O ministro da cultura Abraão Vicente entrou pelo guarda-roupas de Alice. Deu uns passos e estava no País das Maravilhas que José Maria Neves construíu para determinados sectores do País.
E o novo ministro não teve dificuldades em encontrar no meio de outras tantas maravilhas, as maravilhas da cultura que só existiam nesse país das maravilhas inspirado por JMN e tinha como regente Mário Lúcio. E resolveu extinguir as “maravilhosas” Curadorias que fora do pais das maravilhas “eram estruturas vazias e figuras decorativas que funcionavam como câmaras municipais paralelas”.
E depois encontrou os casos da Orquestra Nacional, Ballet Nacional e Circo Nacional que na realidade não existem “a não ser para o Ministério da Cultura pagar as contas”. Em relação ao Conservatório, Abraão disse “não tem acreditação, curriculum e nem acordos com ninguém e que recebe todos os dias contas por pagar para algo que não existe legalmente”.
Mas há mais ou não estaria o ministro no País das Maravilhas: o Banco da Cultura é um sorvedor onde “os créditos não estavam a ser pagos por ninguém e o meu antecessor, a quatro dias de deixar o cargo, deixou um despacho em que dizia perdoar a dívida aos privados e parcelou a dívida com a câmara municipal”.
Em relação ao AME (Atlantic Music Expo) revelou que gastou nos últimos quatro anos cerca de 124 mil contos do Banco da Cultura e que com “apenas 62 mil contos desse dinheiro gasto, o Ministério conseguiria financiar 100% dos projetos que entram para ser homologados no Banco da Cultura”.
Tudo na vida tem fim. O predecessor no Ministério da Cultura, que nada mais tinha a fazer senão isso, era um potentado que desfiava tudo e todos a ponto de criar muitas inimizades com os seus exageros e suas arbitrariedades. Era um estado no Estado.
ResponderEliminarEspero que o actual titular não arrede o pé e continue na mesma senda para dar exemplo aos colegas em outros Departamentos para que façam auditorias antes de atuarem
Este Ministro da pasta de Cultura está com muitos cabelos e negros ainda. Esta sendo muito aplaudido, mas deve ter alguma cautela pois ainda mal começou.
ResponderEliminarFazer cultura num país pobre, sem dinheiro, onde muita gente principalmente da classe os artistas e artesões individualizado querendo ser ajudados não vai ser tarefa fácil.
Tudo isto é extraordinário mas não surpreende. Via-se mesmo que o anterior ministro da cultura era um vendedor de banha de cobra. Ele era um factótum no seu governo e, na mesma lógica de clientelismo, criou factótuns na área da sua pasta. Tudo para fingir e simular uma realidade que não existia, um verdadeiro cenário faz-de-conta.
ResponderEliminarCom o seu violão a tiracolo, como o caracterizou o Onésimo Silveira, tocava a música que convinha ao seu partido e assim entreteve o pagode durante o seu mandato, num cargo ministerial que, convenhamos, não se justifica num país pequeno e pobre como Cabo Verde. Enfim, bem se poderia perdoar o homem pelos seus lunáticos passeios a toque de viola, se tudo isso não fosse à custa de recursos que fazem imensa falta num país sem dinheiro para atacar o que é essencial e de gritante prioridade. Se um imperativo moral se impõe em Cabo Verde, é fazer com que a "bazofaria" fique apenas com os "entertaineres" que não faltam à porta dos cafés e das praças.
Confesso que o actual ministro da cultura nunca me entusiasmou como pessoa, porque me lembro de que quando foi responsável pelo programa televisivo "Nha Terra, Nha Cretcheu", a nha terra era quase exclusivamente a ilha de Santiago. Como se Cabo Verde se resumisse à ilha de Santiago e suas especificidades culturais e idiossincráticas. Porém, a confirmarem-se estas medidas de que o Val nos dá conta, tiro-lhe o chapéu pela coragem política. E isto porque, diferente do seu antecessor, que procurou simular uma realidade para justificar o seu cargo, reduz a área do seu ministério à sua real dimensão, ou seja, a nada.
De facto, em Cabo Verde os assuntos da cultura bem podem integrar-se no ministério da educação, ficando a cargo de um secretário de estado.