O nosso amigo José Fortes Lopes recebeu, antes de ontem, uma mensagem que julgamos do interesse geral, motivo pelo qual aqui a reproduzimos:
16.set.2016 - Bom dia, amigo José - A pagina económica online de ontem do jornal A SEMANA traz um artigo que dá conta do arranque amanhã, sábado, 17, das Obras de Requalificação do Porto de Calheta, orçado em 40 mil contos, financiado pelo Governo. Somando com os 60 milhões de escudos transferido em menos de 15 dias pelo atual Governo dá 100 milhões, só para S. Miguel , sem contabilizar os outros 15 mil contos para Ribeira de Flamengos, pelo que, num período de 5 meses o interior de Santiago já absorveu 115 mil contos... Mas não há os tais 18 milhões de dólares que faltam para o terminal de cruzeiros, cujo prazo limite para o País aproveitar dos 10 milhões USD, oferecidos pelo governo holandês, a fundo perdido, termina no fim do mês. O Governo do MPD, anos 90, foi o pior que aconteceu a S. Vicente, onde o Veiga usou o Onésimo como bode expiatório para rebentar com a nossa ilha. Com o Ulisses, vai ser a mesma coisa, ou pior.
N.E. - É bem provável que o porto da Calheta necessite destas obras todas e nem sequer é isso que faz aflorar o azedume das pessoas...O que parece ser discutivel é a cornucópia despejar a fartura toda para as mesmas bandas, enquanto se corre o risco de desaproveitar um investimento com características estruturais como é (ou seria...) o Terminal de Cruzeiros mindelense...
ResponderEliminarRecebemos esta denúncia de um amigo mindelense atento às políticas económicos actuais e anteriores em Cabo Verde, que julgamos do interesse geral, motivo pela qual reproduzimos no ArrozCatum
Ele informa-nos o seguinte:
“”16.set.2016 - Bom dia, amigo José - A pagina económica online de ontem do jornal A SEMANA traz um artigo que dá conta do arranque amanhã, sábado, 17, das Obras de Requalificação do Porto de Calheta, orçado em 40 mil contos, financiado pelo Governo. Somando com os 60 milhões de escudos transferido em menos de 15 dias pelo actual Governo dá 100 milhões, só para S. Miguel , sem contabilizar os outros 15 mil contos para Ribeira de Flamengos, pelo que, num período de 5 meses o interior de Santiago já absorveu 115 mil contos... Mas não há os tais 18 milhões de dólares que faltam para o terminal de cruzeiros, cujo prazo limite para o País aproveitar dos 10 milhões USD, oferecidos pelo governo holandês, a fundo perdido, termina no fim do mês. O Governo do MPD, anos 90, foi o pior que aconteceu a S. Vicente, onde o Veiga usou o Onésimo como bode expiatório para rebentar com a nossa ilha. Com o Ulisses, vai ser a mesma coisa, ou pior. “”
Com efeito mal passaram 6 meses este amigo apresenta-nos aqui a catadupa de investimentos milionários pelo novo governo é anunciada para ilha de Santiago, ou seja, mais do mesmo para Cabo Verde, quanto às restantes ilhas continua-se o impasse pelas forças de bloqueio do desenvolvimento que se concentram na capital. É algo decepcionante e desanimador, pois mudam-se os governos e a mesma política centralista perdura, embora o discurso eleitoral do partido agora eleito tenha sido o contrário.
Que mais dizer, denunciar! Neste blogues e nos jornais praticamente já dizemos tudo ao longo de anos.
Vamos aguardar ainda mais uns meses para dar o benefício da dúvida do estado de graças para ver a orientação final do ‘barco’ e aí sim daremos uma opinião definitiva, embora como o amigo escreve os sinais estão a ser dados, embora alguns contraditórios, mas parece que “com o Ulisses, vai ser a mesma coisa, ou pior”.
Não somos poucos a questionar os fundamentos destas políticas discriminatórias em Cabo Verde que duram décadas, após o PAIGC/CV incompetente ter rebentado com a ilha de S. Vicente ao criar expectativas em 1974, realizando ao fim ao cabo políticas que saldaram na morte da sua economia (que era baseada no comercio), tendo gerado autênticos elefantes brancos que estão todos sepultados na baia do Porto Grande.
ResponderEliminarCom o governo mpdista de 1992 o centralismo agigantou-se e o governo do PAICV desde 2001 até 2016 levou as coisas ao paradoxo e ao paroxismo, transferindo a economia e os serviços essenciais todos para a capital, levando resto dos recursos humanos com eles.
Para além da hemorragia humana sofrida pela ilha desde 1974 altura em que que sugou os melhores funcionários e quadros que restavam na ilha e que a sustentavam, e desencorajando quem decidisse nela ficar, aquela que Joia da Coroa do arquipélago, uma ilha que dava emprego a população de todo o arquipélago, não mais do que uma sombra, um Espectro. Graças aos ditos espertos libertadores e desenvolvimentistas, temos hoje uma ilha ‘morta de morte matada’ , uma ilha onde os jovens não têm emprego e os que têm algum diploma, a minoria, tem que se deslocar para a capital, despovoando ainda mais a primeira ( e as restantes ilhas do arquipélago) em recursos humanos, ao mesmo tempo que criando ainda mais problemas numa ilha-capital, a abarrotar pelas costuras, a qual pede-se mais estatutos especiais, para além dos que já tem.
A população da ilha de Svicente, onde o estado sempre se encontrou longe, afastado (Lisboa ou a Praia, é a mesma coisa) e que vivia e vive dos recursos gerados ali, sente-se abandonada pelos poderes: uma minoria vive bem, enquanto a maioria da população, a que já não pode emigrar, vive de expedientes, numa situação em que a miséria humana se generalizada. A elite actual da ilha a maioria está distraída, vive numa boa, debaixo do guarda-chuva do Estado e dos partidos, deliciando-se com querelas políticas fabricadas na capital, olhando sempre para o lado (embora a palavra de ordem actual é não olhar para o lado). Num país 100% estatizado, em que a economia civil é nula ou está falida, em que o Estado é o princípio e o fim de tudo, todos estão presos umbilicalmente pelo Sistema herdado do colectivismo!! Mas antes do 25 de Abril em pleno regime Salazarista, a elite mindelense podia desafiar as ordens de Lisboa. Lembrem-se da Atitutde do distinto Senador Vera- Cruz relativamente ao Liceu, do desafio do deputado Adriano Duarte Silva em relação às não aplicação de legislação racista em Cabo Verde e da construção do Porto Grande, dos desafios do Dr. Baltazar Lopes à ordem estabelecida, e de tantos homens verticais e dignos que povoavam a ilha do Porto-Grande e que prefeririam lutar pela ilha e a sua população em vez das benesses dos poderes.
O quadro da ilha é pois dramático e se não forem tomadas medidas, ou seja sem um investimento continuado e as reformas que temos indicado e insistido, o cenário vai piorar ainda durante vários anos, para a desgraça dos seus habitantes. Esta é a situação da ilha, 41 anos após de uma falsa Independência (para a qual a população tudo fez para que tal sonho se concretizasse o mais rapidamente possível em 1974) em que se anunciavam rios de oiro a correr pelos seus vales e um paraíso eterno neste arquipélago. É nesta decadência económica, moral e cívica que se encontra S. Vicente e Cabo Verde, não obstante os elogios internacionais de bom aluno africano. Mas de boas intenções se enche o inferno todos os dias!!!
Se houvesse dinheiro com fartura, naturalmente que seria de elogiar e financiar iniciativas de autarcas dinâmicos, como parecem ser os da Calheta, um município de que eu nunca tinha ouvido falar sequer.
ResponderEliminarMas quando o dinheiro falta é óbvio que as prioridades têm de ser rigorosamente hierarquizadas. É inquietante que não haja recursos para apoiar os projectos de portos, como o Porto Grande, de grande importância para a economia nacional, como o foi sempre, e haja para um pequeno porto de uma aldeia que se tornou município. A explicação é uma única: Calheta está em Santiago, na república de Santiago. E o resto que se amanhe. Isto já começa a cheirar mal.