Quando as pessoas se interrogam acerca das origens desta crise que passou a ser a sombra de uma grande maioria dos habitantes do mundo capitalista, raramente se refere uma circunstancia que, sendo paradigmática, se estranha estar tão ausente do debate politico. Refiro-me à questão, para mim nuclear, de numa maioria de países se ter andado, durante décadas, a viver acima das verdadeiras potencialidades e possibilidades do crescimento económico desses mercados. E, claro, quando se acena a possibilidade de benesses sociais, como os subsídios de Natal e de Férias, serem definitivamente abolidos dos hábitos de uma parte importante da população, logo um clamor de indignação se levanta como se a vida das pessoas tivesse que, durante sempre, depender de subsídios mais ou menos generosos, mais ou menos sociais, mais ou menos políticos...Mas, essas pessoas não se lembram que, em nome de políticas com fundamentos um tanto suspeitos se chegou, como acontecia na Grécia, ao pagamento de 15 ordenados por ano ou às 6 semanas (42 dias...) de férias dos franceses, etc. etc. etc. Apenas para que conste, enquanto, em Portugal, se garante um mínimo de 22 dias de férias pagas, anuais, o Japão não vai além dos 12 dias, a China, dos 10 dias, Taiwan, 7 dias, Tailandia, 6 dias e as Filipinas, 5 dias...Descontados os eventuais exageros que a Troika vai dando à luz e que o Governo vai pondo em mais ou menos difícil execução, não restam dúvidas que andámos muitos anos a viver à grande e à francesa...Agora, há que pagar a factura!
Tem razão, Zito. Andámos de facto a viver um pouco acima das nossos possibilidades, mas as causas do problema são mais complexas que esse simples facto. Quanto aos subsídios, se não estou em erro, o de Natal reporta-se ao tempo de Marcelo Caetano. Posso já não estar a lembrar-me bem, mas julgo que sim.
ResponderEliminarÉ exacto, meu amigo, o subs.Natal é do tempo do MC o que, para mim, reforça o "aroma" político da medida...É claro, também, que existem causas menos evidentes para toda esta situação mas o simplismo da minha abordagem tem, precisamente, a pretenção de provocar agum contraditório ou alguma complementaridade. Um abraço!
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