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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

[9839] - PAICV VERSUS ABRAÃO VICENTE...

O PAICV reagiu esta manhã, em conferência de imprensa na Cidade da Praia, à forma como vêm sendo geridos os dossiers do Ministério da Cultura. “Apreensivo”, o partido da oposição quer que o primeiro-ministro  garanta junto do ministro da Cultura mais responsabilidade no tratamento de questões de Estado

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Na origem da apreensão e indignação do PAICV estão as medidas que vêm sendo tomadas pelo ministro Abraão Vicente e que Vera Almeida, em representação do partido, caracterizou como enquadradas numa “perspectiva negativa e destrutiva dos ganhos, no domínio da Cultura, alcançados desde que Cabo Verde é um Estado Independente”.
“ Na perspectiva do Governo do MpD, através desse governante, tudo o que foi feito em Cabo Verde nos últimos anos, e com o concurso de muitos profissionais da área, deve ser destruído, sem qualquer consciência das consequências negativas para o sector e para o país”, declarou a dirigente tambarina, que listou os organismos e estruturas extintos pelo ministro – caso das curadorias, do Ballet e Orquestra Nacional, etc. – como exemplos de que “quase tudo” no sector da cultura tem sido “zerado”.
O PAICV também se insurge contra o discurso que Abraão Vicente tem tido na Comunicação Social, acusando o governante de afirmações “irresponsáveis e ligeiras” e de não defender qualquer visão alternativa ou apresentar quaisquer medidas inovadoras.
A forma como o ministro vem gerindo o dossier de candidatura da morna a Património Imaterial da Humanidade também mereceu o repúdio dos "tambarina", que consideram contraditórias as afirmações do mesmo – que alegadamente terá negado ter encontrado um dossier relativo a essa candidatura, para em outra ocasião assumir ter encontrado um dossier incompleto – e  considera ainda insultuoso para os quadros cabo-verdianos que trabalharam no dossier o facto de Abraão Vicente montar nova equipa para trabalhar a candidatura e ter, supostamente, contratado uma assessoria internacional.
O caso do alegado plágio ocorrido no concurso para criação da logomarca da candidatura foi também mencionado. O PAICV entende que a postura do ministro da Cultura, também neste capitulo, foi reprovável, classificando como “ligeira” a forma como Abraão Vicente lidou com a questão. Concretamente, aquele partido entende que o assunto não deveria ter ficado pela intenção de responsabilização criminal do suposto plagiador mas sim por um pronunciamento e responsabilização do júri do concurso.
A porta-voz do partido deixou uma série de questões acerca do concurso, nomeadamente sobre a eventual repetição do mesmo e os critérios de selecção do júri, e também sugestões no sentido de se integrarem elementos das universidades na equipa de preparação do dossier de candidatura.
Questionada se acredita que Ulisses Correia e Silva, que em outras ocasiões reiterou a sua confiança no ministro Abraão Vicente, irá mudar de atitude e atender aos apelos do PAICV, Vera Almeida vincou que o seu partido está “a responsabilizar o senhor primeiro-ministro por esta situação, pedindo-lhe que ele exija do governante dele uma postura mais adequada neste sector”.
Desgastada com o apoio e cumplicidade que diz ter assistido por parte dos deputados ventoinhas ao ministro da Cultura, aquando da abordagem deste assunto no parlamento, a ex-autarca "tambarina" diz esperar pelo menos  uma reacção dos muitos artistas e agentes culturais cabo-verdianos.

quarta, 26 outubro 2016 13:46 - Expresso das Ilhas

3 comentários:

  1. A primeira questão que coloco é se em Cabo Verde, país pequeno territorial e demograficamente, ainda por cima pobre, se justifica a existência de um ministério da cultura. Não seria mais adequado integrar os assuntos da cultura no ministério da educação? Poupava-se dinheiro e talvez se evitasse que a cultura se confunda com pessoalismos demasiadamente ostensivos. Muitas vezes se ficou com a sensação de que a gestão dos assuntos da cultura em Cabo Verde serviu mais para o titular da pasta se pôr em bico de pés em cima de um palco.

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  2. Também acho, aliás, até noutros meridianos...Até dá a sensação de que a primeira preocupação dos Ministros da Cultura é provarem que são...cultos!

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  3. "morna Património Imaterial da Humanidade"

    Faz algum tempo, enviei ao sr. Ministro da Cultura ( PAICV)uma vasta coletânea de Mornas centenárias, com as respectivas letras e pautas ( inclusive, algumas inéditas de Eugénio Tavares).... Além da oferta da minha disponibilidade (graciosa) para colher na B.Nacional, Arquivo H.U e Sociedade Geografia de Lisboa mais elementos inerentes à música cabo-verdiana. Pois, acho que sua excelência não viu qualquer interesse no material enviado, ao ponto de nem sequer acusar a sua recepeção... quanto mais!!!
    Não tenho a menor dúvida: - Os Governantes da diáspora só apreciam os escudos enviados para os bancos... Quanto ao resto, "ês tita (k) cagá", para qualquer tipo de colaboração!

    Oxalá esteja enganado!

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