Ess'ali na esquina é Maria dos Dores, a Bia. Há anos, quando não havia água canalizada Ela era jovem criada de servir, criada de dia Carregava a água de Madeiral para morada.
Ela era tão garbosa, agradável, contentinha Andou pela escola e outros predicados tinha. Depois, a jovem pretinha cheirando a sabão Com frescura no corpo, que nunca dizia não
Perdeu sua juventude, a honra e a inocência, E para com ela, já ninguém tinha paciência. Chegou a traiçoeira velhice, lançou as raízes A miséria e a doença nas pernas com varizes.
A vitalidade da sua juventude desaparecia Já não tinha forças para ser criada de dia. Sem água canalizada a merda era enlatada E na calada da noite por ela era despejada.
Como a Bia tinha de ganhar a subsistência Para não pedir esmola e viver de assistência Então, na esquina, contava as horas do dia: às nove horas ia buscar a lata de serventia
Lata de Nov Hora pa Caizin
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ResponderEliminarEss'ali na esquina é Maria dos Dores, a Bia.
Há anos, quando não havia água canalizada
Ela era jovem criada de servir, criada de dia
Carregava a água de Madeiral para morada.
Ela era tão garbosa, agradável, contentinha
Andou pela escola e outros predicados tinha.
Depois, a jovem pretinha cheirando a sabão
Com frescura no corpo, que nunca dizia não
Perdeu sua juventude, a honra e a inocência,
E para com ela, já ninguém tinha paciência.
Chegou a traiçoeira velhice, lançou as raízes
A miséria e a doença nas pernas com varizes.
A vitalidade da sua juventude desaparecia
Já não tinha forças para ser criada de dia.
Sem água canalizada a merda era enlatada
E na calada da noite por ela era despejada.
Como a Bia tinha de ganhar a subsistência
Para não pedir esmola e viver de assistência
Então, na esquina, contava as horas do dia:
às nove horas ia buscar a lata de serventia