O santantonense natural da cidade da Ponta do Sol, Lucas Lima, através da página de Facebook “Ponta do Sol – Vila Maria Pia”, responde ao conteúdo do artigo do médico-pediatra Arsénio de Pina, publicado no dia 6 de Fevereiro de 2016 no site de um jornal da praça, com o título “Santo Antão – Busca doutra Trilha”. Lucas Lima aproveita para apelar a todos, para um debate generalizado sobre o assunto.
Lucas Lima começa por dizer que "Saiu recentemente num jornal um artigo de opinião da autoria do bem conhecido do médico-pediatra Arsénio de Pina, cujo título é Santo Antão – Busca doutra Trilha. Trata-se de uma espécie de recensão ao mais recente livro do engenheiro Silvino de Oliveira Lima, intitulado Santo Antão – Busca doutra Trilha, onde ele vai buscar precisamente o título para o referido artigo”.
Percorrendo as diversas regiões de Santo Antão, entre análises, críticas e sugestões para um desenvolvimento integrado da ilha, tendo sempre como base o livro do engenheiro Silvino de Oliveira Lima, , Arsénio de Pina alcança Ponta do Sol, como cidade e como freguesia, mas também, toda a região noroeste da ilha, onde esta bela cidade natural e geograficamente se inclui.
Precisamente numa altura em que se fala da possível extinção do concelho do Paul (ideia infeliz, repudiada pelos autores e por nós também), Arsénio de Pina, seguindo o eng.º Silvino Lima, vem defender a criação do município da Ponta do Sol, que abrangeria todo o litoral até Figueiras.
É com imenso prazer que faço esta partilha porque se trata de uma ideia que eu defendo há muitos anos. O autor não refere isso no seu artigo, mas a viabilidade do Município da Ponta do Sol dependeria impreterivelmente da construção de uma via rápida, com ponte e túneis, ligando a cidade da Ponta do Sol à Chã da Igreja e ao Vale da Garça, quiçá mais além, até Figueiras. Esta é a infraestrutura fundamental, sem a qual não faz sentido pensar e debater a criação do município da Ponta do Sol.
Terminada a construção da via rápida, a segunda infraestrutura seria a construção de um cais para passageiros e cargas, e também de um cais de pesca na cidade da Ponta do Sol ou na Cruzinha. Eu vivo sonhando com isso, porque consigo vislumbrar o progresso atravessando aquelas estradas, percorrendo aqueles mares, agigantando-se até às mais altas montanhas, entrando em cada casa, levantando cada indivíduo.
Populações da cidade da Ponta do Sol, de Fontainhas, do Corvo, de Formiguinhas, de Aranhas (não tem gente, mas pode voltar a ter), do Mocho, da Cruzinha, da Chã da Igreja, de todo o vale da Garça, da Ribeira Alta e de Figueiras (porque não?), vamos alimentar esta ideia promovendo debates, realizando fóruns e conferências, consultando as populações.
É disso que Santo Antão precisa: de soluções para aproximar o desenvolvimento das pessoas e estas do desenvolvimento. E isto não se consegue com a construção do aeroporto de que não precisa a ilha, mas com o desencravamento das suas populações. Pensemos nisso. Boas leituras e boas reflexões…(in A Semana).
Vê-se que o livro do Silvino serviu para alguma coisa, ainda mais com o respaldo do Arsénio.
ResponderEliminarÉ bom registar a opinião de um santantonense que discorda do tal aeroporto no Porto Novo.
A via rápida com túneis sugere-nos logo o exemplo da Madeira. Aqui é eu tenho de dizer que é preciso pormos os pés no chão. Quem iria pagar isso, de onde viria o dinheiro? O Alberto João pôde contar com rios de dinheiro da UE e vários perdões de dívida, e no entanto a região ficou com uma dívida castradora de outras iniciativas de desenvolvimento.
Mais, essas rodovias na Madeira tiveram em conta o elevado nível da indústria turística da ilha. Foram construídas a jusante da realidade económica para a potenciar.
No caso de S. Antão, a situação é diferente, seria a montante. Iríamos construir modernas rodovias para um dia serem úteis à projecção do desenvolvimento da ilha. Quem custearia uma obra nestas condições, mesmo numa virtual possibilidade de financiamento?
Ainda mais, o relançamento da ilha não passaria só por aí. Basta ler o livro do Silvino para se ficar a saber o gigantismo e complexidade do projecto.
Eu também junto-me aos sonhadores porque amo sinceramente essa ilha. Mas com os pés no chão.
Falar desse livro não é coisa fiada. Li-o com imenso agrado até porque me sinto um pouco santantonense de coração e grande admirador da ilha onde nasceram alguns do meus antepassados (avozinha materna e bisavoh paterna).
ResponderEliminarQuando peço para S.Vicente também o faço para a ilha das montanhas porque não as separo.