ilha irmã. Assim como implementando orgulhosamente a Região Sudoeste Fogo-Brava originalmente inexistente no documento.
Certamente que quem esteve na base do documento original nunca tinha ouvido a máxima que diz que gent d Soncent tem Mâe na Sintanton e Pai na Saniclau.
E agora neste caso, é preciso dizer que a Ilha de Santa Luzia fica a menos de 10KM da vizinha Ilha de São Vicente. E a mais de 30KM da Ilha de São Nicolau. Ou seja, São Nicolau está a mais do triplo da distância que separa Santa Luzia de São Vicente.
Santa Luzia ê d'nossa, nô ta kordá kel tud dia, nô ta durmi kel tud nôt.
Todo o trabalho de pesquisa oceanográfica, de pesquisa ambiental, de protecção ambiental neste momento feito em Santa Luzia, é feito ou por instituições publicas sediadas em São Vicente ou por ONGs elas também sediadas em São Vicente.
Sem falar da ligação umbilical com as comunidades piscatórias de São Vicente, nomeadamente a do Calhau.
Na prática isto quererá dizer que quem em São Vicente quererá realizar qualquer estudo, estadia cientifica ou outra em Santa Luzia deverá requerer autorização no Município de Tarrafal de São Nicolau? É caso para se dizer que toda a actividade ambiental, cientifica ou mesmo económica a passar-se em Santa Luzia e com epicentro em São Vicente deverá doravante ter o aval das autoridades de Tarrafal de São Nicolau? Só isto já bastaria para suscitar a questão da pertinência de tal decisão.
Mas mais. Fala-se muito do Cluster do Mar, entre cujas actividades identificadas estão as Pescas (onde Santa Luzia tem potencial), estão os Desportos Náuticos (onde Santa Luzia terá potencial) e está a vertente de Pesquisa Oceanográfica e do Conhecimento, vertente base e mestra para o Cluster e a sua necessária Internacionalização (e aí Santa Luzia constitui um Must). Sabendo que o epicentro declarado e efectivo do Cluster do Mar está em São Vicente, pergunto onde está a lógica governativa nisto tudo? Estaremos a obrar todos na mesma direcção?
Aqui e em todos os fóruns possivéis, peço e pedirei encarecidamente a quem de direito:
Bom Senso, Responsabilidade, Comprometimento com São Vicente e com o seu desenvolvimento harmonioso, tranquilo e necessariamente consistente e robusto.
Bem Haja Cabo Verde, Justo, Equilibrado, Harmonioso e Global. Com Todos e para Todos. Mas sobretudo de Todos.
S.Vicente numa “pen”
ResponderEliminarAo ler o artigo do deputado Novais fiquei estupefacto. Efectivamente onde está a lógica governativa nisto tudo? Apercebe-se nítidamente a tendência para o esvaziamento de S. Vicente ou será outra coisa? Eu diria que são várias coisas.
Primeiro, porque se aproximam as eleições está-se a criar uma diversão com o fim de desviar a atenção dos S. Vicentinos para outras questões pois já conhecem bem o eleitorado da ilha. Vai-se jogando ao ” enquanto os cães ladram a caravana passa”.
Segundo, esta manobra pode muito bem ter um objectivo oculto, com o qual nem sonhamos e cujo ponto de interesse é Sta Luzia. Mas não é caso para estranhar se for um daqueles projectos que só servem para destruir o ambiente e acenar com promessas de emprego, tal como o Fortim que continua lá, esventrado como se um terramoto por aí tivesse passado. Como o pessoal de S. Vicente está de olhos abertos, vai-se tomando, desde já, as precauções para não haver contestação.
Terceiro, pode ser uma forma de amputar S. Vicente de uma valência que muito poderá contribuir para a dinamização da sua vertente económica, científica e ambiental, e porque não turística pois Santa Luzia poderá constituir uma importante reserva natural com regras, a ser visitada por turistas.
Quarto, querem um efeito limitativo para S. Vicente, restringir os seus poderes, torná-lo mais pequeno, encolhê-lho, ou vê-lo de rastos pois é uma pedra no sapato de muitos. Aí tirem as vossas conclusões pois já vimos que a tendência é e será sempre manter S. Vicente debaixo das botas.
Em vez de estimularem uma aproximação entre as ilhas de forma a haver mais cooperação, mais harmonia e melhor desenvolvimento, o que se nota é que muitas das políticas adoptadas nomeadamente esta, só produzem descontentamento e sentimentos de revolta nas populações. Para quando uma governação mais abrangente?
S. Vicente tem enormes potencialidades para contribuir para o propulsar do desenvolvimento de Cabo Verde e para que o país se transforme num grande país, mas a política hegemónica e de ciúme e inveja é tal que se centrou na capital negligenciando todas as parcelas do país que também tem potencialidades mas que ficam à mercê das vontades da capital.
Para terminar, só não metem S. Vicente numa “pen” ou num disco duro porque isso é impossível.
MATRIXX
Meus Caros Amigos
ResponderEliminarPela milésima vez vos digo:
Os governantes da Praia farão nas ilhas o que lhes aprouver e dê proveito... Não se esqueçam que boa parte deles são mindelenses!!!!...
....
O Fortim, foi depenado e desventrado pela incúria da massa critica de S.Vicente....à primeira "picaretada é que devia ter reagido... Agora, é tarde, como tarde é para o Eden- Park, etc. etc ( trezentos ,ETC)
Boas Festas
Crioulo de S. V câ tem K.... eles é que precisam de serem "kapados"
A argumentação do deputado Alexandre Novais é irrebatível e muito gostaria de ouvir um contraditório, qualquer que seja, se é que existe algum que reúna fundamento. Mas, ao menos por uma questão de curiosidade intelectual, gostaria de saber algo de mais concreto, ciente de que qualquer tese que defenda a agregação de Santa Luzia a S. Nicolau só poderá figurar nos anais das monstruosidades mentais.
ResponderEliminarComo se já não houvesse razões sobejas para a indignação dos sanvicentinos, "eles" continuam a comer as papas na nossa cabeça e não olham a meios para isso. E com toda a lata e descaramento.
O que querem é dividir para reinar, e a estratégia é desde há muito conhecida, isolar S. Vicente, mesmo que isso obrigue a recorrer ao absurdo dos absurdos.
Atenção que se esta medida for para a frente, será atingido o limite dos limites. Será a gota de água que vai fazer transbordar o copo.
Amigos, neste momento estou indignado, revoltado, e espero que os nossos conterrâneos tomem definitivamente consciência do grave espezinhamento de que são vítimas.
Subscrevo o comentário do Matrixx, que analisa o assunto com abrangência. Se calhar, em vez de uma pen, o que querem é enfiar S. Vicente num pote funerário, depois de o incinerarem moralmente.
AMIGOS ACABO DE SABER QUE SANTA LUZIA FOI RETIRADA DA JURISDIÇÃO DE S. VICENTE ( E COM ELA FORAM DOIS ILHÉUS BRANCO E RASO) QUE SEMPRE ESTIVERAM DEBAIXO DA ALÇADA ADMINISTRATIVA DE S. VICENTE. FORAM DOADOS PELA PRAIA AO CONCELHO DO TARRAFAL / S.NICOLAU PELOS SERVÇOS PRESTADOS À REPÚBLICA.
ResponderEliminarMAIS UMA MANOBRA CRIME/GOLPE CONTRA S. VICENTE. DESTA VEZ AS DENÚNCIAS VÊM DE UM DEPUTADO POR S.VICENTE DO PAICV ALEXANDRE NOVAIS.
POR ESTE ANDAR ATÉ O ILHHÉ DOS PÁSSAROS (DJEU) A PRAIA QUALQUER DIA NOS TIRAR.
ESTA É A POLÍTICA DE DIVIDIR AS ILHAS DO NORTE PARA REINAR QUE OS ESPECIALISTAS DO CENTRALISMO ADORAM MANOBRAR:
COLOCAR S. VICENTE CONTRA S. ANTÃO E S. VICENTE CONTRA S. NICOLAU, PARA NO FIM DE TUDO FICAR DEBAIXO DAS BOTAS DO CENTRO POLÍTICO.
ELES QUE SE DESENGANEM POIS O OBJECTIVO FINAL DA REGIONALIZAÇÃO VAI SER CRIAR GRANDES REGIÕES E O NORTE DE CABO VERDE SERÁ UMA GRANDE REGIÃO NATURAL CUJA CAPITAL SERÁ MINDELO. PORTANTO ESTAS MANOBRAS TÊM VIDA CURTA
Há algum tempo tive conhecimento da existência de documentos que confirma de facto que a ilha de Santa Luzia bem como os Ilhéus Branco e Raso constam da região Administrativa da Ilha de São Nicolau. Não devemos esquecer também, que a Ilha de São Vicente foi a ultima das três ilhas de Barlavento a ser povoada, pelo que é normal que este documento seja dessa época.
EliminarMas hoje a realidade é completamente diferente, e que se deveria ter em conta a actualidade. Agora, é bom esclarecer que este Sr Deputado da Nação é da bancada do PAICV, que tem Governado este País nos últimos 15 anos.