Continuamos com música de cordas, embora tangidas de forma bem diversa...Depois das serenatas de Humbertona, a execução vibrante do grande pianista Chico Serra, um executante que tem nas pontas dos dedos a sensibilidade que a morna reclama e na execução a exuberância e o virtuosismo de um músico de eleição que vive cada uma das notas que consegue arrancar de um instrumento de eleição com a pureza da água cristalina e o sentimento que nos penetra até aos confins da alma, inundando a nossa memória das doces recordações de um passado sempre presente na nossa saudade e na nossa emoção...
Um enorme obrigado ao Chico, velho e bom amigo, por estes momentos de ternura e ao meu neto Miguel, o "expert" da família nestes intrincados segredos da electrónica...
Desejo que os visitantes do "Arrozcatum" se deliciem, também, com a audição destas belas pérolas musicais!
Adriano Lima16 de abril de 2015 às 23:18
ResponderEliminarAh, escutem, mas escutem com atenção e sentimento, esta música de fundo que o Zito ora renovou no blogue. O Humbertona já foi, mas deixa saudades e por certo regressará um dia.
Nunca ouvi tanta boa música cabo-verdiana como neste blogue, o ARROZCATUM. Feliz ideia teve o seu proprietário e tenha sempre o mesmo critério de qualidade nas suas escolhas porque os leitores agradecem.
Noite de Mindelo é para mim a melhor música cabo-verdiana de todos os tempos, sem desprimor para as outras. O seu criador, o poeta e compositor B. Leza, teve um feliz momento de inspiração. Não sei o que ele viu, o que ele sentiu, não sei o que lhe segredou o anjo da noite que visitou a sua solidão para ele acender as luzes do Mindelo com tanta nostalgia. Ouvir Noite de Mindelo traz-me a imagem da “Noite Estrelada sobre o Ródano”, de Van Gogh, porque encontro nela similitudes com a baía do Porto Grande em noite estrelada. Em ambas a paisagem humana está adormecida sob as explosões emotivas do céu estrelado. E no entanto há uma secreta ligação entre o céu e a quietude do repouso em terra, porque o homem dorme mas liberta o espírito para vaguear pelas ruelas e pelos becos. Muitas vezes o sonho é o que resta ao mindelense para a sua evasão. Os sonhos vagueando na noite, como se fossem centelhas luminosas, é o que B. Leza deve ter visto quando sentiu a magia desta música.
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Adriano, tomei a liberdade de transferir o seu comentário para o seu devido lugar...Na realidade, o meu Neto fez o serviço, como é hábito, a horas impróprias para avós, mesmo os de boa cêpa...Só esta manhã me foi possivel fazer o post introdutório...Aliás, devo dizer que, se a música é boa, a prosa não lhe fica atrás...E, como diz, B.Leza estaría numa outra dimensão cósmica quando inventou Note di Mindelo...
ResponderEliminarBraça pertode...
Zito, a introdução está soberba e fico satisfeito por ambos termos arranjado prosa digna destas músicas. Desconhecia que o pianista fosse o Chico Serra. Tenho com ele uma ligação familiar por afinidade e sempre que vou a S. Vicente o piano dele é peça indispensável nas nossas reuniões familiares. Sugiro que faça um post introdutório deste género sempre que mudar de música. Mas que fique o Chico aqui por muito tempo!
ResponderEliminarConfesso que estou um pouco às escuras pois a fonte onde fui beber o vídeo é omissa quanto ao autor...Socorri-me daquilo que é uma das melhores ferramentas dos músicos: do ouvido! Julgo, no entanto, que não me enganei...
ResponderEliminarChico é um pianista de mãos cheias! Toca que é um encanto! Adoro ouvi-lo. Não há palavras para descrever a maravilhosa sensação que nos envolve, quando escutamos as teclas de Chico Serra interpretando uma morna.
ResponderEliminarQue Deus o guarde assim para deleitar quem o escute.
Zito, excelente escolha.
Abraços
Ondina