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quinta-feira, 7 de julho de 2016

[9414] - UM OPORTUNO "FLASHBACK"...

O diplomata e investigador cabo-verdiano Corsino Tolentino não tem dúvidas que em Cabo Verde há “medo de dizer a verdade”. E o pior, segundo disse é que os partidos políticos contribuem para isso...

Estas declarações foram feitas na quarta-feira, 11, em Mineápolis, nos Estados Unidos, onde Tolentino recebeu o prémio de carreira internacional Liderança 2015 da Universidade de Minnesota, onde havia estudado há 22 anos.

Foi durante a sua intervenção que o antigo ministro disse que apesar de “o balanço dos 40 anos de experiência a nível nacional ser extremamente positivo”, entretanto há muitas “deficiências de democracia” em Cabo Verde que precisam ser corrigidas como é o caso do “medo de dizer a verdade com os partidos políticos a contribuírem para a cultura dessa postura”.

Para o investigador, “a inexistência de um modelo de organização política que dê voz a todo o território de forma igual” também contribui para essas muitas “deficiências de democracia” em Cabo Verde.

Bitola de cabo Verde não pode ser os piores países

Corsino Tolentino advertiu, ainda, para a necessidade de não se bitolar a governança de cabo Verde e a corrupção no País pelos piores países e chamou a atenção para o facto de em Cabo Verde “estarmos deslumbrados com a democracia formal, negligenciando trabalhar em melhorias”.

É que, como diz, apesar de toda a nossa bazofaria, 25 por cento dos cabo-verdianos vivem na pobreza e há um longo caminho por percorrer nos sectores da educação, saúde e segurança social.

Numa altura em que o País é assolado com factos concretos de não prestação de contas como é o caso do fundo do Ambiente e da TACV, Tolentino é categórico ao defender que a democracia “precisa ser reforçada pela prestação de contas”.

1 comentário:

  1. Segundo André Corsino Tolentino existe em CV o medo de dizer a verdade. Pudera!!!!
    Também existe a cultura de dizer meias-verdades. Pois andamos na denegação constante do real e da realidade, só vemos aquilo que queremos ver, teimando não chamar as coisas pelos seus nomes. Enquanto continuar-se a cobrir a realidade com um manto diáfano, dizer A Verdade aos cidadão e às gerações presente e futuras, releva da pura Utopia.
    Por isso desafio ao mais justo dos homens a desmontar as mentiras, as meias verdades e as mistificações que se construíram em CV.
    Bom, este assunto leva-nos-ia bem longe e não interessa agora para a questão!!!
    Já agora eu sugeria a este intelectual ((que é um homem do PAIGC/CV, mas que fez um percurso invulgar: de político e dirigente partidário, passou a universitário/investigador, reconhecido por muitos como uma pessoa aberta ao diálogo e ao confronto de opiniões, logo pouco dogmática (caso raro em CV) )) que promovesse uma discussão aberta e franca sobre CV, o passado o presente e o futuro, talvez dizer-se-iam, por começar, algumas verdades e as mais inconvenientes. Mas para estes exorcismos tínhamos que munir de telescópios de grande resolução para ver o passado distante e o futuro que é pouco nítido.
    No Mundo a realidade (verdadeira ou falsa) confunde-se com a Utopia

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