A ideia de um Parlamento forte, prometido por Ulisses Correia e Silva, pode vir a ser letra morta. Isto tendo em conta a ascensão de um número significativo de suplentes, principalmente da lista de Santiago Sul.
Com esta sangria de deputados para o Governo e para a máquina do Estado, corre-se o risco de a bancada da situação passar a ser constituída por parlamentares de segundo ou até mesmo terceiro escalão.
Tanto assim que o 21º da lista de Santiago Sul, Manuel Moura, pode, a qualquer momento, passar de suplente a deputado efectivo, com as previsíveis saídas de José Filomeno Monteiro para embaixador em Bruxelas,de Alexandre Monteiro para o cargo de PCA da ASA e Miguel Monteiro para administrador da Caixa Económica.
Dos 40 deputados do MpD eleitos para esta IX Legislatura, sete foram para o Governo (Ulisses Correia e Silva, Olavo Correia, Luís Filipe Tavares, Fernando Elísio Freire, Janine Lélis e Arlindo do Rosário) e José Luís Livramento acaba de ser colocado como PCA da Cabo Verde Telecom. Ulisses Correia e Silva, na primeira entrevista concedida a este semanário, logo após a vitória do MpD nas Legislativas, tinha afirmado que o objectivo era manter um Parlamento “forte”, por considerá-lo o centro do poder. A realidade dos factos pode mostrar o contrário. (in A Nação)
Deprimente panorama da representação parlamentar cabo-verdiana? Talvez. Mas faz coro com o que vai por esse mundo fora, pois estamos habituados a assistir a este rame-rame das democracias.
ResponderEliminarInfelizmente isto é o preço do resultado da nossa estabilidade política. É o povo que dita as regras ao permitir que um partido tenha a maioria no Parlamento.
ResponderEliminarO parlamento forte em Cabo Verde, só numa situação de Governo minoritário. É que existe compromissos antecipados, cuja visibilidade devem que ser respeitados, conforme os resultados das eleições.
Na década de noventa ouve um parlamento forte durante algumas sessões na altura em que o MPD se dividiu em "vários buscados"