A Ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, desloca-se no próximo dia 23 de Julho à China para assinar com o empresário David Chow o contrato que concretiza o maior projecto alguma vez realizado no país: o Cape Verde Integrated Resort & Casino. As obras deste que promete ser o investimento que vai mudar radicalmente o rosto, a vida, a economia da cidade da Praia e do país devem arrancar em 2016. Neste momento, o projecto está em consulta pública.
Ilhéu Santa Maria recebe o maior investimento alguma vez realizado em Cabo Verde
Tantas vezes anunciado e outras tantas adiado, tudo leva a crer que está para breve a materialização do Cape Verde Integrated Resort & Casino. Trata-se de um empreendimento de luxo de grande envergadura, projectado pelo Macau Legend Developement para a orla marítima da cidade da Praia, ilhéu de Santa Maria incluído. Os montantes envolvidos neste projecto são equivalentes a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde. A assinatura do contrato é um dos últimos passos antes do arranque da obra, que está em consulta pública até ao próximo domingo, 19.
Orçado em 200 milhões de dólares – cerca de 16 milhões de contos –, o projecto contempla edificações, infra-estruturas e equipamentos de acesso, circulação, alojamento e funcionalidade deste resort destinado ao turismo urbano de luxo e casino. Abrange todo o Ilhéu de Santa Maria, uma parcela da praia da Gamboa à frente do ilhéu e o espaço marítimo entre o ilhéu e a costa. A expectativa é que este investimento tenha efeitos sinérgicos na geração de emprego, na atracção de outros operadores, na dinamização do turismo na ilha, na promoção de negócios e na valorização estratégica do país no sector financeiro internacional. A nível do emprego, por exemplo, prevê criar 2100 postos de trabalho directo e proporcionar acolhimento diário a 12 mil pessoas, nos sectores de comércio, lazer, desporto e cultura.
O Cape Verde Integrated Resort & Casino ocupará uma superfície de 17,08 hectares, sendo 3,52 hectares na praia da Gamboa, 3,17 hectares no mar e 10,39 hectares no ilhéu de Santa Maria. Na praia da Gamboa, o projecto cobre todo o terreno costeiro entre a rua de acesso ao Hotel Trópico e a rotunda de acesso à Achada Santo António.
É nessa zona que se vai localizar a sede do empreendimento, um edifício com quatro pisos que vai albergar os serviços administrativos, um parque automóvel, apartamentos executivos e suítes. Anexo ao edifício, ergue-se um apart-hotel, 12 residências de luxo tipo villa com dois pisos e um complexo desportivo e recreactivo, combinando três campos de ténis, fitness, SPA, piscina e outras actividades lúdicas e desportivas. A parcela da praia contígua ao resort será melhorada com a instalação de um bar, áreas de sombra e dispositivos de jogos de praia. Toda a orla será requalificada.
Na área marítima entre o Ilhéu de Santa Maria e a praia da Gamboa serão construídas uma ponte com duas faixas de rodagem, uma via pedonal e uma ciclovia, com conexão à rotunda de acesso à Achada de Santo António. A meio percurso da ponte, haverá a via de ligação a uma plataforma de um hectare, edificada no interior da baía. Sobre a plataforma será construído o Floating Casino Hotel, revela o estudo de impacto ambiental. O hotel ocupará um edifício de oito pisos e terá 150 quartos.
A sul do Floating Casino Hotel ficará uma marina club para convidados e uma outra marina para acolher de 20 a 30 pequenos barcos. O estudo de impacto ambiental perspectiva que esta estrutura resolverá o problema dos barcos de recreio que actualmente ocupam de forma anárquica a baía do porto da Praia, sem infra-estruturas de acolhimento e assistência. No terminal da ponte de acesso ao ilhéu haverá um parque de estacionamento com dois pisos, com capacidade para receber 104 veículos ligeiros.
Cidade Cultural Ilhéu de Santa Maria
O Cape Verde Integrated Resort & Casino terá ainda uma cidade cultural, com área de circulação pedonal, miradouros e um passeio costeiro panorâmico. Serão edificados nesta “cidade” um boutique-hotel com 50 quartos, um centro cultural para exposição de elementos da cultura e história de Cabo Verde, um centro de convenções e uma capela, destinada a actividades religiosas, designadamente casamentos e baptizados.
O projecto inclui ainda uma vasta parcela destinada a uso colectivo como vias pedonais, largos e praças. Para o conforto de visitantes e demais utentes dos espaços livres serão instalados bancos públicos, bebedouros, cabines telefónicas, binóculos nos miradouros, entre outros itens. Refira-se que este empreendimento insere-se na política do Governo para os sectores de turismo, investimento externo e requalificação da capital do país. A valorização da orla da Gamboa também responde aos interesses do município da Praia e valoriza o espaço onde se pretende instalar a Praça Financeira.
O estudo deixa também claro que os impactos negativos serão sentidos sobretudo na fase de construção e resultam do condicionamento da área com maquinarias, ferramentas e materiais. A movimentação de terras, escavações, emissão de ruídos e partículas também podem afectar a paisagem, a flora, fauna e os visitantes, pelo que se recomenda que as obras sejam céleres. Mas segundo o documento, os efeitos positivos sobrepõem-se aos negativos e serão essencialmente a nível da geração de postos de trabalho, em particular na área da construção civil; na dinamização do comércio; e nas finanças públicas, tanto a nível local como nacional.
CP - A Semana...
Para não variar, mais um mega investimento na Praia, enquanto o resto fica, como sempre, a chuchar no dedo. Já gastei as palavras no meu esforço de crítica e denúncia do centralismo cabo-verdiano. Uma vergonha!
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