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quinta-feira, 31 de março de 2016

[9072] - PIOR A EMENDA...

N.E. - Não restam dúvidas de que a original Padaria de Nhonton Djudjim andava a pedir, no mínimo, uma lavagem de cara... Mas, radicalizar desta forma, demolindo-a para edificar mais um mamarracho de betão foi, sem dúvida, um exagero (para não lhe chamar coisa mais ofensiva)...

ANTES...

DEPOIS...

Padaria de Nhanton Djudjin?!  Ai, ai, a minha/nossa cidade!!
O arquitecto que substituiu a casa colonial por esta, terá um dia com certeza um prémio de arquitectura...  A velharia tipicamente colonial (como os modernizadores qualificam este tipo de edifícios) com águas - furtadas etc, requalificada e explorada turisticamente teria hoje um valor bem maior do que o "jackpot" que deverá ter sido a nova construção!!
O massacre que foi feito pelos Homens Novos de há 40 anos a esta parte, na área central da nossa cidade, dita histórica, é incalculável.
A independência trouxe uma geração de jovens imberbes que queriam experimentar tudo e fizeram na nossa cidade um estaleiro de coisas feias. Estas coisas não podia ser feitas atrás de S. Pedro, ou das rochas que circundam a ilha?!!
São perdas patrimonias incalculáveis, pois uma cidade colonial tem um valor intrínseco, valorizado turisticamente ainda mais. Não se sabe ainda se os estragos continuam mesmo com a Curadoria. Por outro lado, a favelização do Mindelo continua nos bairros novos e em tudo o que é encosta, proliferando zonas labiríticas, autênticos canais para afogar 'macacos'. O urbanismo em Cabo Verde reflecte o caos em que se tranformou o país! A Agenda da Transformação é assim...
Se acham que isso é modernizar o país então, estão bem enganados!!

(José Fortes Lopes)

8 comentários:

  1. Imaginem cinco turistas ingleses, americanos, portugueses, franceses ou de Marte. Imaginem o edif´cio de cima, de cara lavada, com um belo bar ou restaurante ou loja de artesanato dentro. Os turistas começam aos "saltinhos", de contentamento, entram, bebem, comem ou compram, dão dois dedos de conversa com o dono e saem satisfeitos, deixando dinheiro na ilha.

    Agora imaginem os mesmos turistas em passagem diante desta coisa... sim, eles passam diante desta coisa... sim eles passam diante desta coisa...

    Braça com vil tristeza por falta de discernimento de quem o devia ter,
    Djack

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  2. Tem toda a razão, caro Djack, não era preciso construir o camafeu actual. A traça permanecia. As águas-furtadas, para além de darem memória e história à cidade, são hoje, entre nós, raridades arquitéctónicas que o urbanismo devia conservar.

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  3. Vou entrar de novo, desta vez para me dirigir ao José Fortes Lopes, ao texto dele esclarecedor e bem argumentado e dizer-lhe que é uma lição para a preservação do nosso tão parco património urbano.
    Abraços

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  4. Mais daqui a pouco a cidade do Mindelo não terá nada de típico ou nenhum patrimonio para mostrar. Está-se a transformar numa cidade banal como tantas outras sem nenhum atractivo que testemunhe a sua evolução histórica, cultural e arquitectónica . O que seria de Ouro Preto (património da humanidade) sem o seu patrimonio arquitectónico? Será que milhares de turistas se aventuravam a ir lá para ver nada? Na nossa terra, infelizmente, há mesmo falta de visão. Lamentável.

    Matrixx

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  5. Com a demolição do aglomerado de casas que deu lugar a esta aberração, é todo o quarteirão que vai a abaixo. Esperem só para ver.

    Matrixx

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  6. De facto, a arquitectura colonial mindelense tinha nessas águas furtadas (sobrado) uma nota característica. Eu só pergunto como foi possível autorizar este mamarracho que briga com tudo o resto. Em nenhum país onde haja ordem e disciplina isso acontece.

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