José Fortes Lopes |
Em 2016 e 2017 comemoram-se dois marcos importantes da História de Cabo Verde: o Centenário do Ensino Liceal Oficial graças ao empenho do Senador Vera-Cruz e os 90 da sua electrificação, da iniciativa de Pedro Bonucci e João Leça.
São dois marcos importantes que fazem transitar o arquipélago do obscurantismo à modernidade. Este era um arquipélago que poderia estar condenado a afundar-se no meio do oceano desde que perdeu todo o seu interesses estratégico com a perda do imperio português da Ásia e do Brasil e o fim do comércio triangular associado ao comercio de escravos entre África e a América.
Mas no início do do século XIX reaviva-se o interesse pelo arquipélago dada a sua posição estratégica no Atlântico. O aliado Britânico entra em negociação com Portugal para a sua cedência para o apoio à sua frota comercial e miltar que cruzava os oceanos em apoio ao seu vasto império. Este escolhem o Porto Grande de S. Vicente, uma ilha quase deserta, para estabelecer a sua base. Surge de raiz uma cidade planeada a régua e esquadro com caracterísiticas bem vincadas cuas implicações todos conhecemos. Os depósitos de carvão depressa dão lugar a um fervilhar de actividades impulsionadas pelos britânicos. Instalam-se inglêses, portugueses e, é claro, um grande número de cabo-verdianos de todo o arquipélago que vão criar nesta ilha um novo cabo Verde, o paradigma da modernidade, do cosmopolitismo e do progresso.
Juntam-se a esta aventura judeus do Norte de África, italianos etc. Nesta ilha dá-se o fervilhar de iniciativas com empresas britânicas inglêsas instaladas em sectores estratégicos, com portugueses e cabo-verdianos a ocuparem da administração e de actividades comerciais. Surgem vários 'herois' em todos os sectores e um deles é Pedro Bonucci, filho de italianos residentes na ilha, que tem uma ideia com João Leça, electrificar a cidade do Mindelo, abolindo a iluminação pública vigente em Cabo Verde, o sistema Kitson. Esta ideia pegou a cidade passou da escuridão para a claridade nocturna e começou a idade Moderna no arquipélago. Bom hoje quase 200 anos do início desta aventura tudo parece mentira. Os mindelenses que julgam que esta ilha/cidade sempre existiu como ela se apresenta hoje ( muitos andam a desmantelar a cidade património, a sua memória e a pisar o seu passado) nem imaginam o esforço, o suor e o investimento humano e financeiro que isto tudo deu para que gerações futuras vivessem num meio com um nível de qualidade urbana comparável a qualquer meio civilizado.
Crítica do crítico a criticar:
ResponderEliminar1 - Bom texto.
2 - Boa lembrança.
3 - Boa dimensão para blogue. Diria mesmo, a dimensão ideal.
4 - Falta neste texto uma marreta para dar na cabeça dos que no Mindelo andam a dormir.
5 - Faltam neste texto uma marreta e um bloco de "rotcha" do tamanho do Monte Cara para dar na cabeça dos que andam a destruir o Mindelo.
6 - Falta neste texto... que seja lido pelos dos pontos 4 e 5.
Braça marretal,
Djack
Eu só tenho de assinar por baixo do que escreveu o Djack.
ResponderEliminarAmigos quem me dera não poder escrever isto. Gostaria de pensar em SVicente somente em termos de na Baía das Gatas debaixo de um parasol com os pés cruzados a tomar umas cervejinhas com umas bafas. Hélas temos muito 'souci' com a nossa ilha.
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