Segundo Ulisses Correia e Silva, a intenção do MpD é levar ao Parlamento, logo no primeiro ano da próxima legislatura, o projeto de regionalização. O líder democrata sustenta que a primeira ilha a avançar deverá ser São Vicente, sublinhou que defende uma regionalização administrativa, com um governo regional e uma assembleia deliberativa, mas não fechou a porta à regionalização política
No debate realizado ontem na TCV e na RCV, que juntou os líderes do MpD e da UCID para apresentarem as suas propostas ao eleitorado, Ulisses Correia e Silva reiterou a vontade do seu partido em levar ao Parlamento o projeto da regionalização ainda no primeiro ano da próxima legislatura, e assumiu que São Vicente será a primeira ilha a avançar, já que, segundo o presidente do MpD, está preparada para receber a regionalização.
“Estou em crer que São Vicente é uma ilha preparada para receber a regionalização logo nos primeiros anos da nossa governação”, disse o líder democrata, acrescentando que o seu executivo, caso vença as eleições de 20 de março, irá “de uma forma progressiva, alargar esse modelo de governação a todas as ilhas”. “A nossa visão é clara, um compromisso assumido e público: a regionalização como uma forma de melhor forma de governar as ilhas”, salientou Ulisses.
Regionalização administrativa
A proposta do MpD não contempla a regionalização política, mas considera haver condições para se avançar já com a constituição de “governos regionais, com competências, recursos e capacidade de decisão, desde as competências que estão sob a responsabilidade do governo [central] nas delegações diversas do setor económico e do setor social”, para implementar “uma administração mais próxima dos cidadãos, uma gestão com condições para aproveitarmos o potencial de iniciativa e libertar as energias criadoras de cada uma dessas ilhas”, sustenta Ulisses, assumindo o compromisso de criar “todas as condições para que as ilhas possam ser governadas através de uma economia que crie riqueza, rendimento e emprego”.
Ulisses não fecha a porta à regionalização política
Acentuando que o MpD defende “um modelo de regionalização não política”, com uma assembleia deliberativa, mas não legislativa, Ulisses Correia e Silva, contudo, não fechou a porta para que, no futuro, se avance para a regionalização política: “a regionalização não deverá ser política, nesta fase”, disse subtilmente o líder democrata.
A posição de se avançar já, no primeiro ano de legislatura para a regionalização administrativa não colheu o apoio do líder da UCID, António Monteiro (ver aqui), que considerou não haver “condições para que o País possa dar este salto”, já que 70 por cento (%) da população não fazer a mínima ideia do que seja a regionalização. Mas, neste particular, Ulisses também assumiu um compromisso: “vamos explicar, vamos convencer e vamos implementar o conceito de regionalização”.
Juntar vontades
Quanto à necessidade de uma maioria classificada para avançar com a regionalização (um outro argumento alegado por António Monteiro para justificar o adiamento do processo), Ulisses Correia e Silva disse que “a UCID terá o seu modelo, mas isso não impede que haja convergências relativamente às condições de implementação”, porque para se conseguir a maioria no Parlamento “o primeiro passo será juntarmos esta vontade para levarmos adiante este projeto da regionalização”, salientou o líder democrata, deixando um aviso: “vamos tomar a nossa iniciativa, vamos levar ao Parlamento e o Parlamento assumirá as consequências da sua decisão”.
Quanto ao modelo defendido pelo MpD, Ulisses defende a “regionalização por ilha”, com “um governo com competências, com capacidades, com recursos, que permita governar a ilha de uma forma integrada, com os seus recursos, com as suas potencialidades” e “permita uma maior capacidade de decisão sobre questões que têm a ver com a dinâmica de desenvolvimento”.
Redação (Cabo Verde Direto)
De promessas estamos nôs fartos mas esta é animadora.
ResponderEliminarEspero que não seja uma so para vésperas de eleições.
Nunca se sabe.
Receio mesmo que seja mais uma promessa eleitoral do que o assumir claro e indeclinável de um compromisso.
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