A ilha de S.Vicente acaba de ser bafejada com uma das maiores precipitações dos últimos anos, da ordem dos 300 milímetros por metro quadrado,, o que terá levado a que algumas ruas se tenham visto, subitamente, transformadas em rios caudalosos... Relata-se que todos os poços, alguns dos quais se encontravam secos há cerca de quatro anos, apresentam já para cima de 15 metros de água o que abre novas perspectivas às culturas de regadio...
Por outro lado, e atentando-se na cor das águas que, em torrente, descem para a costa, é penoso verificar que, por falta de obras para retenção dos caudais pluviométricos, toneladas de solo arável continuam a ser arrastadas para o mar que cerca a ilha reduzindo, assim, a sua capacidade produtiva, enquanto na ilha de S.Tiago se despenderam milhões na construção de barragens...Aliás, até parece que, uma delas, em vez de reter, sorve a água para as entranhas da terra, numa demonstração grotesca de uma política de autêntico esbanjamento do herário público subsidiado pela ajuda externa...
Assim, enquanto na Praia se delapida o orçamento, em S.Vcente deixa-se que escorram para o mar milhões de metros cúbicos de água que, no seu percurso sem obstáculos vão dissolvendo e arrastando consigo a pouca terra fértil que a erosão dos séculos e o esforço humano conseguiram extraír das entranhas vulcânicas da ilha mártir...
Meu comentário: Cabo Verde chuva grossa, ribeiras transformadas em rios e erosão dos solos.
ResponderEliminarRecorde-se que um solo normal leva milhares de anos a ser reposto, e uma uma chuva torrencial leva dias a transportar para o mar a camada útil do solo, quanto mais castanha a água mais solo foi perdido. No caso de Cabo Verde podemos dizer que é ouro que vai para o mar, pois é solo áravel, constitui horas de labor e investimento.
Portanto a conservação do solo devia continuar a ser uma acção prioritária..... Ou seja nenhuma gota de água devia ir para o mar: um, porque o solo é riqueza e dois, porque a água é um bem precioso e raro em Cabo Verde. Parece óbvio mas não é!
Ao longo de 40 anos pouco ou nada se fez para resolver este problema, que é crucial e decisivo para a sobrevivência do povo das ilhas.
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