Quase todos nós já ouvimos a expressão “isso não vale um tostão furado”. O que pouca gente sabe é o que é, afinal, um tostão furado. O tostão é uma moeda brasileira antiga – inspirada na portuguesa – feita de níquel, que valia cem reis – os reis circulavam no Brasil desde o período Imperial até ao governo de Getúlio Vargas. Porém, antes dele, havia o tostão furado, o qual equivalia a oitenta reis. No século 19, saiu de circulação para dar lugar ao tostão cheio. O seu valor não passava dos dez centavos em relação ao cruzeiro antigo. Eram moedas que, sozinhas, valiam pouca coisa e apenas serviam para dar troco de pagamentos de maiores quantias.
Deste modo, dizer que alguém não tem um tostão significa que ele, não possuí praticamente dinheiro nenhum. Com o tostão furado, a coisa era pior, pois, além de valer 20% menos que o tostão cheio, perdeu totalmente seu valor ao sair do mercado.
Por isso, falar que algo não vale um “ TOSTÃO FURADO” significa uma referencia a algo que não tem valor algum.../(U. Rio de Janeiro)
Pesquisa de
Artur Mendes
Estou quase certo que 99% dos que utilizaram a frase nunca souberam a sua origem. Eu não estive no 1% até agora, mesmo tendo ouvido muitas vezes a expressão de desdem à qual acrescentavam, para superlativar, "ele ca podê c'sê vida"
ResponderEliminarEm 1954 ainda se dizia uma coisa e outra mas, com as modernices, as frases genuinas que enriqueciam o nosso falar foram adulteradas. Sobretudo com a chegada dos folhetins brasileiros. Como se não houvesse lugar para uma coisa e outra.
Está-se sempre a aprender.
ResponderEliminarEm Cabo Verde costuma-se dizer meio tostão não tem troco o que indicava a insignificância do valor tostão
ResponderEliminarGostaria de saber sobre uma alisão a moeda que ouvia meu pai fazer. O valor é PATACA.Que moeda é essa?
ResponderEliminarO que é pataca ( moeda antiga )
ResponderEliminarUma pataca era uma moeda de prata do tempo colonial que valia 320 réis!
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ResponderEliminarQueira me perdoar, mas nunca existiu uma moeda cunhada com furo, no Brasil, como existe na China e em outros países. A expressão vem do fato de que as pessoas faziam furos nas moedas para carregá-las penduradas em barbante ou fio de arame. Nunca cunharam, no Brasil, uma moeda com um furo. Sou numismata há 40 anos e nunca vi ou ouvi falar. Aliás, nem constam nos catálogso de moedas do Brasil. Um desses catálogos é publicado pela nossa editora, todos os anos. Outra coisa: O padrão "Réis" existe desde os tempos da Colônia, não só a partir do Império. A primeira Casa da Moeda do Brasil, fundada na Bahia, por D. Pedro II de Portugal (não é o imperador D. Pedro II e sim o irmão de D. Afonso VI), em 8 de Março de 1694. Foi criada para fabricar as primeiras moedas brasileiras (em ouro e em prata), através do processo de cunhagem mecânica, com "balancim". Foi instalada na Praça do Palácio, na Cidade Alta, no mesmo local onde funcionava a alfândega. Foi nesta época (1694) que surgiu o padrão Réis no Brasil, em moedas de ouro (4.000 Réis, conhecida como moeda; 2.000 Réis, conhecida como meia moeda e 1.000 Réis, denominada 1/4 de moeda), além das de prata )duas patacas ou 640 Réis e seus sub-múltiplos: 320, 160, 80 conhecido como 4 vinténs, 40 conhecido como 2 vintés e o vintém, ou seja 20 Réis). As moedas de cobre desse período (XX Réis, X Réis e V Réis), foram fabricadas na Casa da Moeda do Porto (Portugal) com a marca PPPP, letras monetárias da referida Casa da Moeda.
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