Tenho um amigo com um percurso de vida meio errático mas que lhe permitiu coleccionar uma bagagem de experiências e conhecimentos sobre o mundo que nos rodeia e que lhe conferem uma autoridade indiscutivel para falar da consciência social das multidões e do seu relacionamento com o poder. Vou chamar-lhe "John Smart" e tentar reproduzir um monólogo seu, dias atrás, curiosamente, ao sabor de alguns cálices de Licor Beirão que ele, por motivos inexplicáveis, adora...
Passavam na TV cenas de uma manifestação contra não interessa o quê, dessas que agora crescem como cogumelos, talvez porque está na época deles...
E, o John, comentava..."Dava uns tostões para saber quantas, das muitas centenas de pessoas que estão ali, nunca tentaram fugir aos impostos ou usam de todos os subterfúgios legais e não legais para pagarem menos ou mesmo nada! Todo o mundo sabe que, se todos os cidadãos pagassem, atempadamente, todos os seus impostos, os governos não teriam mais de metade dos problemas com que se defrontam a nível económico e financeiro reduzindo de forma drástica a necessidade de certos países se financiarem num mercado de super-agiotas que engordam à custa da desgraça alheia...E, apesar de fugirem dos impostos como o diabo da cruz, não hesitam em reclamar do estado tudo e mais alguma coisa, como se o dinheiro do estado nascesse nas árvores como a fruta...Já ninguém se lembra daquela frase lapidar do John F. Kennedy quando a grande nação americana atravessava dificuldades: Não perguntem o que pode o vosso País fazer por vós: perguntem antes o que poderão vocês fazer pelo vosso País!"
John emborcou o cálice de um trago, suspirou profundamente e terminou: "Não restam dúvidas: a turba não tem consciência social!"
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