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quarta-feira, 24 de abril de 2013

OS FILHOS DA ADOPÇÃO...


Qual será, sob o ponto de vista psicológico, a melhor idade para uma criança ser adoptada? Antes ou depois de ter estrutura mental para entender o que se está a passar? Se "antes", quando deverão os "pais" desvendar à criança o "segredo"? Se "depois", como precaver possíveis fenómenos de rejeição?
Estas questões, aqui colocadas na presunção de adopções levadas a cabo por casais de sexo diferente, creio que adquirem uma dimensão bem mais dramática no caso de adopções por parte de "casais" do mesmo sexo e reorientam o questionário para questões bem mais complexas como, por exemplo, como fazer entender a uma criança de quatro ou cinco anos, candidata a ser adoptada pelo "casal legal" Hugo+Egas ou Nina+Gilda que vai ter, como mentores e guias do seu futuro, não um pai e uma mãe, como ele julga ser universalmente aceite, mas sim por dois pais ou duas mães? Como fazê-lo compreender as subtilezas do relacionamento íntimo dos seus "pais" ou das suas "mães", quando a puberdade lhe fizer despontar os primeiros pelos púbicos? Em que medida é que o "estatuto" social dos pais (ou mães) adoptivos não vai direccionar as tendências do libido da criança adoptada  num sentido diferente daquele que tomaria se os pais fossem de sexos opostos?
Haverá um "psicologista" (como diz um primo meu, de Boston) capaz de me dar respostas a tudo isto, por forma a convencer-me de que os homens, armados em deuses, não andam, agora, a tentar reformular a natureza intrínseca das coisas?

4 comentários:

  1. Dialogo interrompido:

    Titinha, nove anos de idade, "filha adoptada aos 12 meses, por Tita e Titã...

    - Mámi Tita, é verdade que os meninos vêm no bico duma cegonha?
    - Disparate, Titinha!
    -Então?
    _Olha filha... os bebés saem da barrinha das mães...`
    - Como!?
    - Como uma planta... deita-se uma semente na... "barriguinha" ela cresce lá dentro...!
    -Então, eu nasci da semente da Titã, não é verdade?
    ....
    -- Bom... deixa lá isso.. vai fazer os trabalhos de casa...
    -- Mas, mamã.. o trabalho de casa é sobre isso...
    ....!!!!!

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  2. Caro senhor,

    A questão de homosexualidade é uma situação inevitável na natureza humana e não penso que deveria ser uma entrave tanto no casamento como na adopção. Não é muito justo passar-se a vida inteira com um cumpanheiro e não ter os mesmos direito que outros casais heteresexuais. A questão de adopção é um bocadinho mais complicado porque realmente tem e continuirá a ter um impacto na vida social da criança por causa dos preconceitos inerentes na sociedade. Deste ponto de vista, é de algum modo pouco recomendável a adopção de crianças. Mas o que deve mudar é o modo como a sociedade deve eliminar estes preconceitos, assim como tem vindo a eliminar preconceitos em relação à cor das pessoas. As crianças não nascem nem racistas nem homofóbicos, aprendem imitando os pais.
    Em relação à influência de um casal homosexual na orientação sexual de uma criança, isso é completamente falso - caso isso tivesse algum influência, não existiria homosexuais.
    A orientação sexual nasce e desenvolve no cérebro de todos e é impossível ser "moldado" como muitas vezes foi feito com medidas radicais e desumanas no passado.
    Em relação à as "ofensas" à crenças das pessoas, isso é uma idiotice... devemos respeitar todas as opções das pessoas como esperamos ser respeitados pelos nossos.... Os muçulmanos por exemplo não aceitam as opções de cada um e isso não é bom nem bem visto pela sociedade ocidental de hoje, inclusive, penso eu, por si. Cumprimentos

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  3. Caro Dario Livramento

    Não nego o direito de seres humanos do mesmo sexo a se juntarem e viverem como muito bem entenderem... É a "Lei" da Natureza... Só que,acho, não ser natural o dito casamento... Este supõe macho-femea... Para os ditos direitos: Há, como sabe, a união de facto... com toda a inplicação e consequencias juridicas abrangentes.
    Quanto á adopção ... aí chia mais fino:--- O dialogo acima é ilustrativo...

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  4. A Natureza, seja qual for a sua origem, tem as suas leis e, uma delas, é que cada um de nós é senhor da sua verdade..Já a verdade Universal será algo que andará, por aí, à procura de ser descoberta e, por isso, nos foi doado o poder do livre arbítrio que nos concede o direito à opinião...Mas, a opinião, como se sabe, será, também, fruto da formação e da forma como a nossa educação e a nossa instrução foram orientadas...Embora seres únicos, nós herdamos algo do que somos graças ao atavismo geracional que nos liga ao passado e se projectará no nosso futuro. Creio, portanto, numa certa ordem cósmica mas não condeno as excepções nem ao ostracismo nem à fogueira, conformo-me com elas por imperativo civilizacional, exercendo o meu direito de, quiçá por deformação genética, as considerar desviantes!
    Eu não sou contra mas gostaria de entender melhor..
    Seja bem-vinvo, amigo, a este espaço de democracia dialética!

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