Esclarecimento
Tenho
ouvido varios cantores interpretar a
morna do meu pai, Sergio Frusoni,“ Tempe de Caniquinha “, mas não tive ainda o
prazer de ouvir uma interpretação que tivesse utilizado na integra a versão original.
O mais grave é que por vezes tenho ouvido utilizar palavras que não têm sentido
e que não respeitam a rima seguida pelo meu pai. Ter lido no You tube que esta
morna foi composta por B.Leza e Sergio Frusoni, deixou-me estupefacto.
Devo
esclarecer o seguinte: a morna foi escrita e musicada pelo meu pai. Foi pela
primeira vez interpretada pelo meu irmão
Franco Frusoni no Conjunto Cénico Castilhano em 2 de Outubro de 1948.
Uma parte da letra original encontra-se no
livro de Valdemar Pereira “ O Teatro é uma Paixão a Vida é uma Emoção “, página 178. Completei a letra
que tenho de memória de tanto a ouvir cantar em casa.
De
seguida, a letra original para quem a quizer
conhecer
TEMPE
DE CANIQUINHA
Sanvecente
um tempe era sabe
Sanvecente
um tempe era ôte côsa
Cónde
sês modjêr tâ usába
Um
blusa e um conta de coral
Cónde
na sês bói nacional
Tá
mornód tê manchê
Cónde
sem confiança nem abuse
Tá servid quel cafê
Ma qu'el ratchinha de cúscús.
Cónde pâ nôs Senhóra da Luz
Tinha um grande procisson
Cónde tâ colóde Santa Cruz
Tâ colóde pâ San Jon
Lá na rebera de Julion
Cónde tá cutchide na pilon
Tá cantá na porfia
Cónde ta tchuveba e na porte
Tâ vivido que mâs sôrte
E que mais aligria.
Pove câ tâ andá moda agora
Na mei de miséria tcheu de fome
Tâ embarcá tâ bâ ‘mbóra
Sem um papel, sem um nome,
Moda um lingada de carvon.
Era colheita na tchôn
Era vapôr na bahia,
Oh Sanvecente daquês dia
Atê góte de Manê Jon
Tá ingordá na gemáda.
Lá pâ quês rua de moráda
Era um data de strangêr
Era um vida folgáda
Ciçarône vida airáda
Tâ nadába na dnhêr.
De nôte sentód na pracinha
'M ta partí gônhe assin…
Pa mim, pâ bô, pa mim,
Pa mim, pâ bô, pa mim
Era tempe de caniquinha…
Fernando Frusoni
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