…” Italiano nascido no norte de Itália, em Génova."
No começo dos anos de 1860, ainda jovem, emigrara para a Argentina, onde trabalhara como carpinteiro naval. Dezoito anos mais tarde, com algum dinheiro amealhado, resolveu regressar à Itália.
Embarcou, em Buenos Aires, com sua mulher Catarina, as duas filhas que tinha então, Catarina e Sílvia e os irmãos António e Luís. A meio da travessia do Atlântico, o vapor fez escala em S. Vicente, para se abastecer de carvão.
Aconteceu estar fundeado no Porto Grande um navio francês com água aberta. Havia alguns dias que chegara naquele estado e, ao que parece, não existiria na ilha nenhum carpinteiro capaz de reparar o casco. Uma vez que o navio viera abastecer-se na ponte da Millers, o gerente da Companhia pedira a negociantes de baía que o avisassem se soubessem de algum passageiro em trânsito entendido em construção naval.
No dia em que chegou o navio de Buenos Aires, um desses "ship chandlers" subiu a falar com o imediato, e este disse-lhe que por acaso trazia a bordo um italiano que era construtor de navios. O homem correu a chamar o gerente da Millers, que logo chamou o comandante do navio francês, e foram ambos conversar com o italiano. Giobatta examinou o rombo do navio e disse-lhes que era capaz de consertá-lo, mas era trabalho de muitos dias, e ele não podia demorar-se tanto…
O gerente da Millers fez-lhe, então, uma proposta difícil de rejeitar: ofereceu-lhe um contrato sem termo certo como funcionário da Companhia, casa para morar e um excelente salário, pago em libras…
Giobatta, claro, deixou-se ficar, com a mulher, as filhas e os irmãos.
Foi já em S. Vicente que nasceu o seu terceiro filho, um menininho a quem chamaram Henrique”…
O resto da história desenvolve-se a par com o seu companheiro Maninho de Burgo com intimas ligações ao Espiritismo, em Cabo Verde…
in: Espíritos Atlânticos - João de Vasconcelos
Pesquisa de A. Mendes
Certo, Amigo Mendes !
ResponderEliminarA culpa não é tua mas... so discordo com "Espiritismo". Prefiro que se fale do Racionalismo Cristão.
Repito que a culpa não é tua. Aliàs, nem do Vasconcelos na medida em que no principio assim se dizia mas a histôria é mais séria
Vamos aos palpites e à vida de Nhô Henrique Batista que seguiu a profissão do pai Giobata e deixou muitos descendentes. Lembro-me com saudade a Iolanda Morazzo Lopes da Silva.
Boa semana pa tude gente
É importante divulgar estes factos porque a maior parte dos cabo-verdianos desconhece a origem desta família. Estou a ver que tive uma relação muito próxima com um elemento da família - a Iolanda. Foi minha professora quando eu tinha uns 15 anos.
ResponderEliminarA bela Iolanda era filha de Vasco da Gama Lopes da Silva, neta do poeta José Lopes da Silva e de Henrique Morazzo pai da Ida, mãe da Iolanda.
EliminarEram dois irmãos (Humberto e José) e duas irmãs (Iolanda e Diva). Deles so entà entre nôs a Diva, casado em segundas nùpcias com Dr. José Cohen.
Bolas !!!!
Onde pàra o nosso Amigo Joman ? Ê que continuamos, deseperadamente, à espera do grande livro da genealogia. Espero puder lê-lo antes de mudar de "residência".
Um braça com muita saudade se o o João Manuel por aqui passar.
Bonucci, Frusoni, Morazzo, vertentes italianas desse cadinho confusíssimo que é Cabo Verde, com ramos daqui e dali que nunca mais acabam, todos tendo dado o seu contributo para aquilo que é a vida das ilhas. Por isso, sítio único e irrepetível.
ResponderEliminarBraça multi-pluri-diverso-misturada,
Djack
Sem falar do St'Aubyn, de S.Nicolau, do Montrond, do Fogo, etc., etc...E, dos portuguêses, porque não?!
EliminarCaro Valdemar Pereira
ResponderEliminarObrigado pela correção que, como diz, sou alheio.
Tomei boa nota e vou tentar (se o dono do Arroz) assim o quiser, transcrever mais dados sobre a história do Racionalismo Cristão... História que envolve muitas personalidades conhecidas, como o jovem Dr Baltazar -- seu primeiro julgamento como advogado.que,para gaudio da população ,ganhou a causa... contra os mais poderosos da época!
Braça
Artur,
EliminarNôs os "corôas" temos de fazer "gosga" para que se fale do nosso tempo que - com muita pena - està sendo esquecido.
Nôs tinhamos a curiosidade de saber "quem quê sis gente", sem nos ocuparmos da vida de cada um e era assim que na nôs terra "tude gente tava conchê tude gente". Agora nem se importam com os proprios amigos. Nôs iamos à Praça e os nossos Pais iam "fazê um vezitinha" à gente da sua toada, histôria de guardar a amizade. Hoje - catàstrofe - essa hora passou a ser sagrada mas porque, em vez do que se fazia, não se contacta ninguém porque é hora do... folhetim!!!
O tempora ! O mores !
Prefiro ter vivido no meu tempo com os meus costumes. Naquel tempe, mesmo pobre, nôs vida era sabe. Prova? Até gote de Mané Jom tava ingordà na gemada.
Um braça pertode.
Que venha a história, amendes!
ResponderEliminara) Certo, certo, Djack,
ResponderEliminarOs nomes dos italianos citados eram "meninos de terra", ou seja, adoptaram Soncente. Também houve outro que marcou porque, casado com uma mindelense, fazia parte da paisagem: - Natal Galeano, o homem que lançou o Pirolito na sua Fàbrica ali perto da casa do Ti Pedro Neves.
A garrafinha era original e tinha uma bolinha dentro que, apos o enchimento, celava o conteùdo. As crianças achavam piada ao abri-las - Puuufff !!!.
Galeano tinha dois irmãos e uma irmão que nada conseguiram na vida e viviam (infelizmente) numa completa miséria numa casa algures na Craca. Eu era muito novinho, a situação me intrigava, mas nunca pude saber nada dessa familia.
b) Didi:
Acho bem que venham "umas" relativas ao Racionalismo Cristão levado, do Brasil a Cabo Verde, por um bravense.
c) Força, Mendes !
Espero que nos tragas algo do que soubres e, se me for possivel, acrescento mais alguma coisinha.
Um braça de "merci" pa bocês tude.
Recentemente, logo apos a punlicaçao do nosso livro Os Caminhos da Regionalizaçao, um amigo meu escreveu-me propondo-me escrever Os Caminhos da Espiritualidade, que tanta falta vem fazendo nas nossas comunidades. Conhecia a tèse do João Vasconcelos, hoje editada em livro em Cabo Verde e creio que vai para além da espiritualidade para nos situar não so' na historia do racionalismo cristao em Cabo Verde mas também da ezvoluçao da sociedade cabo-verdiana, apoiada numa filosofia que nao se baseia nem na raça, nem na côr e que propôe um modelo de dignidade para levantar CAbo VErde. A verdade que esta filosofia que tem em Cristo o valor maximo da espiritualidade tem hoje mais adeptos do que o catolicismo em Cabo Verde pois somente em São Vicente tem mais de dez casas racionalistas sem contar as outras ilhas e as na diàspora. Nhô Henrique Baptista, era um grande medium, formado no Rio de Janeiro e era consultado nãoc so' por médicos mas sim por toda a elite cabo-verdiana. O proprio PAIGC quando afirma ser luz e guia do povo de Cabo Verde nao faz outra coisa senao repetir expressoes do racionalismo cristao. Foi também um grande construtor naval tendo construido os barcos Arlette e Senador Vera Cruz que foram de grande importancia durante as fomes em Cabo Verde. Homem duma grande modestia, que respeitava o proprio chao que pisava, deixou uma grande herança moral e cultural à Cabo Verde e o Mundo dos nossos emigrantes.
ResponderEliminarLuiz Silva
ResponderEliminarA proposito do legado de Nhô Henrique Morazzo, lembro-vos que ele era o avô da Aurinha Morazzo casada com um ilustre amigo de Cabo Verde que foi Advogado, Reitor do Liceu e Presidente da Camara Municipal de S.Vicente
ResponderEliminarQual o seu nome ? Quem se lembra dele ? Talvez o Zito.
Como Julim Oliveira ainda não se lembraram de dar o seu nome a uma ruinha. Que ingratidão... .