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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

[8418] - O NOVO EXODUS...


Já lá vão muitos anos desde que me veio parar às mãos a obra EXODUS, do escritor Leon Uris,  mas que recordo ter lido com grande empolgamento... Dois anos mais tarde, voltei a vibrar com o filme sobre esta saga, aparecido em 1960...
Algumas das  cenas do filme brotaram da minha memória quando, há dias, vi o imenso ferry atulhado de refugiados que, ao contrário dos fugitivos do "Exodus", nada sabem sobre o seu destino...
Na realidade, os hebreus que, na altura, foram intérpretes de uma autêntica epopeia, lutaram contra tudo e contra todos naquilo que foi o preâmbulo da fundação do Estado de Israel enquanto hoje, milhares de deslocados do Médio Oriente e da África Mediterrânica procuram na Europa refúgio das guerras e da miséria que fustigam os seus países de origem...
Segundo a politica de asilo da União Europeia, devem conceder apoio e refúgio os paises de entrada dos refugiados na Europa...Por tal motivo e dada a sua posição geo-estratégica, a Grécia, ao longo dos anos, tem recebido autênticas fortunas dos fundos de Apoio aos Refugiados para criação de condições de recepção e alojamento de refugiados mas não consta que tenha gasto um único tostão em tais estruturas...De resto, enquanto a Grécia, desde a criação desta norma, apenas concedeu asilo a 1% dos que lho solicitaram, a Suécia, por exemplo, fê-lo numa percentagem de 74%...Estão na cara os motivos desta situação em que os países de entrada dos refugiados tudo fazem para se transformarem em entrepostos de passagem e, por isso, tratam de os atirar para dentro de barcos e combóios com destinos que nenhum conhece...
Triste sina a destes deslocados, homens, mulheres e muitas crianças de que todos tentam descartar-se como se se tratasse de leprosos, tudo porque, afinal, os grandes decisores da politica internacional permitiram que se tenha chegado a uma situação que pode vir a ter contornos trágicos porque não souberam, ou não quiseram, resolver os litigios que estão no cerne e são a causa primeira destes êxodos massivos.

7 comentários:

  1. E' grave o que se passa no mediterrãneo. A Europa em alguma parte tem culpa ao apoiar os regimes ditadores africanos. A corrupçao se alastra nos africanos onde a nova burguesia africana deposita as suas riquezas enquanto que o povo vive na miséria e é obrigada a correr todos os riscos possiveis para ter uma vida melhor. Quantos milhares de dolares deixaram Mobutu e Kadafi nos bancos europeus. E quem vende as armas para a repressão do povo? E por isso a Europa se não quer ser invadida tem de mudar de politica em relaçao à Africa e o médio oriente... Aliàs em tempos o Presidente Abdou Diouf do Senegal teria alertado a França neste sentido pois os investimentos europeus em Africa devem servir ao povo e não as novas burguesias instaladas pelo poder...

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  2. Concordo com o Luiz o problema dos refugiados é um problema de regime/regimes e diria mesmo do sistema económico mundial injusto. Para resolver este problema seria necessário uma Cimeira Mundial (como se faz para o clima) para debruçar sobre os problemas da economia mundial etc, popisste problema dos refugiados é a ponta do Iceberg de problemas graves que existem no mundo e perigos que espreitam se não forem resolvidos.. Os problemas mais graves são a corrupção e os tráficos as injustiças sociais os roubos as lavagens os desvios as fugas aos impostos etc

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  3. MEUS CAROS, TROCANDO POR MIUDOS O QUE ESCREVI, NÃO HÁ - NUNCA HOUVE - VONTADE DE COMBATER OS MOTIVOS, PARA EVITAR OS EFEITOS...OU SEJA, IR À RAIZ DOS PROBLEMAS EM VEZ DE TENTAR APAGAR OS FOGOS CONSEQUENTES COM RECURSO À GASOLINA...CREIO QUE, POR DIFERENTES CAMINHOS CHEGAMOS AO MESMO DESTINO...

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    1. Um jornalista que se preza - seja ele amador ou profissional - esforça para trazer aos leitores o melhor porque contam com a sua honestidade e com o seu "savoir faire".
      E o amador que pretende "faire savoir" pelo bel prazer não pode ser censurado porque divulga uma noticia que afecta todos os seres de bom senso.
      Ademais, penso que os do Exodus-2 bem gostariam de ter as precárias condições e as Esperanças dos precursores.
      Valeu a pena ventilar o assunto porque não podemos fechar os olhos se não podermos ser activos.
      Força AcA. Estamos juntos

      Eduardo Oliveira

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  4. Estamos, efectivamente, juntos e, a propósito, recordo uma frase de Einstein,,, Segundo ele, não devemos condenar os que fazem mal ao Mundo mas sim aqueles que, mesmo podendo, não os impedem...
    Braça!

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  5. Estes exodus procedem dos núcleos das tragédias que o Ocidente criou em África e no Médio Oriente. Se a Europa teve graves responsabilidades no passado, nas últimas décadas os EUA tomaram-lhe a dianteira em matéria de irracionalidade. Não se esqueçam de que a Ellery Clinton andou a apregoar aos quatro ventos as virtudes da “primavera árabe”, e o Ocidente não descansou enquanto interesses coligados não liquidaram os líderes que, não obstante os seus defeitos (e crimes), controlavam os seus problemáticos países. Até a NATO foi utilizada para liquidar regimes indesejáveis aos olhos do Ocidente. Países que, se eram problemáticos, eram-no em grande parte por erros gravíssimos cometidos no passado pela Europa, que criou Estados traçando os seus limites à régua e conforme os seus interesses do momento e intenções de futura dominação.
    O problema é que podemos estar apenas numa fase embrionária dos gravíssimos problemas humanitários que vão instabilizar o mundo e lançá-lo no caos, sem que haja líderes capazes de respostas condignas e sem que as organizações internacionais se reúnam para tomar medidas drásticas para tentar suster o actual curso dos acontecimentos. Só esta inoperância é possibilita anacronismos como o “Estado Islâmico”. E que mais “estados” deste tipo vão emergir neste caos?
    Em boa hora o Zito meteu este post.

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  6. A missa ainda vai no adro.
    Nesta manhã, num programa (00,00 Hs) na Rádio Informação (francesa), uma jornalista, bastante apreciada pelas suas crónicas, disse que "a Europa vai recebendo os perseguidos pela guerra mas não pode guardar os refugiados económicos". Isso foi apoiado pelos seus colegas.
    Uma boa parte da Comunicação Social võ neste sentido e o proprio ex-Primeiro Ministro Allain Juppé, diz que "o assunto das fronteiras deve ser revista porque, como disse Michel Rocard, a Franca não pode receber todas as misérias do Mundo".
    Isso demonstra que começam a estar saturados, embora a facilidade que sempre tiveram em propagar a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
    O assunto nos concerne a todos e estejamos atentos porque é fenomeno mundial e as nossas ilhas se encontram em lugar estratégico e condições politicas susceptiveis de serem escolhidas.

    Hirondina Gomes

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