" Roberto Duarte Silva tem no cemitério de Montparnasse o seu monumento fúnebre. Está bem acompanhado. Acamarado no mesmo bairro de Baudelaire e Henri Heine, outros grandes torturados, que o Sofrimento elegeu com um "die irae" para os são incomensoradamente felizes... Túmulo modesto... Uma pirâmide de mármore com um medalhão de bronze, dando, em baixo relevo, as feições do sábio, eminente. Uma inscrição elucida os que lá passam: " A roberto Duarte Silva, "ses éleves, ses collègues, ses amies, la Société Chimique de Paris" In- Pelo Imperio - Biografia de Roberto Duarte Silva / autor Calos Parreira. ....
A foto é de 1989 - Homenagem da Embaixada de CV em Paris.... A avaliar pelo estado de conservação de boa parte do património histórico de Cabo Verde (!), posso imaginar como estará hoje o tumulo!!!
Nos anos oitenta do século passado, juntamente com Tiago Estrela e Sebastien Perez, cidadão francês, então conselheiro na Embaixada da França na Praia e que na altura preparava um mestrado sobre os judeus em Cabo Verde, preparámos um dossier sobre o sábio químico Roberto Duarte Silva ( 25/2/1837 / Paris 8/2/1889) com uma importante documentação. Nos anos noventa pus à disposição do Consul Geral de Cabo Verde em França, Raul Barbosa,uma cópia do dossier, que nunca me devolveu. O dossier continha fotografias do cemitério de Petit Parnasse, da estátua de Roberto Duarte Silva naquele cemitério, uma cópia do registo de óbito, uma biografia completa nomeadamente com informações sobre o seu precurso aniversitário e as suas invenções na área da química e até o nome das pessoas que o apoiaram em Paris. Na altura solicitei o apoio de um parente de Duarte Silva, Luis Miranda Duarte, empresário em França, que se encarregou de mandar limpar a estátua e pintar a sua base. Depois, no ano de 1984, José Fortes Lopes, doutor em química e que frequentava a Universidade de Orsay onde lecionou Roberto Duarte Silva, publicou um excelente artigo no Terra Nova e que certamente deve estar nos arquivos deste jornal. De modo que, antes de muitos, o José e eu lançámo-nos na promoção e divulgação das obras de Roberto Duarte Silva. Jacinto Estrela, filho de Tiago Estrela, deve possuir ainda o dossier que eu, o Perez e o Tiago Estrela organizámos. Creio que Januário Nascimento, da Ribeira Grande, chegou a publicar um livro sobre Roberto Duarte Silva mas como sempre não fez nenhuma referência aos trabalhos organizados por mim, Tiago Estrela e Perez e nem ao de José Fortes Lopes. Será que este famoso dossier terá ficado no Consulado de Cabo Verde em Paris, pois nunca tive notícias da parte do Raul Barbosa?
Efectivamente a história de Roberto D Silva foi para mim um tropeçar neste nome na biblioteca universitária de Orsay como o Luiz conta. Mas nunca quis fazer questão de contar isso. O assunto foi despoletado no Terra Nova em 1984 e hoje fazem muito pouco por este assunto, quando este nome poderia trazer muito para CV, pelo menos da França. A restauração da casa onde nasceu em SAntão poderia ser uma homenagem condigna da sua ilha natal e do seu país, um sítio para peregrinação científico/turística, mas cadê govern!!
...Um comovente excerto da biografia do Doutor Roberto Duarte:
..." A oito dias do passamento, contando com a gravidade contando como a gravidade do seu mal lhe está a cortar todas as esperanças de vir ainda e restabelecer-se ( uma implacável doença de estomago, complicada com a ruína do pulmão esquerdo, ainda a preparar-lhe as circunstâncias dolosíssimas do fim), -- Roberto Duarte Silva manifesta o seu desejo de "passar o resto da vida em Santo Antão, numa propriedade que comprasse, com uma casa" E diz, num afluxo de comoção idílica, a que o pressentimento, talvez, da morte próxima ditou as palavras expressivas, as palavras que encantam e ficam na retentiva, pelo seu tom de simplicidade eloquente e naturalidade humilde: Lá quereria ter laranjeiras, alguns pés de café, muitas bananeiras, etc, que me lembrassem uma pequena parte da minha dura mocidade. Inclino-me perante a vontade de Deus" ----
Dar uso condigno à casa onde viveu a "dura mocidade" é, pois, um imperativo de gratidão e homenagem a um Grande Filho da terra! .... Se o "Arroz" intender, poderei repassar a biografia completa
Amigo Mendes, o "Arroz" está sempre aberto a novos ingredientes, nomeadamente, daqueles que lhe possam emprestar novos horizontes de cabo-verdianidade, como me parece ser o caso... Mantenha Zito
A fronte da tirania e do desprezo continua no topo de forma a impingir um futuro caótico ao povo desesperado pela injustiça que nos devora e nos priva de prosperidade e de liberdade de escolher o que melhor nos convém. O Povo está governado por tiranoides dispostos a não sair do poder e de tudo fazem para sufocar os eventuais contestatàrios que desejam a defesa e a preservação da cultura e, sobretudo, a prosperidade para todos os filhos da terra. O caboverdeano tem de se servir de outras ferramentas para que haja Justiça equitativa.
Na verdade, acho que em Santos Antão deveriam fazer uma homenagem condigna a este grande vulto caboverdeano da ciência, e filho da ilha. Mas em vez disso prestam homenahgem aos 'de fora' e esquecem dos seus próprios filhos. A que ponto chegámos.
O monumento :
ResponderEliminar" Roberto Duarte Silva tem no cemitério de Montparnasse o seu monumento fúnebre.
Está bem acompanhado. Acamarado no mesmo bairro de Baudelaire e Henri Heine, outros grandes torturados, que o Sofrimento elegeu com um "die irae" para os são incomensoradamente felizes...
Túmulo modesto... Uma pirâmide de mármore com um medalhão de bronze, dando, em baixo relevo, as feições do sábio, eminente. Uma inscrição elucida os que lá passam: " A roberto Duarte Silva, "ses éleves, ses collègues, ses amies, la Société Chimique de Paris"
In- Pelo Imperio - Biografia de Roberto Duarte Silva / autor Calos Parreira.
....
A foto é de 1989 - Homenagem da Embaixada de CV em Paris....
A avaliar pelo estado de conservação de boa parte do património histórico de Cabo Verde (!), posso imaginar como estará hoje o tumulo!!!
Meus caros,
ResponderEliminarNos anos oitenta do século passado, juntamente com Tiago Estrela e Sebastien Perez, cidadão francês, então conselheiro na Embaixada da França na Praia e que na altura preparava um mestrado sobre os judeus em Cabo Verde, preparámos um dossier sobre o sábio químico Roberto Duarte Silva ( 25/2/1837 / Paris 8/2/1889) com uma importante documentação. Nos anos noventa pus à disposição do Consul Geral de Cabo Verde em França, Raul Barbosa,uma cópia do dossier, que nunca me devolveu. O dossier continha fotografias do cemitério de Petit Parnasse, da estátua de Roberto Duarte Silva naquele cemitério, uma cópia do registo de óbito, uma biografia completa nomeadamente com informações sobre o seu precurso aniversitário e as suas invenções na área da química e até o nome das pessoas que o apoiaram em Paris. Na altura solicitei o apoio de um parente de Duarte Silva, Luis Miranda Duarte, empresário em França, que se encarregou de mandar limpar a estátua e pintar a sua base. Depois, no ano de 1984, José Fortes Lopes, doutor em química e que frequentava a Universidade de Orsay onde lecionou Roberto Duarte Silva, publicou um excelente artigo no Terra Nova e que certamente deve estar nos arquivos deste jornal. De modo que, antes de muitos, o José e eu lançámo-nos na promoção e divulgação das obras de Roberto Duarte Silva. Jacinto Estrela, filho de Tiago Estrela, deve possuir ainda o dossier que eu, o Perez e o Tiago Estrela organizámos. Creio que Januário Nascimento, da Ribeira Grande, chegou a publicar um livro sobre Roberto Duarte Silva mas como sempre não fez nenhuma referência aos trabalhos organizados por mim, Tiago Estrela e Perez e nem ao de José Fortes Lopes. Será que este famoso dossier terá ficado no Consulado de Cabo Verde em Paris, pois nunca tive notícias da parte do Raul Barbosa?
Luiz Silva
Efectivamente a história de Roberto D Silva foi para mim um tropeçar neste nome na biblioteca universitária de Orsay como o Luiz conta. Mas nunca quis fazer questão de contar isso. O assunto foi despoletado no Terra Nova em 1984 e hoje fazem muito pouco por este assunto, quando este nome poderia trazer muito para CV, pelo menos da França. A restauração da casa onde nasceu em SAntão poderia ser uma homenagem condigna da sua ilha natal e do seu país, um sítio para peregrinação científico/turística, mas cadê govern!!
ResponderEliminarE lembro-me bem ainda que o artigo foi dedicado àquele que assina "caboverdianamente" no Terra Nova.
ResponderEliminar...Um comovente excerto da biografia do Doutor Roberto Duarte:
ResponderEliminar..." A oito dias do passamento, contando com a gravidade contando como a gravidade do seu mal lhe está a cortar todas as esperanças de vir ainda e restabelecer-se ( uma implacável doença de estomago, complicada com a ruína do pulmão esquerdo, ainda a preparar-lhe as circunstâncias dolosíssimas do fim), -- Roberto Duarte Silva manifesta o seu desejo de "passar o resto da vida em Santo Antão, numa propriedade que comprasse, com uma casa" E diz, num afluxo de comoção idílica, a que o pressentimento, talvez, da morte próxima ditou as palavras expressivas, as palavras que encantam e ficam na retentiva, pelo seu tom de simplicidade eloquente e naturalidade humilde: Lá quereria ter laranjeiras, alguns pés de café, muitas bananeiras, etc, que me lembrassem uma pequena parte da minha dura mocidade. Inclino-me perante a vontade de Deus"
----
Dar uso condigno à casa onde viveu a "dura mocidade" é, pois, um imperativo de gratidão e homenagem a um Grande Filho da terra!
....
Se o "Arroz" intender, poderei repassar a biografia completa
Desculpem-me
ResponderEliminarLeia-se: entender./ e a repetição: contando com a gravidade.
Mantenha
Amigo Mendes, o "Arroz" está sempre aberto a novos ingredientes, nomeadamente, daqueles que lhe possam emprestar novos horizontes de cabo-verdianidade, como me parece ser o caso...
ResponderEliminarMantenha
Zito
A fronte da tirania e do desprezo continua no topo de forma a impingir um futuro caótico ao povo desesperado pela injustiça que nos devora e nos priva de prosperidade e de liberdade de escolher o que melhor nos convém.
ResponderEliminarO Povo está governado por tiranoides dispostos a não sair do poder e de tudo fazem para sufocar os eventuais contestatàrios que desejam a defesa e a preservação da cultura e, sobretudo, a prosperidade para todos os filhos da terra.
O caboverdeano tem de se servir de outras ferramentas para que haja Justiça equitativa.
Na verdade, acho que em Santos Antão deveriam fazer uma homenagem condigna a este grande vulto caboverdeano da ciência, e filho da ilha. Mas em vez disso prestam homenahgem aos 'de fora' e esquecem dos seus próprios filhos. A que ponto chegámos.
ResponderEliminarMatrixx