A
DECISÃO POLÍTICA E ECONÓMICA CADA VEZ MAIS PRÓXIMA DO CIDADÃO
CABO-VERDIANO
PARA MIM, O QUE CONSTITUI O PRINCIPAL MÓBIL PARA A REGIONALIZAÇAO É
O SER HUMANO CABO-VERDIANO VIVENDO EM PAZ, COM IGUALDADE DE DIREITOS E
OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO, PRÓPRIOS DE UM PAÍS VERDADEIRAMENTE DEMOCRÁTICO
OU CAMINHANDO PARA TAL.
SOMOS UM POVO QUE SE DISTRIBUI POR 9 ILHAS HABITADAS E PELA
DIÁSPORA, CADA ILHA COM AS SUAS PARTICULARIDADES PRÓPRIAS E EM ALGUNS CASOS,
ATÉ COMPLEMENTARES.
NO ENTANTO, ESTE POVO VIVE DE FORMA DIFERENCIADA, COM REGISTOS DE
DESCREPÂNCIAS PROFUNDAS E ABISSAIS, VARIANDO DE FORMA HETEROGÉNEA E BEM VISÍVEL,
DE ILHA PARA ILHA, CHEGANDO AO PONTO DE HAVER UMA DEPENDÊNCIA POLÍTICA,
ECONÓMICA E SOCIAL PERANTE A ILHA QUE ALBERGA A CAPITAL E ABRAÇA O MAIOR NÚMERO
DA NOSSA POPULAÇÃO RESIDENTE, A ILHA DE SANTIAGO, REGISTANDO-SE, ASSIM, FORTES
DESIGUALDADES EM TERMOS DE CIDADANIA ENTRE OS RESIDENTES DE CADA ILHA.
EMBORA A NOSSA CONSTITUIÇÃO SEJA BASTANTE RICA E PROFUNDA, A
VERDADE É QUE A ORDEM POLÍTICA ACTUAL DETERMINA E PERPETUA PROFUNDAS
DESIGUALDADES DE DIREITOS, PROFUNDA INJUSTIÇA SOCIAL NAS OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO
PESSOAL E ECONÓMICO ENTRE OS CIDADÃOS DESTAS ILHAS E DA DIÁSPORA.
ESSES MALES SÃO PROPICIADOS PELO SISTEMA ACTUAL DE UMA FORMA DE GOVERNAÇÃO
ALTAMENTE CENTRALIZADORA QUE AINDA POR CIMA TEM A SUA SEDE NA ILHA QUE
CONCENTRA MAIOR NÚMERO DE CABO-VERDIANOS. NOTE-SE QUE NADA TENHO CONTRA O
DESENVOLVIMENTO DA ILHA DE SANTIAGO OU DOS SEUS NATIVOS, PORÉM, É A PURA
REALIDADE.
BASTA VER AQUILO QUE SE CARACTERIZA A SOCIEDADE CABO-VERDIANA NESTE MOMENTO:
·
QUALQUER CIDADÃO OU POLÍTICO NASCIDO FORA DA ILHA DE SANTIAGO, SALVO
DETERMINADOS CONDICIONALISMOS, EMBORA TENHA O DIREITO, CONSAGRADO NA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, DE ELEGER E SER ELEITO PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA
OU PARA PRIMEIRO MINISTRO, AO SER SUFRAGADO, SEGUNDO A ORDEM E O SISTEMA
POLÍTICO EXISTENTES, NA PRÁTICA, NÃO CONSEGUE SER ELEITO E VER ESSE DIREITO
EXPRESSO REALIZADO. O SISTEMA AJUDA SIM, E SOBREMANEIRA, O NATURAL DE SANTIAGO,
ILHA COM MAIS DE 2 TERÇOS DA POPULAÇÃO, A ELEGER O SEU NATIVO EM DETRIMENTO DE
TODOS OS OUTROS (Um exemplo: Poria sérias dúvidas se o nosso actual Sr.
Primeiro Ministro fosse natural da Ilha do Maio, ou mesmo de São Vicente,
chegasse a sê-lo);
·
O MÉRITO E A COMPETÊNCIA NÃO É TIDA EM CONTA NESTE PAÍS POR QUE A
FALTA DE MECANISMOS E A SERIEDADE QUE SE IMPOEM PARA PREMIAR OS CIDADÃOS COM
MAIOR CAPACIDADE E COMPETÊNCIA. É O CASO DOS ALUNOS VIVEM NAS ILHAS PERIFÉRICAS
COM COMPETÊNCIAS E NOTAS QUE LHES COLOCAM EM CONDIÇÕES DE MÉRITO QUE SÃO
RELEGADOS PARA SEGUNDO PLANO, PROMOVENDO-SE, EM PRIMEIRO LUGAR, OS FILHOS DOS
DIRIGENTES E DE AMIGOS MAIS PRÓXIMOS DO PODER CENTRAL. É TAMBÉM O CASO DOS
TÉCNICOS E OS TRABALHADORES DAS OUTRAS ILHAS E DA DIÁSPORA QUE NÃO TÊM AS
MESMAS OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL QUE AQUELES QUE
VIVEM NA PRAIA OU NO INTERIOR DE SANTIAGO (Exemplo: houve tempo em que os
técnicos superiores residentes na Praia, sem serem mais capacitados que os outros
que viviam em outras Cidades ou Ilhas, terem de andar escondidos para não serem
chamados para serem Directores-Gerais ou até para Ministros);
·
EM TERMOS ECONÓMICOS A CENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES, LONGE DA
REALIDADE DAS OUTRAS ILHAS IMPÕE-LHES GRANDES PREJUIZOS E QUANDO NÃO FAZ MORRER
A OPORTUNIDADE DO NEGÓCIO, RETARDA A EXECUÇÃO DOS PROJECTOS EM MESES OU ATÉ EM
ANOS.
DAÍ QUE A AUTONOMIA POLÍTICA E ECONÓMICA DE CADA ILHA E DA
DIÁSPORA, DEVIDAMENTE ENQUADRADA, DEVAM SER OBJECTIVOS A ALCANÇAR, COM OS
CUSTOS QUE FOREM NECESSÁRIOS E COM O TEMPO QUE FOR RECOMENDÁVEL, FRUTOS DE UM
PROCESSO PLANIFICADO, POR FORMA A QUE TENHAMOS A DECISÃO POLÍTICA E ECONÓMICA MAIS PRÓXIMA DO
CIDADÃO CABO-VERDIANO E PODERMOS FALAR NUM CABO VERDE MAIS JUSTO E DEMOCRÁTICO
ONDE O INDIVÍDUO POSSA DISFRUTAR DA CIDADANIA NA VERDEIRA CONCEPÇÃO DA PALAVRA,
VIVENDO NA PAZ, COM IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO
PESSOAL
Mindelo, 01,00 Hs do dia 24 do mês de Maio do ano 2014
/Joaquim Xavier Pires Ramos Pinto/
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