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quinta-feira, 18 de junho de 2015

[8231] - POEIRA DO TEMPO...



Este é o "Carneiro da Drogaria do Leão"...De seu nome completo Francisco Carneiro Gonçalves, desembarcou no Mindelo, aí pelos principios dos ano 50 (?), como compère de uma "troupe" teatral que deu vários espectáculos no falecido Eden-Park...
Do Mindelo, a "troupe" seguiria para Angola, mas sem compère, pois o Carneiro acabou por ficar em S.Vicente até fins dos anos 70 (?), com a esposa que,  mais tarde, lhe daría um filho...Para além de, acolitado pela esposa, administrar uma pensão com bar, na antiga Rua Senador Vera-Cruz - creio que voltou a chamar-se assim - o Carneiro trabalhou, vários anos, na Drogaria do Leão, na Rua de Lisboa -creio que já não se chama assim - onde foi meu colega e amigo...O Carneiro, que aqui aparece ao balcão do seu Bar, afivelando o sorriso que era a sua imagem de marca, era um homem alegre, galhofeiro, sempre com uma piada na ponta da língua, de fala fluente e escorreita, ou não tivesse ele sido compère de revista teatral... Era um colega leal, com um jeito todo especial para vender sempre mais do que o cliente desejaria comprar, graças a um discurso de persuasão que lhe havia ficado, de certo, da sua experiência de palco...
Creio que se foi, talvez prematuramente, e a ultima imagem que guardo dele é de um gesto...Estava eu em Londres, ao serviço da empresa que, em Portugal, servi durante 38 anos, quando tive notícia de que o Carneiro tinha aparecido nos escritórios da Avenida João Crisóstomo, para me visitar...
Pelo telefone que lhe foi facultado, segredou-me que me tinha ido levar um presunto (ele vivia, salvo, erro, nem Braga), e que não o deixava ficar pois os galifões dos meus colegas eram capazes de o "mamar" todo!
Ficou para uma outra oportunidade que, infelizmente, não se veio a verificar...
Hoje, aproveito este ensejo para deixar uma homenagem ao Carneiro, um homem bom de quem valeu a pena ser amigo!  -  (Foto cedida por A. Mendes) 

11 comentários:

  1. Talvez...

    http://www.fotolog.com/mouton_a/

    Braça na expectativa,
    Djack

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    1. Este é, precisamente, o filho do Carneiro, meu antigo colega e amigo...
      Braça, sem presunto
      Zito

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    2. Raios!!! E eu que já tinha comprado o melão, fico sem o presunto devido à falha de uma geração. Não se admite! Enfim, pelo menos esforcei-me.

      Braça a salivar,
      Djack

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  2. Esposende, Braga
    Se for, quero um presunto!!!

    Braça (não confundir com Braga)
    Djack

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  3. Lembro-me muito bem do senhor Carneiro, um homem simpático e divertido. E de bom coração. Fui colega de liceu, nos mesmos anos, do seu filho mais velho, engenheiro e a viver, creio, no distrito de Bragança. Dei-me sempre muito bem com ele.

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  4. Falem, falem !!!
    Trabalhamos juntos quando chegou a S.Vicente na Companhia Cremilda Torres, uma velhinha "danada".
    Vinham da Guiné onde "perderam" um elemento que fui chamado a substituir e isso me deu azo a fazer
    Duo com a Marlice, uma bolinha bem dengosa que cantava muito bem. Havia ainda a mais bonitinha de
    todas, a Piombina Burgos, um pedacinho de rosto e muito boa vontade. Biombina também ficou em São
    Vicente onde arranjou um namoro.
    E a Companhia foi-se ao ar com a "deserção" dos dois elementos e cada um foi à vida. No ano seguinte.
    à minha chegada a Dakar, apareceu, vindo da Guiné, a Marlice mas não pudemos trabalhar juntos pois
    andava em pleno com os ensaios da revista "Clandestinos no Céu".
    Existem ainda muitas lembranças que ficam para outra ocasião.
    Braças e mantenhas
    V/

    P.S. - Deste assunto e dessa gente falo no "O Teatro é uma paixão, a Vida é uma emoção"

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    1. Em 1956, encontrei a Marlice (?), em Luanda, estava ela estabelecida com um salão de cabeleireira...Foi uma festa!
      Aliás, ainda recordo as primeiras estrofes da canção principal da troupe...

      Linda rosa da felicidade
      Há um ditado que diz
      Quem casar contra a sua vontade
      Não pode ser feliz...
      ..................................
      Grandes tempos, Val!
      Braça - Zito

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    2. Oi Zito, a poeira do tempo também prega partidas. O meu pai chamava-se Francisco carneiro Gonçalves e não António.
      Braça
      Armindo

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    3. Depois de Cabo Verde o meu pai foi para BRAGANÇA e não Braga, com a minha mãe e os meus dois irmão Arnaldo e Fernendo, Eu já estava radicado lá e fiz com que a minha família estivesse unida naquela fase da nossa vida.
      Braça.
      Armindo

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    4. Olá Armindo...Tem razão, engamo meu. Vou rcetificar...
      Mantenha!
      Zito

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  5. Sr Carneiro um homem muito conhecido e estimado. Antes da independência fez sociedade com a Igreja explorando a única agência funerária em Cabo Verde com métodos mais modernos que os tradicionalmente usados

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