2017 O ano da Comemoração Oficial do Centenário do Liceu Oficial de Cabo Verde? Sem este Liceu não haveria as ilustres gerações que passaram por Cabo Verde e seríamos todos analfabetos e incultos.
Silva Antonio colocou um excelente Post a propósito:
"Alguém em Cabo Verde ainda se lembra deste edifício onde já funcionou o Liceu no início do século passado, assim como o outro que esteve ou está a cair de pedaços. Eu disse uma vez que nós tivemos o privilégios de estudar nestes edifícios, que eram Universidades antes de existirem, com professores mestres da Sabedoria e da Humanidade.
Dirão os Novos Poderes, o Novo Sistema e a geração de Homens Novos que se trata de uma Velharia: as velharias e os Velhos não têm lugar em Cabo Verde: o futuro deste país será contruir Manhatans tropicais para 'épater' os incrédulos sobre as potencialidades destas ilhas 'paradisíacas', que acabarão por ser edifícios vazios, sem história e que ruirão em amontoados de betão armado.
Devem dizer que se lixe este e todos os outros velhos edifícios públicos que têm o azar de serem colonias, para além de exemplares únicos de relíquias de arquitectura colonial, misto dos Impérios coloniais português e britânico, presentes na ilha do Porto Grande.
Logo para o lixo da História com estas velharias, um refrão que temos ouvido sempre que defendemos que se devem preservar Edifícios Históricos, Repositórios da Memória.
Pois estes e demais edifícios mindelenses têm o azar de se encontrarem num mau local. Para estes nunca sopram os ventos da bonança, que sopram mais a Sul, mas sim sempre os ventos secos de Leste, os famosos ventos da fome exorcizados por Onésimo, que teimam em abater tudo o que resiste de pé.
Que 2017 seja o ano da Comemoração Oficial do centenário do Liceu Oficial de Cabo Verde e que seja na Cidade do Mindelo."
Remessa de
José Fortes
O sujeito chama-se mesmo Silva António? Quanto ao texto, APROVADÍSSIMO.
ResponderEliminarBraça com memória,
Djack
Pôr o apelido (Silva) antes do nome (António) é um hàbito francês que os lusofalantes adoptam facilmente. Portanto penso ser um dos muitos que residem (ou residiram) em França. Mas là que sabe... sabe.
ResponderEliminarComemorar este centenário devia ser oportunidade para uma profunda e ampla reflexão sobre o papel que a cultura e a cidadania participada podem ter no futuro de Cabo Verde. E também para procurar soluções, enquanto ainda é tempo, para a salvaguarda e a recuperação do património material e imaterial de Cabo Verde. Essa reflexão só poderá ter lugar em S. Vicente e não deverá deixar ninguém indiferente ou a assobiar para o lado. Pois, se Cabo Verde não souber dar esse passo, pode perder a sua verdadeira identidade mais tarde ou mais cedo.
ResponderEliminarLembrança do meu Visavô -- continuo (Auxiliar de educação)
ResponderEliminar"... Em 1890 ( mil oitocentos e noventa) criou-se na Praia um Liceu pela reunião das cadeiras já existentes ( instrução primária, latim, filosofia racional e moral e teologia) a que se juntaram mais tarde as seguintes : francês, inglês, desenho, matemática e rudimentos de náutica.
Pouco durou, porém, o Liceu, decerto porque a Praia não possuía as condições necessárias para nela se manter um estabelecimento de tal natureza..."
In-Instrução Pública em Cabo Verde - Adriano Duarte Silva (BAGC - 1929
Nota: Cá para mim: - A degradação que fala é vingança de "badio" ...
Djack é o António Pedro Silva da Adeco
ResponderEliminarAmigos temos que apertá-los para que se comemore dignamente este Centenário. Eu sei que não há 'dinheiros', mas que se lixem os dinheiros||
ResponderEliminarEste deverá ser o último comentário que aqui deixarei registado, porque tenha a consciência dos meus limites literários e culturais... Não devo, por isso, ter o topete de emparceirar com ilustres letrados... No Liceu não passei dos primeiros anos, mais por cabulice e "abusos" do que por burrice... A ele devo, porém, muita gratidão, aos colegas Professores, que tiveram a paciência de me aturarem! Há anos que me dedico quase diariamente a lutar para a reabilitação do Nosso Liceu... estive muito lá muito perto... Falhou pelo o ostracismo das autoridades responsáveis (idem para a Escola Nova)... Por isso, a minha comemoração não esperou o centenário, ela é celebrada diariamente no meu coração e acção!
ResponderEliminarMantenha
Artur, esta é uma das mais belas provas de estima a uma instituição que eu já li...Ninguém precisa de ser doutor para "sentir" pois, como escreveu António Damásio, É A SENTIR QUE A GENTE PROVA QUE EXISTE!
EliminarBraça Gilista
Zito
Fico ao mesmo tempo triste e intrigado com a resolução ora tomada pelo Artur de não mais comentar aqui. Ainda mais porque a razão invocada não é minimamente aceitável. Não estamos aqui para emparceirar com quem quer que seja. O contributo de cada um é valorizável pelo seu conteúdo e não por quaisquer atributos académicos. Até porque neste campo o Artur intervém sempre com comentários sempre de grande interesse e, sobretudo, primando por um notável sentido de liberdade e autonomia intelectual. O Artur nunca interveio aqui para fazer frete a quem quer que seja ou a moldar a sua opinião à opinião de outros. Para mim, isto é absolutamente importante, e só por isso considero uma perda o seu afastamento.
ResponderEliminarAlém do mais, as colaborações que o Artur volta e meia aqui deixa são de valor e resultam de um aturado trabalho de busca e pesquisa, ou não tivesse ele confessado que é um rato de biblioteca.
Por último, Artur, deixe que lhe diga que as qualidades "literárias e culturais" não têm a ver apenas com os anos que se passam nos bancos dos liceus e das universidades. Se ler uma entrevista dada pelo professor Henrique de Oliveira (rapaz mais ou menos do meu tempo) e publicada num semanário cabo-verdiano, verá o que ele diz acerca do nível intelectual de muitos dos actuais licenciados. Essa denúncia é válida para Cabo Verde como para Portugal. Conheci e conheço pessoas de grande cultura e de preciosa pena que nunca obtiveram diplomas académicos. E mesmo os que os têm, pouco ou nada acrescentam ao seu conhecimento e formação global se não continuarem a dedicar-se ao estudo e à leitura. Pelo que já percebi, o Artur é um leitor inveterado e tem o gosto pela cultura. Quem dera a muitos dos que gostam de se pôr em bicos de pés.
Por isso, Artur, desista dessa sua resolução. Os leitores do Arrozcatum agradecem.
Amigo, eu estou convencido que o Mendes se referia a "ultimo comentário sobre o assunto" e não de forma radical...A menos que esteja enganado!
EliminarEsperemos que sim, Zito. Pode ser que eu tenha interpretado mal.
EliminarEspero, desejo e faço votos que se comemore o evento com dignidade e muita reflexão, pois o significado profundo da criação da instituição liceu em São Vicente; o qual, ao lado do Seminário-Liceu de S. Nicolau, representa um marco de excelência da instrução cabo-verdiana do século XX.
ResponderEliminarO interessante é que o velho «Infante Dom Henrique» e posteriormente «Gil Eanes» chegam ao século XXI com uma credibilidade embora já pertencente ao passado,mas ainda surpreendente, pelas gerações que nele fizeram os seus estudos secundários e que por via disso, singraram na vida, como profissionais e como cidadãos.
Jurei que não comentaria mais sobre este tema.
ResponderEliminarPerdoe-se-me a quebra.( Já dei 3 voltas à igreja)
Simplesmente não resisto ( respeitosamente)a responder ao comentário acima na parte-
" ... Pelas gerações que nele fizeram os seus estudos secundários e que por via disso, singraram na vida como profissionais e como cidadãos."
Ora, aqui está a razão da minha "raiva"... Estes "profissionais", excelentes cidadãos, foram e alguns ainda são: presidentes da República, ministros, presidentes de camaras, deputados da Nação, administradores de reputadas empresas, empresários de sucesso....
Pergunto: - Como deixaram /permitiram e permitem que o Liceu Gil Eanes / Jorge Barbosa esteja a cair aos poucos... sendo que, amanhã será tarde para o salvar duma morte matada e sepultado no mesmo cemitério do Eden Park , Fortim, Farol de S. Pedro (segundo o Praia de Bote)?
Na mesma linha, permitam-me (já que pequei) desabafar um pouco mais:
-- Há dias vi uma foto da casa de Nhô Roque, abandonada e em começo de ruina, não seria mais benéfico transformá-la numa casa da cultura, onde se expusesse o seu espólio literário e onde se reproduzissem em som as cronicas lidas por ele ( e não só) na rádio? Tenho a certeza que a juventude estudante e o Povo apreciaria mais ouvir o "Enterro di Nha Candinha Sena" do que esperar por um qualquer aniversário para o homenagear.
(Para quem conhece; seria do género Casa Fernando Pessoa).
Perdoem-me o desabafo
Mantenha