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sábado, 31 de maio de 2014

[6974] - CAIZIM, DE MÁ MEMÓRIA...

Caizim do Mindelo vai desparecer? Trata-se de um peça de museu que devia ser conservado, para lembrar aos mais novos, o que foi este nosso Cabo Verde. Considerar que Cizim foi um deposito de lixo é esconder a história. Caizim com se diz em crioulo "é que criá nôs tud!" Ou seja foi o local de despejo do chamado esgoto aréreo porque não havia saneamento no Mindelo. Sabiam os mais novos que as crioulas que transportavam as latas de dejetos, podiam ser presas, passar um dia ou noite na cadeia e levar umas tantas palmatoadas se transitassem pela cidade fora do horário estabelecido: despois das 21 horas?
O Caizim do Mindelo, local histórico da ilha de São Vicente desde da época da colonização da ilha, foi utilizado como um espaço de depósito de lixo tendo em conta a não existência da rede de esgotos na altura. Agora, vai ter uma plataforma que dará acesso a duas novas vistas para a Baía do Porto Grande.
Enquadrado no projecto de requalificação do cais de carga e descarga e de reposição de uma maior segurança da área das instalações da ENACOL, a mesma empresa, a pedido da Câmara Municipal de São Vicente e da AMP, Agência Marítima e Portuária, está a realizar obras de requalificação do Caizim do Mindelo. Segundo o responsável, o projecto está orçado num total de 170 mil contos e a previsão da conclusão do mesmo será no mês de Novembro do ano corrente, altura em que os mindelenses poderão desfrutar de um novo ponto de contemplação da baía do Porto Grande.
 
Artigo de Carlos Filipe Gonçalves
Remetido por José F. Lopes


9 comentários:

  1. Aqui não! Vejo outras do Ac'A mas estas duas em que me queixei, não. Mistérios misteriosamente misteriosos...


    Braça às cegas,
    Djack

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  2. 170 mil contos!!!!

    São opções... de "merda"

    Com esta verba recuperava-se o Eden-Park ou o Liceu Gil Eanes!


    ...Enfim, Maria Salema, a decana dos transportes aéreos bem que merece essa "lembrança"!
    ...

    "Ó que chere máfe....´
    Quezê bo cre?... mondrongo ta quemê e cagá demás..!

    (crioulo oral)

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  3. É por essas prioridades cosméticas que São Vicente vai morrendo à fome e depois a culpa é do governo da Praia.

    Bazofaria ki ta mata nhos!

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  4. Pode ser discutivel gastar 170 mil contos em época de crise em obras que podem parecer não prioritárias mas, segundo o texto, elas serão custeadas por uma empresa e abrem uma frente de criação de emprego, o que me parece meritório, mau grado o curto prazo de realização do investimento...

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  5. A questão da utilização das verbas camarárias é sempre controversa. Mas amigos vamos convencer-nos uma vez por todas que não compete à CMSV custear obras de recuperação do património nacional nas ilha mas sim ao Estado. Uma CMSV não é o governo regional da ilha, não tem poderes políticos financeiros nem influência. A CMSV deve ter sim uma política pró-activa, que hélas não tem, e é só neste ponto que podemos incriminá-la e culpá-la, uma certa incompetência. Mas também não estamos a par de todos os meandros do problema em CV e na ilha. As políticas centralistas a má fé, a inveja, são corrosivas.

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  6. Façamos votos para que no fim da obra se coloca algo que nos possa lembra que ali naquele local em tempos foi "CAISINHO". Já é tempo de parar em tentar matar a nossa História. Assim como as roças de São Tomé hoje é documentado, há muito do nosso passado deve ser preservado.

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  7. As questões levantadas aqui merecem consideração. Então a Câmara de S. Vicente queima 10.000 contos numa noite com CASSAV e vai pedir 170 mil contos emprestados? Se estivéssemos no tempo das vacas gordas até acharia bem, mas quando há uma Câmara "quebróde" não se compreende. Devia haver uma política de prioridades, isso sim. E vem os badios atrevidos mandar bocas? Eles é que são os responsáveis de toda essa situação, e deviam era manter o bico caladinho. Preocupem-se com o seu quintal que do nosso cuidamos.
    Matrixx

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